Por volta
dos anos 60, dois grandes acontecimentos marcaram o mundo jovem, ou
seja, a repercussão do rock and roll e uma sensível mudança nas
histórias em quadrinhos. Ambos propunham uma mudança, um mundo
melhor. E, pela primeira vez, a juventude, os adolescentes requeriam
uma participação efetiva na vida social e política de seus países.
Tanto a música como a historieta deixaram de ser apenas uma
distração, e passaram a traduzir uma insatisfação e apontar a
solução nos problemas da relação juventude/sociedade.
Esse
processo teria iniciado na década anterior quando os empresários e
businesmen descobriram a viabilidade econômica do rock n´roll e
passaram a divulgá-lo, contribuindo para tornar a música uma das
expressões do pensamento jovem. Nesse período, o rock era tido como
música selvagem, que ligava os jovens aos tóxicos e à violência.
A
história em quadrinhos também nessa época foi acusada de
representar para os jovens uma perda de tempo e de atenção, de
desenvolver a preguiça mental, de não ter nenhuma sutileza, de
tornar as coisas demasiadamente fáceis, de falta de estilo e de
moral.
Os
sindicatos norte americanos submeteram os desenhistas a uma rigorosa
censura, acentuando a crise pela qual passaram os comics, que já
vinham sofrendo com a concorrência da TV americana.
ELVIS
E SUA GINGA OBSCENA
Com o
aumento da delinquência juvenil, esses ataques se tornaram mais
violentos e as acusações de psicólogos e pedagogos culminaram com
a publicação da obra do psiquiatra alemão Fredric Wertham (The
Seduction of the Inoccent – 1954). Um anos depois é lançado o
filme Blackboard Jungle (Sementes de Violência) onde o tema
sonoro é Rock Around the Clock, transformando em hino oficial
do rock and roll. O filme aborda a juventude rebelde com absoluto
realismo e – coisa inédita – fez do negro a personagem positiva.
E nesta
metade da década de 50 que Elvis com seus remelexos causa excitação
e enorme celeuma na época, passando a ser conhecido como Elvis
Pelvis (por balançar a bacia pelviana). E, em 1956, a TV, veículo
até então numa posição reacionária diante do rock and roll, se
viu finalmente forçada, diante do estrandoso sucesso, a contratar
Elvis para o famoso show de Ed Sullivan, mas impôs uma condição:
que Elvis só fosse focalizado pelas câmaras da cintura para cima,
pois a ginga dos seus quadris era considerada obscena.
A
CONTESTAÇÃO
A década
de 60 criou um estilo próprio de se expressar visual, sonora e
verbalmente. Foi o grito de revolta de uma nova geração. O rock and
roll, feito por músicos mais idosos para um público jovem é agora
rock, feito por músicos jovens para jovens. Os hippies punham-se à
margem da sociedade mais para provar que se pode viver perfeitamente
bem sem se estar ligado aos bens materiais proporcionados pela
sociedade tecno industrial do que por julgá-lo inadequada ou
prejudicial: eles não queriam destruir a sociedade, apenas provar
que ela podia melhorar.
Mas,
sempre aparece alguma coisa boa, principalmente se for avançada
demais para os padrões comuns à época em que ela aparece, alguém
tem que deturpá-la. Assim, aos poucos, uma certa depravação foi se
infiltrando nas camadas hippies, mas essa é outra história....
Em 1965,
Allen Ginsberg, precursor dos beats, participando do Movimento de
Liberdade da Palavra, na Universidade de Berkeley, lançou o Flower
Power, slogan logo adotado internacionalmente. “Se a gente se
organizar para cantar e fazer danças rituais nas ruas, para a nudez
total contra os uniformes e para a distribuição de flores –
barricas de flores, talvez consigamos triunfar”.
Esses
movimentos juvenis tiveram imensa publicidade. Do foco principal
atingiram através dos mass media todos os focos secundários, a um
ponto que revolucionou profundamente a tradicional e conformada
sociedade britânica, que por sua vez passou também a ser foco
irradiador, principalmente através dos Beatles.
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