A Bahia,
o Brasil e o mundo, sem dúvida conhecem o cantor e compositor
Caetano Veloso, também sabem que ele é baiano, mas será que todos
sabem em que cidade ele nasceu? O artista nunca imaginou que, saindo
de um pequeno município do Recôncavo Baiano, faria tanto sucesso,
tornando-se inclusive umas das principais expressões da Música
Popular Brasileira. Mas foi isso o que aconteceu. Filho de Santo
Amaro, Caetano Veloso, já cantou em seus versos a beleza e o
mistério de sua terra, a exemplo das músicas “Céu de Santo
Amaro” e “Adeus, meu Santo Amaro” onde ele se despede dizendo
“Adeus, meu Santo Amaro, que eu dessa terra vou me ausentar/ Adeus,
minha cidade, adeus felicidade”.
Outra
grande personalidade que nasceu na Bahia e que espalhou a gente e os
cantos do Estado para o mundo conhecer e admirar foi o escritor Jorge
Amado. Filho de um fazendeiro de cacau, ele nasceu em Itabuna, criado
nas terras do sem fim do sul baiano, onde viveu sua infância em meio
a outros fazendeiros, jagunços, soldados, comerciantes árabes e
prostitutas, e fez dessas figuras, seus principais personagens ao se
tornar um dos escritores mais importantes do Brasil. Em uma de suas
obras mais famosas, “O Menino Grapiúna” (era assim que ele
chamava a região, “nação grapiúna”), ele retrata seu universo
particular, suas histórias e memórias infantis vividas em Itabuna,
na verdade, ele é o próprio “menino grapiúna”.
UMA
MULHER BEM BAIANA – Nas sangrentas e intermináveis lutas pela
independência do Brasil, uma mulher baiana tornou-se heroína. Maria
Quitéria nasceu em Cachoeira. Mulher do Recôncavo, hábil no manejo
das armas de fogo e na prática da caça, disfarçou-se de homem e
alistou-se em um Regimento de Artilharia para lutar contra os
portugueses nos conflitos que se seguiram à Proclamação da
Independência do Brasil. Antes, a guerra que era só para homens,
presenciou a valentia de uma mulher teimosa, que ousou cortar os
cabelos bem curtos, vestir fardamento militar, usar o nome de soldado
Medeiros, enfrentar os padrões rígidos da época e entrar para a
História do país.
“Se não
entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que
vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso
olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não
gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo” (Vila
Real). Advogado, cientista político, jornalista, romancista e membro
da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro, nascido em
Itaparica, é, antes de tudo, versátil como todo bom baiano. Em sua
obra “Arte e Ciência de Roubar Galinhas” ele reúne algumas de
suas melhores crônicas em torno da Ilha de Itaparica. No livro, o
autor descortina as suas memórias de infância e juventude, o seu
dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais,
representantes reais da gente brasileira - uma boa opção para
conhecer a cidade-ilha mais famosa da Bahia.
Nascido
em uma fazenda perto de Curralinho (atualmente a cidade leva seu
nome), terras então comarca de Cachoeira, hoje de Muritiba, o “poeta
dos escravos” Castro Alves usou a pena como sua arma na luta contra
a escravidão africana. Caracterizado pelos seus ideais
abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão
da época, o escritor tem entre suas obras mais expressivas, o livro
“Os Escravos”, sob o qual repousa dois de seus poemas mais fortes
e lembrados: Vozes D’África e O Navio Negreiro. No primeiro, o
poeta implora justiça divina e mostra toda sua indignação diante
do crime escravocrata. Já o segundo poema, evoca os sofrimentos dos
negros na travessia da África para o Brasil.
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