“Não se pode querer que o amor
traga só felicidade” (Ana) Algumas palavras sobre Tristão e Isolda.
Casamento
por amor? Poucas ideias causariam mais estranhamento na sociedade romana ou
medieval. Associar o sentimento à iniciativa de construir uma família é algo
bem mais recente. Antes, casava-se, mas com o objetivo de se fortalecer
econômica ou politicamente. A história começou a mudar quando o “Romance de
Tristão e Isolda”, originado de uma lenda celta, passou a inspirar poetas,
escritores, pintores e músicos da Idade Média.
Seu enredo (tão familiar hoje,
revolucionário na época) nos apresenta a protagonistas que enfrentam os mais
dramáticos obstáculos para viver o seu amor. O maior deles, o hoje clássico
triângulo: Isolda ama Tristão, mas é prometida em casamento ao tio dele, o rei
Marcos, da Cornualha. O final trágico ( Tristão morre e Isolda se suicida) leva
à conclusão (romântica, naturalmente): amar significa sofrer e amar
absolutamente significa morrer por amor.
Daí em diante, o romantismo
evoluiu (tendo o seu auge no século XIX, que venerava a agonia do apaixonado)
mas Tristão e Isolda continuaram como ponto de partida de qualquer discussão
sobre o tema. Influenciaram de Shakespeare, em “Romeu e Julieta”, a Richard
Wagner, que compôs uma ópera em torno dos amantes. “O amor feliz não tem
história na Literatura Ocidental. A felicidade dos amantes só nos comove por causa
da expectativa da infelicidade que os ronda. Sem sofrimento não há romance.”
(História do Amor no Ocidente - Denis de Rougemont)
Referências bibliográficas
LIVROS:
BAZIN,
André. O que é o cinema?. São Paulo: Brasiliense, 1992.
CRUZ, Gutemberg.
No canto dos trovadores a voz rasgada do povo. Revista Quatro Cantos nº5.
Salvador. Dezembro de 1981, p.18 e 19.
CURRAN,
Mark. História do Brasil em Cordel. São Paulo: Edusp, 2003.
HAURÉLIO,
Marco. A grande travessia do cordel e seus briosos vates pelo gigântico mar das
letras brasileiras. Revista Discutindo Literatura, nº19. São Paulo: escala Educacional.
2008, p. 34 a 43.
ROUGEMONT,
Denis de. A historia do amor no ocidente.
2.ed.reform. São Paulo: Ediouro, 2003.
WISNIK,
José Miguel. A Paixão Dionisíaca em Tristão e Isolda. Os Sentidos da Paixão.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
XAVIER,
Ismail (org.). O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
INTERNET:
NOGUEIRA,
Heitor. Literatura de cordel. Disponível em: Acesso: 22 de abril de 2009:
http://culturaergaomnes.blogspot.com/2008/05/literatura-de-cordel.html
COELHO,
Nelly Novaes. Literatura de cordel. Disponível em: Acesso: 22 de abril de 2009: http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/L/literatura_cordel.htm
CINEMA:
ARRAES,
Guel. Romance. 105 minutos aprox. Drama/romance. Direção de Guel Arraes. Roteiro
de Guel Arraes e Jorge Furtado. Brasil, 2008. Distribuição: Buena Vista International.
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