Vale
lembrar que uma série de álbuns foram lançados visando narrar
episódios da história do Brasil sob um novo prisma para resgatar a
importância da participação dos negros nesses acontecimentos. São
eles: a saga de Zumbi, feita pelo sociólogo Clóvis Moura e
ilustrada por Alvaro Moya (1955). O personagem Zumbi foi retomado
outra s vezes por diversos artistas como a dupla Krisnas e Allam Alex
(2003) e Antonio Cedraz (2009).
Zumbi,
a Saga de Palmares
tem roteiro de Antonio
Krisnas e desenhos de Allan Alex. A ideia do livro é popularizar a
história de Zumbi, da escravidão negra no Brasil e do surgimento do
quilombo de Palmares, por meio de imagem sequenciada. Nos quadrinhos,
Zumbi aparece como um guerreiro musculoso e invencível, ao estilo
dos super-heróis. Para o autor do livro, essa caracterização e o
dinamismo das cenas de combate desenhadas por Allan Alex deverão
atrair principalmente o público jovem, entre 12 e 18 anos, já fã
dos quadrinhos.
Em
Resistência e Coragem, Xaxado
pega carona no redemoinho do Saci e vai parar no ano de 1696, no qual
encontra um guerreiro que segue em direção ao Quilombo dos Palmares
para lutar ao lado do herói Zumbi. O álbum com os personagens da
Turma do Xaxado, série infantil que completa dez anos de criação,
teve boa aceitação no mercado.
Ativista
dos direitos humanos e dos negros, o cartunista Mauricio Pestana, já
tem mais de 30 anos de carreira. Começou no Pasquim, como assistente
de Henfil e espalhou seu trabalho por escolas e ONGs publicando
livros como Manual de Sobrevivência do Negro no Brasil. Negro ele
próprio, vê pouco espaço para as pessoas de pele escura nos meios
de comunicação. Ele publicou álbuns sobre a Revolta da Chibata e
sobre a Revolta dos Búzios.
Em 2010 o
cartunista Mauricio Pestana lançou a cartilha Revolta dos Malês –
A saga dos muçulmanos baianos. O objetivo da cartilha, distribuída
gratuitamente, é dar subsídios para que seja aplicada a Lei Federal
de n.10.639, de 2003 que prevê a inclusão da temática afro
brasileira nos currículos escolares. O álbum, Revolta dos Búzios,
do quadrinista Mauricio Pestana publicado em 2007 conta a revolta dos
alfaiantes da comunidade negra de Salvador.
A Revolta
dos Búzios é relatada a história do maior movimento de revolta e
rebelião urbana e popular do Brasil Colonial. Uma revolta daqueles
que sonhavam com uma república democrática no Brasil com o fim da
escravidão e das desigualdades entre brancos e negros. Este projeto
da Escola Olodum, braço educacional do Olodum, encabeçou
reivindicações de reconhecimento e valorização dos heróis e
personagens negros participantes de movimentos e organizações de
luta histórica pelo reconhecimento da história e direitos
afro-brasileiros: inclusão do nome de personagens/heróis negros
desta revolta, como de outros, no Livro dos Heróis, no Panteão da
Pátria em Brasília
Em 2008
sai o álbum Chibata, visão quadrinizada da Revolta da
Chibata. A quadrinização das divindades do candomblé na revista
Orixas é um trabalho de Alex Mir e Caio Majedo.
o álbum
Chibata! (Conrad Editora) traz a envolvente história da dupla
cearense Olinto Gadelha (roteiro) e Hemeterio (arte), toda em preto e
branco. O leitor é convidado a reviver os dias de tensão na baía
de Guanabara e o drama que acompanhou João Cândido até sua morte,
em 1969, aos 89 anos de idade. O traço ora caricatural ora artístico
encontra berço no uso inteligente do contraste e do enquadramento
cinematográfico com uma grande riqueza de detalhes.
São
trabalhos que demonstram que a presença do negro nos quadrinhos
brasileiros já ganha novos contornos.
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nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
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Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
Um comentário:
Zulu,
não existe livro em português que trata do assunto. Esse meu trabalho é inedito
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