Tem ainda a insegurança, o local do
medo, em vez de esperança. E a vida não tem de ser assim. O espaço que
coabitamos pode ser (consensualmente) bem estruturado. Nesse espaço em que
muitas das coisas vitais para a vida de cada um de nós (transportes, escolas,
hospitais, trabalho) são compartilhadas, podem nos ver uns aos outros como
condições, mais que como obstáculos, para nosso bem estar, coletivo e
individual.
Eles podem, dizem muitos. A pergunta é:
eles o fariam?. Eles o farão?. As pessoas podem influenciar os assuntos que lhe
digam respeito de duas maneiras: por meio da voz (exigir mudanças no tipo de
coisa feita e na forma como ela é feita) ou por meio da saída (virar as costas
para a coisa que não satisfaz e se mover completamente para outro lugar, a fim
de buscar satisfação). Mas a possibilidade de se contrapor às pressões atuais
por um lugar as vidas privadas e pública de motivações éticas e de avaliações
morais depende ao mesmo tempo de mais autonomia para esses indivíduos e de uma
partilha mais vigorosa das responsabilidades coletivas.
O dilema Estado versos indivíduo é como
tirar leite das pedras. Cidadãos autônomos, moralmente auto sustentados e
independentes (ou seja, rebeldes, incômodos e desagradáveis) numa comunidade
política como Salvador onde o índice de analfabetismo é alto, é pedir demais.
Enquanto isso, na batcaverna, eles fazem o que querem, o povo que se exploda.
A felicidade, em nossa cidade, é uma
fuga da insatisfação. Nossa capacidade de afastamento do exigir mais do
político e saber o que ele faz, é a medida da arbitrariedade dele e, assim, num
mundo regido pela política e de sua insustentabilidade, a necessidade de
mudança e a capacidade de mudar se induzem e definem mutuamente. Ou seja, é
pura ilusão. Quanto mais facilmente possamos nos afastar da política, menos
autoridade estamos inclinados a lhe conceder. E é isso o que eles querem. Atuar
como se não existissem ninguém. O que eles fazem é só para satisfação própria.
O sociólogo baiano Antonio Risério em
uma de suas colunas quinzenais publicadas no jornal A Tarde informou que a primeira
profissão que vingou na Cidade da Bahia foi a de ladrão (Passeios Públicos. A
Tarde 30/03/2013, p.2): “E o primeiro dos ‘dous ff’ de que falava Gregorio.
Terra de gatunos, denunciava-se no século 18 (...). E hoje, para tudo quanto é
lado que olho, diviso logo algum ilustre, poderoso e envernizado ladrão,
proprietário de casas e de casos”.
O escritor Hélio Pólvora escrevendo
sobre insegurança consentida (A Tarde 09/06/2013, p.2) afirmou: “Somos
governados por uma minoria hábil na simulação de condutas democráticas”.
Terceira maior cidade do país em população, Salvador sofre, há tempos, com uma
crônica falta de recursos. Tem a pior arrecadação per capita entre as capitais
dos estados brasileiros, Salvador cresceu de forma desordenada e desorganizada
e nenhum gestor tentou mudar isso...
A prática de legislar em causa própria,
ignorando as aspirações da sociedade, transformando o Poder Legislativo em uma
casa de negócios, criou uma imagem negativa do Congresso Nacional perante a
opinião pública. As eleições de Eduardo Alves e Renan Calheiros para a
presidência da Câmara e do Senado são exemplos de distanciamento dos
parlamentares brasileiros em relação à sociedade. Outra deterioração política
foi a Comissão de Ética em que oito dos 15 membros titulares são acusados em 20
inquéritos e ações penais. E para presidir tal comissão um pastor, reu no STF e
acusado de homofobia e racismo. Até quando a população vai aguentar isso?
(Texto publicado no dia 19 de junho de 2013)
Já perdi a esperança
de ter na política o respeito
já que sei que não é direito
usufruir do dinheiro público
e a justiça ficar cega no que vê
pois faz conluio com o poder
e agora, em quem acreditar?
Siga seu caminho reto
respeite o próximo e vá direto
naquilo que tem fé e tenha certeza
que o que faz é uma proeza
de saber viver simples, com humildade
não pisar no outro e falar sempre a
verdade
e se inspirar naquilo que acredita
vá em frente, amigo, a vida é bendita!
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