O
centenário de nascimento do escritor Jorge Amado (1912-2001) está
sendo comemorado em diversos eventos na Bahia e pelo País. Filmes,
peças teatrais, exposições, lançamentos de livros, cursos,
seminários e workshops lembram a obra do escritor baiano. Se
estivesse vivo, Jorge Amado completaria 100 anos hoje, dia 10 de
agosto. Falecido em 06 de agosto de 2001, seus livros foram
traduzidos em 49 idiomas, com exemplares em braille e gravações
para cegos.
“Um
Caminhão para Jorge Amado” é o projeto de teatro itinerante da
Fundação CSN, braço social da Companhia Siderúrgica Nacional que
está percorrendo o Brasil com duas obras de Amado: Capitães de
Areia e O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. Jorge Amado é
universal, título da exposição no Museu da Língua Portuguesa, em
São Paulo que atraiu milhares de visitantes. Dia 10 de agosto na
sede da Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelô, tem lançamento do
livro Jorge Amado e a Sétima Arte, organizado por Bohumila S.de
Araujo, Maria do Rosário Caetano e Myriam Fraga.
Os
últimos escritos inéditos de Amado ganharam registro em 2008 com A
Hora da Guerra. O livro reúne as colunas diárias que o autor
escreveu para o jornal soteropolitano O Imparcial, entre 1942 e 1945,
com foco em fatos relacionados à Guerra Mundial. O livro veio se
juntar a outros 35 títulos, entre romances, biografias, poesia,
literatura infanto juvenil e textos para teatro. É este legado que o
mantém no posto de autor brasileiro mais publicado no mundo, com
presença em 52 países e 49 idiomas.
Ele
nasceu em Ferradas, 1912, um lugarejo de Itabuna, sul da Bahia, zona
do cacau. Adolescente em Salvador, estudou no Colégio Antônio
Vieira e Ginásio Ipiranga. Em 1931 estreou como romancista com o
livro O País do Carnaval. Mais lido e traduzido no mundo inteiro, o
escritor Jorge Amado publicou 35 obras literárias. Alguns de seus
romances ficaram tão famosos que serviram de base para novelas da
televisão brasileira e filmes nacionais como Dona Flor e seus Dois
Maridos e Gabriela Cravo e Canela.
O
primeiro romance do escritor baiano, O País do Carnaval (escrito
quando ele tinha 18 anos) ganhou uma reedição com direito a imagens
raras, cronologia e posfácio do escritor e crítico José Castel.
Agora que completa 80 anos, a Companhia das Letras reedita a obra
caprichada. Desde que Amado passou a ser publicado, há quatro anos,
pela editora, mais de 800 mil exemplares de seus livros já foram
comercializados, fazendo dele o seu autor mais vendido.
O romance
que marcou a estreia de Jorge Amado na carreira literária, tema do
Carnaval de Salvador em 2012, preserva sua atualidade ao discutir
temas como a mestiçagem do povo brasileiro. Conta a história de
Paulo Rigger, brasileiro de formação europeia, filho de um
fazendeiro do cacau, ao regressar ao Brasil, desembarcando no Rio,
cheios de sonhos, em pleno Carnaval, torna-se amargo e perdido ao
conviver com amigos que partilham de um extremo ceticismo diante da
vida e do país, que atravessa a revolução de 1930, com a tomada do
poder por Getúlio Vargas. “Este livro é um grito. Quase um pedido
de socorro. É toda uma geração insatisfeita que procura a sua
finalidade”, explica Amado no prefácio escrito em 1930.
Após uma
viagem pela zona cacaueira Jorge Amado escreve e publica o romance
Cacau, em 1933. Nessa época, conhece Graciliano Ramos com quem
travaria uma amizade duradoura. No ano seguinte, publica o romance
Suor. Nessa época ele não vivia exclusivamente de literatura. Foi
uma fase de diversos trabalhos como jornalista e editor para várias
revistas cariocas.
Representante
do modernismo regionalista, Jorge Amado foi jornalista, envolvido com
a política ideológica, tornando-se comunista, como vários de sua
geração. Problemas e injustiças sociais, a cultura, a política,
crenças e a sensualidade do povo foram temas constantes em suas
obras. Em 1936 recebe o Prêmio Graça Aranha da Academia Brasileira
de Letras por seu novo romance Mar Morto. No ano seguinte é
publicado o livro Capitães de Areia. No ano de 1939 a obra de Jorge
Amado já começa a viajar o mundo, sendo traduzida para o inglês e
francês.
Nos anos
40 publica Bahia de todos os santos, Terras do sem fim, Seara
Vermelha e Homens e Coisas do Partido Comunista, São Jorge dos
Ilhéus. Nos anos 50 ele se aventura na área da música escrevendo a
letra com música de Cláudio Santoro da partitura Não te digo
adeus. Mais tarde, juntamente ao lançamento de Gabriela, sai o disco
Canto de Amor à Bahia, com leituras de Jorge Amado e música de
Dorival Caymmi. Na década de 50 são lançados os livros Os
Subterrâneos da Liberdade, Gabriela Cravo e Canela. E na década
seguinte: A Morte e a Morte de Quincas Berro d' Água, Os Velhos
Marinheiros, Os Pastores da Noite, O Compadre de Ogum, Dona Flor e
seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres.
Feito
Jorge ser Amado (Fred Góes e Moraes Moreira)
Jorge
Amado onde se lê
Dorival
onde se ouve
Carybé
onde se vê.
Love
Menininha, Love
Dance
como quem se move
Pelos
olhos de Verger.
No
tempero, simples cravo
Gabriela,
Mário Cravo
Tem
canela e tem dendê
Dona Flor
e seus gemidos
Dona Flor
e seus maridos
Dona Flor
e seu prazer.
O caminho
de Vadinho
Canta
Bahia folia
Feito
Jorge ser Amado
Quem é
que não gostaria?
Canta
Quincas Berro D´Água
Canta na
morte, menina
Feito
Jorge ser Amado
Quem é
que não gostaria?
Quem é?
Quem é? Quem é?
Quem é
que não gostaria?"
Escute a
música clicando aqui:
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