O sucesso de Luiz Gonzaga, o primeiro compositor a levar para o eixo
Rio-São Paulo a música nordestina, começou nos anos 40. Descoberto
no programa de rádio de Ari Barroso, grava em 1941 seu primeiro
disco como solista e em 1943 estreia em vinil como cantor. Seu grande
parceiro foi o cearense Humberto Teixeira, com quem compôs seu maior
sucesso, “Asa Branca”. O parceiro é trocado no início dos anos
50 por Zé Dantas. É da dupla a canção “Assum Preto”, entre
outras.
Luiz Gonzaga antecipou em dez anos no Brasil o rock'n'roll ao
inventar o forró nos anos 40. A questão não é rítmica – neste
quesito o forró tem mais similaridade com o reggae. Trata-se da
dinâmica que ele imprimiu à sanfona, os acordes simples e
estruturas repetidas. Ele criou um ritmo selvagem, próprio para a
dança, tal qual o rock'n'roll. Não é à toa que o ritmo faça
tanto sucesso hoje no Brasil quanto Rolling Stones no resto do mundo.
Será criado no município de Entre Rios, Litoral Norte da Bahia, um
memorial em homenagem a Luiz Gonzaga. O projeto é de Manoelito
Argolo, amigo do Rei do Baião: “Ele fala de mim em quatro ou cinco
músicas”, orgulha-se. O fazendeiro vai erguer um busto de Gonzagão
em sua fazenda, a Rancho Alegre.
A
banda paulista Falamansa homenageia um dos ícones da MPB no seu
oitavo disco: As Sanfonas do Rei – Tributo aos 100 anos
de Luiz Gonzaga. O grupo
apresenta novos arranjos para músicas consagradas na voz do
homenageado. Participação do vocalista da Nação Zumbi, Jorge du
Peixe em Erva Rasteira/A festa e Dominguinhos canta Nem se Despediu
de Mim. Elba Ramalho interpreta Sanfoninha Choradeira. O repertório
do álbum é costurado por trechos de falas e gravações de
Gonzagão, cedias por sua filha, Rosinha Gonzaga, e traz uma música
inédita: a canção As Sanfonas do Rei, composta pelo vocalista
Tato.
O
livro de Bené Fonteles O Rei e o Baião
(que foi lançado em Salvador no mês de abril 2012), com
apresentação de Gilberto Gil, é um trabalho de pesquisa sobre os
100 anos de Luiz Gonzaga , em 377 páginas, onde foram registrados
imagens e textos de viés poético do autor, os ensaios de Antonio
Risério, do próprio Bené, de Hermano Vianna e Sulamita Vieira. A
edição é ilustrada pelas xilogravuras de Francorli & Carmem,
Elias Santos, Arievaldo Viana, João Pedro do Juazeiro, José
Lourenço, Francisco de Almeida, a pintura de Ciça Fittipaldi e o
ensaio fotográfico de Gustavo Moura e evidencia o talento de Luiz
Gonzaga na mistura e recriação dos ritmos do baião ao xote, do
xaxado à toada, para se tornarem, com o samba, as matrizes musicais
e poéticas da nova música popular no Brasil.
No ano em que é comemorado o centenário de Luiz Gonga (1912-1989),
o cantor, compositor e sanfoneiro Targino Gondim roda o Brasil com o
show do álbum Canções de Luiz Vol II (2012), dando continuidade ao
Canção de Luiz (2009) que lhe rendeu o Prêmio da Música
Brasileira na categoria melhor cantor regional em 2010. Em novembro
nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) foi realizado a
terceira edição do Festival Internacional da Sanfona marcando a
criação da Orquestra Sanfônica do São Francisco. Em outubro teve
a estreia do filme Luiz Gonzaga – De Pai para Filho, dirigido por
Breno Silveira.
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