Marilyn
Monroe: Há 50 anos morria a mulher, nascia o mito (2)
Marilyn
Monroe morreu!. Há 50 anos esta notícia abalou Hollywood,consternou
fãs em todo o mundo, deixou a sétima arte sem seu maior símbolo
sexual. Há 50 anos (no dia 05 de agosto) morreu Marilyn, mulher que
fez a felicidade de muita gente, sem nunca ter sido feliz. Ela teve
uma vida breve e trágica, uma carreira fulgurante: em menos de 15
anos, seduziu o mundo e tornou-se o maior mito sexual que o cinema já
produziu.
VÁLVULA
- O corpo perfeito, marcado por colantes vestidos, personificava
a mulher agressivamente livre em contraste com uma América bem
comportada e ordeira como convinha a um mundo dividido pela
guerra-fria. Era a época da Legião de Decência, dos rígidos
códigos morais e da caça às bruxas, promovida pelo macarthismo.
Marilyn funcionaria como a válvula de escape para milhões de
pessoas ansiosas por assumir a sua própria liberdade. Marilyn começa
a revoltar-se contra a imagem que lhe fora imposta – a da boneca
loura e sexy -, e que a tornara um mito. “Um símbolo sexual
orna-se um objeto. Detesto ser um objeto”.
Terminado
o casamento com Di Maggio, a vida amorosa de Marilyn resumia-se a uma
série de casos insignificantes, que não supriam sua constante
carência afetiva. O que ela queria era um homem forte, que a amasse
e protegesse – uma mistura de marido e pai que ela nunca teve. E
foi isso que ela viu, ou pensou ver, em Arthur Miller. Indo para New
York estudar arte dramática no Acto´s Studio, lá conhece o
dramaturgo Miller, que será seu terceiro marido. Nele, busca um
apoio intelectual que a ajuda a perceber o que se passa à sua volta.
São dessa nova fase os filmes “O Pecado Mora ao Lado” e “Nunca
Fui Santa”, onde brilha como atriz num papel mais complexo.
Em 1957,
no auge da carreira, Marilyn desliga-se da Fox e cria sua própria
produtora. Em seguida, filma “Quanto mais Quente Melhor”,
“Adorável Pecadora” e “Os Desajustados”, onde no papel de
uma mulher angustiada, interpreta a si mesma. Terminado os trabalhos
dos Desajustados no início de 1961, foi anunciada a ruptura do
casamento de Marilyn com Miller. Depois do divórcio, ela entra numa
depressão mais prolongada eu as anteriores. Na época, tem um
ligeiro caso com Frank Sinatra, sem ficar apaixonada.
De
ruiva a loura, de Norma Jeane, seu nome real, para Marilyn Monroe, a
atriz virou um ícone de sedução e beleza eterna, retratada pelos
maiores nomes de fotografia do século 20 no auge da vida
KENNEDY
- Por meio de Sinatra, Marilyn tinha conhecido Peter Lawford,
cunhado dos Kennedy. É convidada então para a festa de aniversário
do jovem presidente John Kennedy, no Madison Square Garden. Na festa,
ela canta “happy burthday to you” diante de mais de 20 mil
pessoas. Emocionado, Kennedy diz: “Agora já posso me retirar da
política”. Os acontecimentos se precipitam, Marilyn passa a manter
um romance secreto com Robert Kennedy, irmão do presidente e
secretário da Justiça. Na época, a Foz inclui a atriz num novo
filme – “Something´s Got to Give” – para terminar seu
contrato com ela. Mas ela começava a chegar atrasada e a faltar nas
filmagens.
O novo
chefão da Fox, Peter Levethis despede Marilyn por “violação
voluntária de contrato” e ainda lhe exige uma indenização de
US$1 milhão. O casamento com Jim Daugherty foi uma fuga, que a
guerra encerrou. Marilyn se entregou então à fuga do estrelato.
Enfrentou as injustiças dos estúdios por vários anos, mas chegou
lá. Infelizmente, isso não foi o bastante. “Uma carreira –
disse ela – é uma coisa maravilhosa. Mas não se pode ficar
abraçado com ela nas noites de frio”. Nem Di Maggio nem Miller
fizeram com que a estabilidade dela durasse mais que alguns meses. E
ela continuou perseguindo o sucesso. Tímida, insegura, introvertida,
superou suas limitações lutando contra o molde que Hollywood lhe
impunha, procurando ser uma atriz de verdade, uma produtora
independente. Venerada como símbolo sexual, esforçou-se em vão por
ser reconhecida como atriz. No auge da fama e das dificuldades
pessoais, pouco depois de acabar com Miller, era despedida no meio de
uma filmagem e intimada a pagar uma indenização enorme.
Finalmente,
na noite de 04 de agosto, em vez de ir a uma festa na casa de Peter
Lawford, onde certamente encontraria Robert Kennedy, Marilyn toma um
vidro de comprimidos para dormir (Nembutal). Suicídio ou acidente?
Ninguém sabe. Aos 36 anos, morria a maior estrela de Hollywood, e
com ela o star system, a indústria de Hollywood responsável pela
fabricação de mitos em linha de montagem. Depois de ter procurado
desesperadamente a sua identidade e de encontrar apenas o vazio,
Marilyn escolhe o suicídio como resposta à indústria que a
transformou numa fantasia. Norma Jean não resistiu ao mito que
Marilyn Monroe lhe ofereceu.
Desde sua
morte, em 1962, Marilyn Monroe, que Norman Mailer descreveu como “o
doce anjo do sexo” do homem americano, nunca se afastou muito do
imaginário popular ou da loja de suvenires. Nesses seus 50 anos após
morte, a imagem dela passa por uma espécie de momento cultural.
Marilyn está por toda parte. No cinebiografia, “My Week with
Marilyn” interpretada por Michelle Williams. Há também “Marilyn:
Intimate Exposures”, livro de Susan Bernard com fotos inéditas
feitas por seu pai, Bruno (famoso pela foto de Marilyn coma saia ao
vento). A série da NBC “Smash”, a linha de roupas Marilyn Monroe
da Gerard Darel, além de calçados, bolsas e cosméticos, seriado de
TV entre outros objetos do desejo. “Fragmentos – Poemas,
Anotações Íntimas, Cartas” é o título do livro que reúne
escritos de Marilyn Monroe e que foi editado em 2011 pela Editora
Tordesilhas.
Ela
criou uma personagem forte de que nunca pode ser libertar: a imagem
de mulher fatal, poderosa – e louríssima
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