Era uma
vez....um menino mulatinho, esperto e miúdo nascido no Pelô que,
depois de muito brincar e brigar na rua, tornou-se o maior de todos
os mestres da Capoeira Angola da Bahia. O nome desse menino virou
lenda, mundo afora, mas a história de Mestre Pastinha é real e está
contada, tintin por tintin no livro Pastinha, o menino que virou
Mestre de capoeira, escrito pelo jornalista José de Jesus
Barreto e ilustrado pelo artista Cau Gomez.
Vicente
Ferreira Pastinha foi o maior capoeirista do país. Nasceu no dia
cinco de abril de 1889, e morreu em 13 de novembro de 1981, cansado,
cego e doente. Mas o seu saber continua forte, no corpo e no
aprendizado de seus discípulos, muitos famosos como Jorge Amado,
Carybé, e outros que se dedicaram à capoeira para dar continuidade
à obra do velho mestre, iniciada em uma academia no Largo do
Pelourinho, em Salvador, em 1935.
Pastinha
costumava dizer que nascera predestinado a uma missão: lutar
capoeira. “Guardião da capoeira de Angola”, como o intitulava
Jorge Amado, “elemento conservador e esteio da genuína luta/dança
dos escravos” na observação de Carybé, ou simples personagens
das ladeiras históricas e da vida sofrida do Maciel e Pelourinho.
Mestre
Pastinha aprendeu capoeira com seu vizinho, Benedito, aos oito anos
de idade. Foi marinheiro, alfaiate, marceneiro,pedreiro, carpinteiro
em sobretudo, capoeirista. Ele tirou literalmente a capoeira da lama
na época em que “era vergonha andar de berimbau na mão”.
Barreto
já havia escrito o livro Pastinha, o Grande Mestre da Capoeira
Angola, da série Gente da Bahia, editado pela Assembleia
Legislativa, em parceria com Otto Freitas. O livro fez sucesso. Não
havia nada escrito sobre Pastinha. Agora a editora Solisluna lança
essa obra belíssima dirigida ao público infanto juvenil.
Barretinho
conta a trajetória do pequeno garoto a vadiar pelas ruas do Pelô,
jogando bolinha de gude, empinando arraia e brigando com outros
meninos. Como era mirradinho, sempre levava o pior mas não baixava a
cabeça diante das provocações dos garotos mais velhos. O
ex-escravo Benedito lhe ensinou a jogar capoeira. “Aprendi que o
bom capoeirista fica no canto, quieto, calado...porque, na capoeira,
a surpresa é fundamento”.
Na época
a capoeira era considerada uma atividade de marginais, mas com muita
dificuldade Pastinha seguiu em frente, formou seus primeiros alunos,
liderou suas rodas e até ensinou mulheres como Maria Homem, Julia
Fogareira e muitas outras.
Ricamente
ilustrada pelo premiado Cau Gomez que fez uma verdadeira obra prima,
o livro conta o significado dessa perfeita coordenação de
movimentos do corpo que o capoeirista executa, da ginga, do jogo, da
sonoridade do berimbau dos golpes da luta – meia lua, bananeira,
aú, cabeçada, rabo de arraia e muitos outros.
As
ilustrações criativas de Gomez, o texto encantado de Barreto e a
edição primorosa da Solisluna fazem dessa obra uma pérola que vale
a pena conferir: Pastinha, o menino que virou Mestre de capoeira!
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