14 maio 2015

Relação entre teatro e cinema no filme “Romance” (03


Romance, o filme

“Não se pode querer que o amor traga só felicidade” (Ana) Algumas palavras sobre Tristão e Isolda.
Casamento por amor? Poucas ideias causariam mais estranhamento na sociedade romana ou medieval. Associar o sentimento à iniciativa de construir uma família é algo bem mais recente. Antes, casava-se, mas com o objetivo de se fortalecer econômica ou politicamente. A história começou a mudar quando o “Romance de Tristão e Isolda”, originado de uma lenda celta, passou a inspirar poetas, escritores, pintores e músicos da Idade Média.

Seu enredo (tão familiar hoje, revolucionário na época) nos apresenta a protagonistas que enfrentam os mais dramáticos obstáculos para viver o seu amor. O maior deles, o hoje clássico triângulo: Isolda ama Tristão, mas é prometida em casamento ao tio dele, o rei Marcos, da Cornualha. O final trágico ( Tristão morre e Isolda se suicida) leva à conclusão (romântica, naturalmente): amar significa sofrer e amar absolutamente significa morrer por amor.

Daí em diante, o romantismo evoluiu (tendo o seu auge no século XIX, que venerava a agonia do apaixonado) mas Tristão e Isolda continuaram como ponto de partida de qualquer discussão sobre o tema. Influenciaram de Shakespeare, em “Romeu e Julieta”, a Richard Wagner, que compôs uma ópera em torno dos amantes. “O amor feliz não tem história na Literatura Ocidental. A felicidade dos amantes só nos comove por causa da expectativa da infelicidade que os ronda. Sem sofrimento não há romance.” (História do Amor no Ocidente - Denis de Rougemont)

Referências bibliográficas

LIVROS:

BAZIN, André. O que é o cinema?. São Paulo: Brasiliense, 1992.

CRUZ, Gutemberg. No canto dos trovadores a voz rasgada do povo. Revista Quatro Cantos nº5. Salvador. Dezembro de 1981, p.18 e 19.

CURRAN, Mark. História do Brasil em Cordel. São Paulo: Edusp, 2003.

HAURÉLIO, Marco. A grande travessia do cordel e seus briosos vates pelo gigântico mar das letras brasileiras. Revista Discutindo Literatura, nº19. São Paulo: escala Educacional. 2008, p. 34 a 43.

ROUGEMONT, Denis de. A historia do amor no ocidente. 2.ed.reform. São Paulo: Ediouro, 2003.

WISNIK, José Miguel. A Paixão Dionisíaca em Tristão e Isolda. Os Sentidos da Paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

XAVIER, Ismail (org.). O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996.


INTERNET:

NOGUEIRA, Heitor. Literatura de cordel. Disponível em: Acesso: 22 de abril de 2009:
http://culturaergaomnes.blogspot.com/2008/05/literatura-de-cordel.html

COELHO, Nelly Novaes. Literatura de cordel. Disponível em: Acesso: 22 de abril de 2009:  http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/L/literatura_cordel.htm


CINEMA:

ARRAES, Guel. Romance. 105 minutos aprox. Drama/romance. Direção de Guel Arraes. Roteiro de Guel Arraes e Jorge Furtado. Brasil, 2008. Distribuição: Buena Vista International.


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