Trajetória
do erotismo nas telas (1)
1908 - La
Bonne Auberge
O primeiro filme pornográfico de
que se tem notícia foi rodado em 1908, em Paris. La Bonne
Auberge mostrava prostitutas interpretando a elas mesmas
em cenas de sexo explícito.
1915 -
The Vampire (Theda Bara)
Ela foi
uma femme fatale do início do século 20. Graças a sua atuação
como The Vampire, no filme A Fool There
Was (direção de Frank Powell), as mulheres sedutoras e
más ganharam a alcunha de vamps. Nos tempos do cinema mudo, nos
primórdios da indústria cinematográfica, a atriz Theda Bara virou
um dos mais importantes símbolos sexuais da sétima arte. Em “A
Fool There Was”, ela faz uma mulher que seduz, se aproveita e leva
os homens à ruína, como John Schuyler, um bem-sucedido advogado de
Wall Street, que vive um casamento feliz e ruma num navio para
assumir um cargo diplomático na Inglaterra.
1933 –
Extasis (Hedy Lamars)
A obra
Êxtase, do cineasta tcheco Gustav Machaty, ainda da era do
cinema mudo, foi um dos primeiros trabalhos estrelados pela atriz
norte-americana Hedy Lamarr. A obra se tornou famosa por sua ousadia,
mostrando uma das primeiras cenas eróticas, de sexo e nudez, do
cinema mundial. O filme, também chamado de Sinfonia de Amor,
provocou o primeiro escândalo da história do cinema. Era
previsível: as cenas de nu feminino integral eram raras na tela,
salvo em documentários naturalistas e filmes para circuitos
especializados. Trata-se de um modelo de erotismo “soft”: Eva
casou-se com um homem mais velho do que ela e que vai revelar-se um
péssimo parceiro sexual. Decepcionada, a moça vai passear no campo,
perto da casa de seu pai. A natureza em festa exaspera sua
sensualidade. Ela se banha nua num rio. Um belo engenheiro, Adão,
que passava por lá percebe-a. Ele deflora a ninfa. Ao saber de seu
infortúnio, o marido se suicida. Perturbadíssima, Eva, que sonhara
em fugir com o amante, abandona-o na plataforma da estação
ferroviária.
1934 -
Codigo Hays
Hollywood
instituiu o Código Hays que até 1967
especificou o que era e não era permitido. O Código Hays foi
elaborado nos Estados Unidos pelos católicos, mesmo sendo minoria,
exerciam grande influência. O Protestantismo nos EUA é mais
cultural do que religiosa, como toda religião oficial que se torna
massificada, mas nem por isto deixa de ter seus adeptos mais
ferrenhos. Este código durou por 30 anos, mas já na década de
1950, alguns cineastas americanos, como Nicholas Ray e Elia Kazan
começaram a ousar, infringindo o código. Logo, estes tabus e
edifícios morais foram desabando aos poucos, acompanhando as
transformações e costumes da época.
1946 -
Gilda (Rita Hayworth)
Talvez
nenhum filme tenha retratado melhor o poder de destruição de uma
mulher sobre um homem do que Gilda (direção Charles
Vidor). Em uma das cenas mais sensuais da história do cinema, Rita
Hayworth faz um strip-tease em que retira apenas suas duas longas
luvas de veludo. Isso foi mais do que suficientes para simbolizar
perfeitamente o poder de sedução das mulheres. Gilda é uma
apática, mas irônica, mulher casada que se torna o vértice de um
triângulo amoroso. Cheio de frases dúbias e ajudado pela
impressionante beleza de Rita Hayworth, o filme se tornou um dos mais
sensuais da história do cinema.
Mas para
a complexa libido americana do pós-guerra, Gilda foi o mais
fulgurante ícone erótico criado por Hollywood. “Nunca houve
mulher como Gilda”, foi com este slogan que o filme chegou aos
cinemas em 1946. Para Rita Hayworth (1918/1987), nunca houve mesmo.
Graças a ela, Rita consagrou um novo modelo de mulher fatal,
orgulhosamente sexy e inúmeras vezes imitada. “Gilda”
transformou sua intérprete no primeiro mito feminino da era nuclear.
Tinha o nome de Rita a bomba atômica que os americanos testaram no
atol de Bokini, em 1946. A lendária cena em que ela canta “Put the
Blame On Mame, Boys”, tirando as luvas, é apenas a explicitação
de um gesto contido (e reprimido) ao longo do filme que apresenta
como uma mulher perigosa mesmo quando vestida.
1955 –
O Pecado Mora ao Lado (Marilyn Monroe)
A mais
importante representante do estilo pin-up no cinema, Marilyn Monroe
fez de sua personagem em O Pecado Mora
ao Lado (direção Billy Wilder) uma das
mais sensuais de todos os tempos. Sua interpretação de uma loira
ingênua, chamada apenas de “a garota”, que sonha em ser atriz
fez do filme um dos clássicos da história do cinema. A sensualidade
à flor da pele de Marilyn deixa seu vizinho, o editor de livros
Richard Sherman (Tom Ewell), à beira da infidelidade. “O Pecado
Mora ao Lado” traz a famosa cena em que a atriz tem sua saia
levantada pela ventilação do metrô.
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