Um
road-movie para adolescentes traz uma das personagens mais sensuais
do cinema do novo milênio. O mexicano E Sua
Mãe Também (direção de Alfonso Cuarón)
mostra a atriz Maribel Verdú no papel de Luisa Cortés, uma mulher
casada que aceita o convite de dois garotos adolescentes para uma
viagem de carro através do país em direção à praia. O mistério
da mulher mais velha aos olhos dos dois rapazes é um dos principais
ingredientes da sensualidade do filme. Maribel transforma Luisa em
uma personagem extremamente sexy que transborda erotismo nas cenas
mais improváveis.
2001 –
Intimidade (Susannah Harker)
O primeiro filme em língua inglesa do francês Patrice Chéreau,
Intimacy (Intimidade), ganhou o Urso de Ouro da 51a
edição do Festival de Berlim. Drama romântico a um só tempo terno
e visceral, é baseado num romance e num conto do escritor britânico
Hanif Kureishi. Conta a história de um casal de estranhos que se
encontra semanalmente num apartamento para um relacionamento de
poucas palavras e muitos orgasmos. O filme percorre um universo
extremamente delicado – o da relação amorosa – e a ele vai
incorporando outros temas, como o modo de vida em uma grande cidade
onde tudo parece levar seus moradores para a solidão, para o
isolamento.
2009 – O Anticristo (Charlotte Gainsbourg)
Conta a história de um casal (os nomes não são citados em nenhum
momento) que se refugia numa floresta isolada, ironicamente chamada
de Jardim do Éden, após a morte de seu filho. Ela, uma escritora,
totalmente entregue à dor da perda, ele, um terapeuta, que usa a
psicologia cognitiva (abordada da maneira mais irônica a esse tipo
de tratamento) para ajudar a esposa. Já envoltos na vastidão da
natureza, o vegetal, o animal e, principalmente, os instintos humanos
se misturam numa saga bíblica que mexe com a moral e os valores dos
espectadores. Von Trier tira de Charlotte uma mulher em seu estado
mais frágil e faz um retrato visceral, que de tão animalesco soa
pornográfico. Em O Anticristo, o cineasta Lars Von Trier explora a
fraqueza humana enquanto debilidade ocasionada por uma imposição
cruel de um padrão de vida e ideal humano. O sofrimento do casal
corresponde ao envenenamento dos nossos impulsos mais primitivos, à
negação da nossa natureza. O perigo, a maldade e a perversão
neste filme são reais, fazem referência à vida, à cultura, à
história. Trier usa os estigmas mais caros à sociedade para mostrar
que eles existem e se multiplicam na medida em que os instintos vão
sendo reprimidos de forma violenta. É nesse sentido que há o
resgate de um “referencial” que serve para situar o contexto.
2011 – Shame (Carey Mulligan)
Shame conta a história de Sissy (Carey Mulligan) é uma
adolescente conturbada que decide passar uns dias em Nova York com o
seu irmão, Brandon (Michael Fassbender), um homem solteiro de trinta
anos que é viciado em sexo mas que está a tentar controlar os seus
impulsos e compulsões sexuais. O cineasta Steve McQueen sacudiu as
consciências não pelo sexo explícito, mas pela reflexão que
coloca sobre a insatisfação sexual que assedia seu protagonista
Michael Fassbender.
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