03 dezembro 2012

Gente baiana: os filhos mais ilustres do interior da Bahia

A Bahia, o Brasil e o mundo, sem dúvida conhecem o cantor e compositor Caetano Veloso, também sabem que ele é baiano, mas será que todos sabem em que cidade ele nasceu? O artista nunca imaginou que, saindo de um pequeno município do Recôncavo Baiano, faria tanto sucesso, tornando-se inclusive umas das principais expressões da Música Popular Brasileira. Mas foi isso o que aconteceu. Filho de Santo Amaro, Caetano Veloso, já cantou em seus versos a beleza e o mistério de sua terra, a exemplo das músicas “Céu de Santo Amaro” e “Adeus, meu Santo Amaro” onde ele se despede dizendo “Adeus, meu Santo Amaro, que eu dessa terra vou me ausentar/ Adeus, minha cidade, adeus felicidade”.

Outra grande personalidade que nasceu na Bahia e que espalhou a gente e os cantos do Estado para o mundo conhecer e admirar foi o escritor Jorge Amado. Filho de um fazendeiro de cacau, ele nasceu em Itabuna, criado nas terras do sem fim do sul baiano, onde viveu sua infância em meio a outros fazendeiros, jagunços, soldados, comerciantes árabes e prostitutas, e fez dessas figuras, seus principais personagens ao se tornar um dos escritores mais importantes do Brasil. Em uma de suas obras mais famosas, “O Menino Grapiúna” (era assim que ele chamava a região, “nação grapiúna”), ele retrata seu universo particular, suas histórias e memórias infantis vividas em Itabuna, na verdade, ele é o próprio “menino grapiúna”.

UMA MULHER BEM BAIANA – Nas sangrentas e intermináveis lutas pela independência do Brasil, uma mulher baiana tornou-se heroína. Maria Quitéria nasceu em Cachoeira. Mulher do Recôncavo, hábil no manejo das armas de fogo e na prática da caça, disfarçou-se de homem e alistou-se em um Regimento de Artilharia para lutar contra os portugueses nos conflitos que se seguiram à Proclamação da Independência do Brasil. Antes, a guerra que era só para homens, presenciou a valentia de uma mulher teimosa, que ousou cortar os cabelos bem curtos, vestir fardamento militar, usar o nome de soldado Medeiros, enfrentar os padrões rígidos da época e entrar para a História do país.

“Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo” (Vila Real). Advogado, cientista político, jornalista, romancista e membro da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro, nascido em Itaparica, é, antes de tudo, versátil como todo bom baiano. Em sua obra “Arte e Ciência de Roubar Galinhas” ele reúne algumas de suas melhores crônicas em torno da Ilha de Itaparica. No livro, o autor descortina as suas memórias de infância e juventude, o seu dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais, representantes reais da gente brasileira - uma boa opção para conhecer a cidade-ilha mais famosa da Bahia.

Nascido em uma fazenda perto de Curralinho (atualmente a cidade leva seu nome), terras então comarca de Cachoeira, hoje de Muritiba, o “poeta dos escravos” Castro Alves usou a pena como sua arma na luta contra a escravidão africana. Caracterizado pelos seus ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época, o escritor tem entre suas obras mais expressivas, o livro “Os Escravos”, sob o qual repousa dois de seus poemas mais fortes e lembrados: Vozes D’África e O Navio Negreiro. No primeiro, o poeta implora justiça divina e mostra toda sua indignação diante do crime escravocrata. Já o segundo poema, evoca os sofrimentos dos negros na travessia da África para o Brasil.
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