15 maio 2012

Música & sexo, uma relação muito estreita (7)

Direito ao prazer





Luiz Gonzaga Júnior (1945/1991), o Gonzaguinha foi compositor engajado politicamente, que manifestou em suas letras preocupações sociais e mesmo palavras de ordem contra a política brasileira. Mas suas músicas românticas como Grito de Alerta e Começaria Tudo Outra Vez marcaram época e inovaram a forma de abordar, na canção popular, o amor feminino. Assim, ele emocionou os românticos sem deixar de ser combativo e intransigente com os direitos artísticos e humanos. Ele cantou o amor do ponto de vista feminino como só ele e Chico Buarque sabem fazer, chamando a atenção das mulheres para o direito ao prazer, como em Avassaladora no disco de 1999, Luizinho de Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha:

“Avassaladora
senta no seu colo
lambe o pescoço
morde a orelha
enfia a língüa
por entre seus dentes
tomando toda a sua boca
ela é louca
muito louca e,
ele adora sua mão
apertando o que deseja
com calor e com carinho
ensinando o caminho
da loucura
e acabando com
seu medo de não poder
e o macho se solta
se larga, se acaba na
mão da rainha
com todo prazer.
e o macho desmonta
no grito de gozo
na mão da rainha
e desmaia
de tanto prazer”.

Ou mesmo a sensual Infinito Desejo, sucesso na voz de Maria Bethânia:

“Ah, infinito delírio chamado desejo
Essa fome de afagos e beijos
Essa sede incessante de amor
Ah, essa luta de corpos suados
Ardentes e apaixonados
Gemendo na ânsia de tanto se dar
Ah, de repente o tempo estanca
Na dor do prazer que explode
É a vida, é a vida, é a vida, e é bem mais
Esse teu rosto sorrindo
Espelho do meu no vulcão da alegria
Te amo, te quero, meu bem não me deixe jamais
E eu sinto a menina brotando da coisa linda
Que é ser tão mulher
Oh santa madura inocência
O quanto foi bom e pra sempre será
E o que mais importa é manter essa chama
Até quando eu não mais puder”.

Em versos dramáticos ou irônicos Gonzaguinha se expôs, mostrou todas as suas faces numa música feita para ouvir e pensar com esta Sangrando, do disco de 1980, De Volta ao Começo

“Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando

Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo
Veja o brilho dos meus olhos
E o tremer nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça
E emoção

E se eu chorar
E o sol molhar o meu sorriso
Não se espante , cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar

Quando eu soltar a minha voz
    Por favor, entenda
    É apenas o meu jeito de dizer
O que é amar’

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