A humanidade sempre se deparou com o
medo ao adentrar numa nova era. Foi assim na Revolução Agrícola, na Industrial,
na Tecnológica e agora nos primórdios desta quarta Revolução, a da Inteligência
Artificial. Sabemos que o ser humano é dotado de dois grandes sistemas: o
físico e o mental – o cognitivo. Até agora, todas as revoluções substituíram a
função do ser humano na sua característica física, manual. A inteligência
artificial veio para substituir a inteligência cognitiva. Este é o novo
desafio.
Nesta quarta revolução industrial, cada
vez mais etapas da produção, distribuição venda de produtos será feita por
máquinas inteligentes. Isso trará mais riqueza, mas forçará o deslocamento da
força de trabalho humana para atividades diferentes das que fazem hoje. A
sociedade precisa discutir este processo para que ele ocorra de modo a aumentar
a riqueza sim, mas com justiça social.
Para Alberto Ferreira de Souza, professor
de Ciência da Computação e Coordenador do Laboratório de Computação de Alto
Desempenho da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), “nós, humanos,
nascemos sabendo muito pouco – precisamos aprender até como andar e falar.
Apesar da necessidade de educar a todos, a atividade de ensinar evoluiu pouco
desde Platão e Aristóteles e das “escolas” que criaram na Grécia antiga. Muito
embora novas tecnologias, especialmente a Internet, estejam transformando a
educação, a forma como aprendemos não deve mudar muito no curto prazo devido às
restrições impostas biologia de nosso corpo”.
“Mas haverá um aumento contínuo da
presença de robôs na educação formal tão logo robôs humanoides passem a habitar
entre nós. Ou seja, no futuro, os professores serão, em sua maioria, robôs. Até
chegarmos lá haverá uma mudança contínua do mercado de trabalho, com
substituição de pessoas por máquinas inteligentes”.
A primeira revolução industrial foi das
máquinas de tear e a vapor. A segunda, a da eletricidade. Em 1980, houve a
entrada da tecnologia e dos computadores em massa. Agora, na quarta revolução,
teremos a união da inteligência artificial de robôs e humanoides com seres
humanos.
É a interface homem-máquina, que exige
muito mais conhecimento, não o técnico, conhecimento sobre essa nova sociedade.
Um exemplo: pela saliva, é possível sequenciar o seu genoma por apenas US$ 22.
Há 12 anos, custava US$ 3 bilhões. Estamos vivendo a quarta revolução
industrial, que é a união entre os mundos físico, digital e biológico.
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