25 maio 2012

Uma palavra que ainda não foi escrita


“Agora vou contar um segredo para vocês sobre as palavras. Por favor, não espalhem, não contem pra mais ninguém porque só as palavras e os autores sabem disso: palavras podem ficar invisíveis aos olhos de alguns e perfeitamente visíveis aos olhos de outros. Ao mesmo tempo”.

Todas as palavras têm significado e servem para formar uma frase, certo? Nem sempre. Em Uma Palavra que Ainda Não Foi Escrita  (Lilian Lovisi, Editora Casarão do Verbo, 48 págs., R$ 33) a protagonista quer descobrir quem é e em qual lugar se encaixa melhor. Assim, parte em grande aventura para encontrá-lo.

O livro, de 48 páginas, publicado pela Editora Casarão do Verbo, nos conta a história de uma palavra que passa por uma biblioteca, um jornal, um teatro e até mesmo pela boca de uma criança. Conversa com outras palavras de “Reinações de Narizinho”, se sente ultrajada por um crítico (que “não passa de um antipático crítico de cinema que não se dá bem com a esposa, não brinca com os filhos e nem leva o cachorro para passear”), sai correndo de um ensaio no palco e se vê grudada num chiclete de um menino que estava indo, com os seus irmãos, aprontar uma boa bagunça.

No livro de Lilian, há uma história de pertencimento e adequação - com muita leveza e humor. Vamos acompanhando a sina daquela que nem sabemos exatamente quem é, mas somos solidários a ela e queremos também descobrir, afinal de contas, quem é a narradora!

Filhos adolescentes questionam tudo. O mundo, seus pais, suas vidas, sua própria personalidade. E talvez por isso possam se identificar com o livro “Uma Palavra que Ainda Não Foi Escrita”, de Lilian Lovisi é para ler com toda a família em volta. Quando a identidade da protagonista é revelada há surpresa geral. Vale a pena conferir!

“Sonho é solução pra dia acordado, é conserto de mundo que anda errado”

Asa da palavra


Voltado para o público infanto-juvenil, Asa da Palavra, de Adriano Bitarães Netto (Mazza Edições) aborda, através de uma narrativa poética, as tentativas frustradas de um garoto que tenta reproduzir as atitudes, a linguagem e a religiosidade de seu pai. Por mais que tente negar a si mesmo para ser quem o pai espera que ele seja, o protagonista proporciona consecutivas decepções para a família.

O tema é a denúncia contra a intolerância religiosa. O desejo do narrador bate de frente com o do pai, de quem as palavras saíam em linha reta direto pro alvo. Mas as palavras do filho queriam dar voltas, não tinham alvo, elas tinham asas e queriam era voar.

Através dessa temática, o livro discute de modo sutil e delicado, a imposição dos valores paternos, sociais, religiosos e culturais sobre a formação identitária das crianças e dos jovens. Até que ponto os valores considerados “bons”, “corretos” e “dignos” pelos pais são condizentes com os desejos e a realidade dos filhos? Asa da palavra ressalta como o embate de valores gerado pelos conflitos de gerações pode ser discutido de modo sensível, sem desrespeitar credos, épocas e concepções morais.

Vale a pena abrir o livro e deixar as palavras correrem pela casa com lirismo e força poética as inquietações e angústias desse menino diante do mundo que o rodeia.


E ondas são asas. Asas de ar e água. Asas de espaço e tempo. Asas de esperança e desencantamento. Asas de palavra e silêncio.

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