05 maio 2015

Ele é do contra: Angeli (01)



Filho de imigrantes italianos. Fã de Millôr Fernandes, Jaguar e Ziraldo. Publicou seu primeiro
desenho na extinta revista Senhor, aos 14 anos. E desenvolveu um gosto por tipos urbanos com comportamentos fora do padrão. Autor de vários livros, participante de alguns festivais de comics da Europa e colaborador do jornal Diário de Notícias de Lisboa, Angeli teve seus trabalhos publicados pelas revistas Linus (Milão), El Víbora (Barcelona) e Humor (Buenos Aires).

Atualmente, trabalha com exclusividade para a Folha de S.Paulo e para o provedor Universo Online, desenvolvendo quadrinhos animados para a Internet. Seus trabalhos já foram adaptados para o teatro e para a televisão. Grande parte dos seus personagens podem ser conferidos também no cinema, no longa de animação Wood & Stock: sexo, orégano e rock´n´rol, dirigido por Otto Guerra.

Outra forte característica do seu trabalho é o humor político – nenhum presidente escapou das tirinhas do paulistano. “Por meio dos pincéis do cartunista paulistano Angeli, José Sarney virou um ator mexicano de segunda categoria, Fernando Collor surgiu envergando uma faixa presidencial feita de correntes de ferro, Itamar Franco teve comentadas suas propagadas limitações intelectuais e Fernando Henrique Cardoso, sua ilimitada vaidade”, publicou a revista Veja.

Só para o ex-presidente Lula foram mais de 200 charges que praticamente contam a história de seus oito anos de mandato. “Humor a favor não é comigo. Deixo isso para os publicitários”, disse. “Angeli é o melhor chargista do Brasil”, diz o cartunista Laerte. “Ele fez o que todo humorista deve fazer, que é manter-se cético em relação a qualquer governo. Nenhum deles jamais vai conseguir sua adesão”.

“Charge política eu faço mais por raiva do que por prazer, os quadrinhos eu faço por prazer. Na
charge utilizo a visão que estou tendo da coisa como cidadão comum, para passar um recado”, disse numa entrevista a Caros Amigos (n.50, maio de 2001, pags.30 a 37. Pags 30 a 37). “Fazendo charge política, vi que não gosto da política oficial, por isso faço com raiva. Tem chargista que gosta. O Chico e o Paulo Caruso gostam. Eles desenham passo a passo cada trama política. Eu já faço uma charge mais ampla, nem sempre consigo, mas procuro não desenhar políticos. O meu lance é criar personagens, construir o mundo do personagem, quer dizer, eles são melhor construídos do que desenhados”.

Recebe diversas propostas para colocar seus personagens em campanhas publicitárias mas ele não aceita. É um princípio seu. A Rede
Globo já convidou diversas vezes para ele fazer charge, não aceitou. O Millôr aceitou. “Antes de tudo, não sinto vontade”, respondeu. “...já fiz desenhos de graça pra entidades, campanhas sociais, pra fanzine de moleque, não tem problema, mas, quando é uma empresa do tamanho da Globo, da Abril, propor fazer um desenho de graça chega a ser ofensivo”, disse para a revista Caros Amigos.

Angeli não é de oposição nem de situação. É do contra. Desenha há 37 anos contra a politicagem, contra o politicamente correto – e a favor do grande orgasmo universal
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