Diante de um clima excelente –
nada de invernos rigorosos -, uma natureza generosa, uma terra fértil, os
primeiros habitantes do Brasil, os índios, eram muito saudáveis, o que deixava
os portugueses admirados.
Mas essa situação mudou.
Veio a colonização.
Veio a escravidão,
Começaram a surgir cidades - e as
cidades eram muito precárias sem termos de higiene, de abastecimento de água,
de esgotos...
Logo doenças começaram a se
propagar, muitas vezes sob a forma de epidemias devastadoras:
Febre amarela, malária,
tuberculose, peste...
Mesmo com a paisagem bonita,
nossas cidades não tinham água corrente, esgoto, e o lixo se acumulavam nas
ruas, os mosquitos proliferavam...
Os políticos não cuidaram da
cidade
que acumularam buracos e lixo
e a população acuada, calou,
nenhum grito
ficaram com baixa estima no
descuido desumano
mijaram nas ruas, poluíram o som
em desengano
a noite, ninguém mais saem às
ruas
com medo da violência
e o que se nota é essa ausência
de baianos na praça, com orgulho
e decadência.
Legado
Éramos mais de cinco milhões
Livres, soltos pela mata a pro criar
E a nossa paixão era o saber
falar
Nossa língua, que doçura, o
tupinambá.
Os navegantes europeus se
aventuraram pelos sete mares
Devastaram os mouros e
enriqueceram com o comércio ultramarino
Ao contornar toda a costa da
África
Decidiram conquistar todo o nosso
tesouro.
Começaram com a invasão do nosso
sagrado chão
Tentaram escravizar os índios no
cativeiro
Outros foram catequizados ou
morreram
Por doença, tristeza ou pela
escravidão.
Tentaram até empombar o nosso
modo de falar
E a nossa língua ficou esquecida,
amargurada, sem despedida
Para a construção de vilas,
escravizaram milhares de negros
Mas eles preservaram seu idioma,
mesmo no cativeiro.
Noite e dia, dia e noite
carregaram o peso da cruz
Com chibata, chicote e açoite sem
conhecer a luz
Proibiram todos os rituais no
escuro das senzalas
Muitos fugiram, criaram quilombos
e foram à farra.
Todo esse grito de sofrimento e
de dor
Fez surgir um povo com orgulho e
amor
Que mesmo com toda essa
desigualdade
Respira livre um pouco de
liberdade.
“Dizem que o Brasil foi descoberto, o Brasil não foi descoberto, não,
santo padre, o Brasil foi invadido e tomado dos indígenas do Brasil. Esta é a
verdadeira história. Nunca foi contada a verdadeira história do nosso povo,
santo padre”, disse o líder guarani Marçal Tupã-y ao papa João Paulo 2º em
1989.
Despojados de suas terras, sujeitos a inomináveis violências ao longo
de cinco séculos, os índios do Brasil chegam ao século 21 despojados igualmente
de uma história.
Índios em números:
- Em 1500 estima-se que havia entre 5 milhões e 6 milhões de índios no Brasil.
- Atualmente existem 896 mil índios segundo dados do Censo 2010.
- A população indígena está distribuída em 305 etnias que falam cerca de 274 línguas diferentes.
- Dados do IBGE indicam que a maioria dos índios (57,7%) vive em 505 terras indígenas reconhecidas pelo governo até o dia 31 de dezembro de 2010, período de avaliação da pesquisa. Essas áreas equivalem a 12,5% do território nacional, sendo que maior parte fica na Região Norte - a mais populosa em indígenas (342 mil). Já na Região Sudeste, 84% dos 99,1 mil índios estão fora das terras originárias. Em seguida vem o Nordeste (54%)..
- Desde o Descobrimento do Brasil, desapareceram 1.200 línguas indígenas, e com elas os seus povos (teses de doutorado da lingüística pernambucana Januaceli da Costa).
- Nos últimos anos, os índios brasileiros têm sido vítimas de uma curiosidade intensa, cujo efeito, para eles, se assemelha a um bombardeio atômico.
- Em cinco séculos de Brasil, os brancos continuam nutrindo uma atitude de superioridade em relação a cultura indígena.
Um comentário:
Boa tarde, opinar com sabedoria fica a criterio dos drs do assunto, mas a historia do Brasil não existe sem a estória dos indios, que habitavam essas terras. Fiquei satisfeita com o reconhecimento do Padre Anchieta, tá na hora de reconhecer a real importancia dos povos indigenas, respeitar sua cultura e dar à eles a dignidade que se busca aos brasileiros.grata.
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