Artista plástico autodidata cumpre a
missão como pode: pinta quadros, faz charges, esculturas, cenários,
instalações, desenhos na areia da praia, com regador, para fotografar do alto.
Desde que saiu de Juazeiro, fez carreira em Salvador e já expôs em Portugal,
França, Alemanha, Rio de Janeiro entre outras. Ruy Carvalho não pára, elétrico e falante, ele
circula em diversos lugares. Vamos conhecer sua trajetória.
Como
foi que você começou nas artes gráficas?
RUY – Desde menino,
bem antes de entrar na escola, desenhava carros, eletrodomésticos e personagens
de HQ. Lembro-me que aprendi a ler desenhando logotipos de liquidificador,
rádio e embalagens. As imagens eram fascinantes. Aos 14 anos fiz capas de
livros de poetas juazeirenses e a Codevasf encomendou-me uma cartilha para
orientar colonos e tive a idéia de criar o trabalho em quadrinhos.
Você
nasceu em Juazeiro e veio com quantos anos para Salvador?
R – Eu só
aparecia em Salvador nas férias colegiais ou quando tinha um evento de família.
Passei a morar em Salvador em 1982 com 20 anos e fui contratado para criar
layouts numa editora que confeccionava os catálogos telefônicos da Telebanhia.
A partir daí, conheci gente ligada à propaganda e publicidade.
Com
quantos anos você começou a trabalhar com cartum, caricatura e quadrinhos?
R – Sempre fiz charges
e cartuns, em 1988 um grande amigo ilustrador e chargista Carlos Rezende
insistia que eu participasse do Primeiro Salão de Humor da Casa de Cultura
Laura Alvin, no Rio e ganhei menção honrosa.... No mesmo ano realizamos duas
exposições de humor em Salvador.
E
onde foram publicados?
R – TV Aratu,
Band-BA, Revista Vogue, Casa Claudia, jornal A Tarde, Bahia Hoje, Jornal da
Bahia, Tribuna da Bahia.
Quais
são suas principais influências ?
R – Ziraldo, Jack
Davis, Roy Lichtenstein e Marie Severin.
Você
foi um dos primeiros artistas gráficos a fazer caricatura na tevê. Fale desse
período e qual foi o programa?
R – Comecei a
trabalhar na TV aratu em 1989, onde desenhava diariamente ao vivo caricaturas dos
convidados do programa Bom Dia Bahia, apresentado por Hermano Henning. Devido à
aceitação do público, a emissora escalou-me para a mesma atividade no Programa
Opinião que ia ao ar somente às quintas feiras com apenas um convidado conhecido
nacionalmente. Dentre os convidados de ambos os programas, desenhei as caricaturas
de Luiz Carlos Prestes, Luiza Erundina, Lula, João Saldanha, Waldir Pires,
Fernando Sabino, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Paulo Maluf, Fernando Gabeira
entre outros.
Você
já publicou tiras diárias nos jornais, quais?
R – Minhas tiras
foram publicadas semanalmente no jornal A Tarde. No Bahia Hoje é que as charges
eram publicadas diariamente.
De
todos os seus trabalhos, há algum de que você mais se orgulha?
R – Tem vários,
mas em especial as ilustrações que fiz para a RevistaVogue. Fiz desenhos
mostrando a Bahia de maneira dinâmica e feliz.
Você
já expôs seus trabalhos em varias partes do mundo. Conte um pouco dessa
experiência
R – Sempre gostei
de arte e suas vertentes. Mesmo ilustrando charges e cartuns, sempre pintei
telas e outros suportes como grafite e mosaicos. Meus trabalhos já participaram
do Salão de Arte do Aeroporto de Munique, na Alemanha, foi um dos classificados
no concurso de cartum do jornal Yomiuri Shumbum, no Japão. Tenho trabalhos nos
EUA, Europa e Ásia de clientes que encomendam e levam para seus respectivos
lugares.
Você
já aderiu as novas ferramentas tecnológicas, o desenho digital
R – Em 1991
comecei meus primeiros passos em computação gráfica na TV Globo-SP ilustrando
para o Globo Esporte, Globo Rural, Globo Comunidade e mapas para a meteorologia
do JN. Embora goste de usar lápis e pincel, utilizo os programas photoshop e
illustrator o que facilita muito no desenvolvimento de uma idéia. Ziraldo me
disse o seguinte: “Você pode dominar o ecoline, fazer trabalhos incríveis, mas
aquele degradeé só mesmo o photoshop pra lhe dar o resultado”.
Como
você define o humor?
R – Um compromisso
com a via.
O
que você mais gosta de fazer: cartum, charge, caricatura ou quadrinhos ?
R – Todos juntos,
contido, os quadrinhos têm seu lugar.
O
que você gosta de ler nos quadrinhos ?
R – Mafalda, Huk
ilustrado por Marire Severin, os desenhos de Roger Dahi, Asterix, Mortadelo
& Salaminho, as tiras de Fernando Gonzales, Moebius, Frank Miller e os mais
recentes mangás.
O
que lhe inspira quando está no processo de criação?
R – DEUS. Sempre
converso com DEUS antes de criar qualquer coisa.
Quem
são hoje os bons chargistas e caricaturistas na sua opinião?
R – Cauh Gomez,
Amarildo, Cárcamo, Carlos Rezende, Leonardo Rodriguez, Fernando Gonzalez.
Dalcio, Sebastian Kruger, Aroeira.
Você
acha que a charge ainda tem hoje a força critica de antes ?
R – Não. Veja
você que, hoje temos a internet e ainda assim a charge não tem a força que
tinha antes. Uma ou outra charge se destaca para o grande público. A charge é
bem vista no meio de jornalistas, artista e organizadores de eventos ligados a
humor.
E
agora quais são seus projetos para o futuro?
R – Montar a
próxima exposição e editar meu livro.
2 comentários:
Ruy é demais!!!
Parabéns pela entrevista.
Parabéns! Ruy sempre admirei VC e suas maravilhosas gravuras, pinturas. Grande Artista Contemporâneo. Brilhe sempre. 👏🏻💐 🥂🍾💋
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