14 dezembro 2012

Brasil lembra 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga (2)

Eu já dancei balancê/Xamego, samba e xerém/Mas o baião tem um quê/Que as outras danças não têm” ("Baião", com Humberto Teixeira)

O sucesso de Luiz Gonzaga, o primeiro compositor a levar para o eixo Rio-São Paulo a música nordestina, começou nos anos 40. Descoberto no programa de rádio de Ari Barroso, grava em 1941 seu primeiro disco como solista e em 1943 estreia em vinil como cantor. Seu grande parceiro foi o cearense Humberto Teixeira, com quem compôs seu maior sucesso, “Asa Branca”. O parceiro é trocado no início dos anos 50 por Zé Dantas. É da dupla a canção “Assum Preto”, entre outras.

Luiz Gonzaga antecipou em dez anos no Brasil o rock'n'roll ao inventar o forró nos anos 40. A questão não é rítmica – neste quesito o forró tem mais similaridade com o reggae. Trata-se da dinâmica que ele imprimiu à sanfona, os acordes simples e estruturas repetidas. Ele criou um ritmo selvagem, próprio para a dança, tal qual o rock'n'roll. Não é à toa que o ritmo faça tanto sucesso hoje no Brasil quanto Rolling Stones no resto do mundo.

Será criado no município de Entre Rios, Litoral Norte da Bahia, um memorial em homenagem a Luiz Gonzaga. O projeto é de Manoelito Argolo, amigo do Rei do Baião: “Ele fala de mim em quatro ou cinco músicas”, orgulha-se. O fazendeiro vai erguer um busto de Gonzagão em sua fazenda, a Rancho Alegre.

A banda paulista Falamansa homenageia um dos ícones da MPB no seu oitavo disco: As Sanfonas do Rei – Tributo aos 100 anos de Luiz Gonzaga. O grupo apresenta novos arranjos para músicas consagradas na voz do homenageado. Participação do vocalista da Nação Zumbi, Jorge du Peixe em Erva Rasteira/A festa e Dominguinhos canta Nem se Despediu de Mim. Elba Ramalho interpreta Sanfoninha Choradeira. O repertório do álbum é costurado por trechos de falas e gravações de Gonzagão, cedias por sua filha, Rosinha Gonzaga, e traz uma música inédita: a canção As Sanfonas do Rei, composta pelo vocalista Tato.

O livro de Bené Fonteles O Rei e o Baião (que foi lançado em Salvador no mês de abril 2012), com apresentação de Gilberto Gil, é um trabalho de pesquisa sobre os 100 anos de Luiz Gonzaga , em 377 páginas, onde foram registrados imagens e textos de viés poético do autor, os ensaios de Antonio Risério, do próprio Bené, de Hermano Vianna e Sulamita Vieira. A edição é ilustrada pelas xilogravuras de Francorli & Carmem, Elias Santos, Arievaldo Viana, João Pedro do Juazeiro, José Lourenço, Francisco de Almeida, a pintura de Ciça Fittipaldi e o ensaio fotográfico de Gustavo Moura e evidencia o talento de Luiz Gonzaga na mistura e recriação dos ritmos do baião ao xote, do xaxado à toada, para se tornarem, com o samba, as matrizes musicais e poéticas da nova música popular no Brasil.

No ano em que é comemorado o centenário de Luiz Gonga (1912-1989), o cantor, compositor e sanfoneiro Targino Gondim roda o Brasil com o show do álbum Canções de Luiz Vol II (2012), dando continuidade ao Canção de Luiz (2009) que lhe rendeu o Prêmio da Música Brasileira na categoria melhor cantor regional em 2010. Em novembro nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) foi realizado a terceira edição do Festival Internacional da Sanfona marcando a criação da Orquestra Sanfônica do São Francisco. Em outubro teve a estreia do filme Luiz Gonzaga – De Pai para Filho, dirigido por Breno Silveira.
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