Muitos atores interpretam personagens
famosos e chegam onde podem levar o sonho, quando energizado pelo talento. Mas
um personagem de sucesso pode deixar marcas para sempre. Por mais que
demonstrem talento em outros filmes e situações, o público insiste em se
lembrar deles nesses papéis. E, em geral, eles acabam se conformando em ser
apenas as encarnações definitivas dessas figuras mitológicas. Ou fazem
variações deles. Tornam-se imortais, numa perfeita simbiose de ator e
personagem. Bons exemplos: Charles Chaplin/Carlitos, Johhny Weissmuller/Tarzan,
Boris Karloff/Frankenstein, Rita Hayworth/Gilda, Silvia Kristel/Emmanuelle,
Christopher Reeve/Superman, Sylvester Stallone/Rambo e muitos outros. Hoje
vamos conhecer seis deles.
Sean “007” Connery. Em 1962, quando se
lançou o primeiro filme do agente secreto britânico 007 (“O Satânico Dr. No”),
embora os livros de Ian Fleming estivessem em muitas mãos, ainda não estavam em
todas as cabeças. Caberia a Sean Connery, um ator então totalmente
desconhecido, tornar-se célebre como o agente com licença para matar. Quando
ele passou, pela primeira vez, diante da objetiva – ao som da trilha de John
Barry, que se tornaria célebre – e deu um tiro cobrindo a tela de sangue,
imprimia-se a marca de James Bond. O sucesso prolongou-se no ano seguinte, com
“Moscou Contra 007”, mas Sean temia ficar prisioneiro do personagem. Conseguiu
permissão para sair e fazer outros filmes. James Bond, no entanto, era mais
forte.
Connery celebrizou o agente secreto
britânico 007 em sete filmes. Em 1983, ele aceitou retornar o papel na produção
“Nunca Mais Outra Vez”, mas arrependeu-se da experiência. Disse até que
gostaria de matar James Bond. “Durante anos, a crítica julgou que eu só sabia
fazer aquele papel”, afirma ele. “Eu ficava furioso com isso”. Depois disso,
muita coisa mudou – revelou-se um ator completo, desempenhando papéis difíceis
como William de Baskerville em “O Nome da Rosa”, ou o hilariante pai do
arqueólogo Indiana Jones em “Indiana
Jones e a Última Cruzada”, ou mesmo um
velho agente de polícia, no filme “Os Intocáveis”. Sean libertou-se de James
Bond, mesmo assim ficou marcado como o agente a serviço de Sua Majestade.
Christopher “Superman” Reeve. Ator que
os produtores foram buscar no teatro para viver o herói
alado, cujas façanhas fascinam os
habitantes de Metrópolis. Ele é o repórter Clark Kent, de óculos, modesto, que
se transforma no Superman. Seus criadores nas histórias em quadrinhos, Jerry
Siegel e Joe Shuster jamais imaginariam a dimensão da popularidade que seu
personagem alcançaria. Em 1938, os quadrinhos de Super-Homem ganharam as
páginas de uma revista de circulação nacional. Dez anos depois, em 1948, ele
aparece nas telas, sendo Kirk Allyn o primeiro Superman do cinema. Daí para o
mundo inteiro foi um vôo rápido.
Reeve (1952/2004) estreou “Superman, o
Filme” em 1978, e a Academia de Hollywood premiou os efeitos especiais da fita.
Já foram rodados quatro filmes do Homem de Aço. O último teve a história
escrita pelo próprio Reeve que, realmente, tem a cara do personagem do gibi e
já está marcado com esse estigma. Um outro ator que não é seu parente, George
Reeves, fez o papel de Superman na tevê, em 1951. Em 1959, desiludido com a
falta de bons papéis e emocionalmente perturbado (lamentava não possuir de fato
nenhum poder), George Reeves suicidou-se, pulando de um edifício. Ele tinha 45
anos de idade.
Sylvia “Emmanuele” Kristel. A atriz fez
o possível para perder a imagem que viveu no cinema. Mas os quatro filmes da
série Emmanuelle (que começou em 1973, criada por Just Jaeckin), é que fizeram
a fama desta atriz holandesa. Houve até imitadores, como “Emmanuelle Negra”,
Laura Genser. Na fita, Kristel vive aventuras sexuais por lugares exóticos,
primeiro acompanhadas por seu marido diplomata. Depois foi tendo outros
encontros mais ousados. Proibido durante anos no Brasil, a jovem esposa de um
diplomata, no mundo da sensualidade, hoje parece tímida. As extravagâncias
quando ocorrem não chegam a meias conseqüências.
Bela “Drácula” Lugosi. Drácula é a
figura mais famosa da literatura de horror (o livro definitivo é
do escritor irlandês Bram Stocker,
publicado em 1897). A personagem teve inúmeras criações famosas no cinema como
a de Christopher Lee nos anos 50. Mas o ator que melhor soube viver o conde da
Transilvânia foi o ator húngaro Bela Forenc Blasko, conhecido pelo nome
artístico de Bela Lugosi (1882-1956). Raramente, personagem e ator se
identificaram tanto quanto neste caso. Criador do papel em peça de teatro na
Broadway, este ator fez Drácula em 1930 e ficou marcado para sempre. Repetiu o
personagem outras vezes, a ponto de chegar a ser enterrado com a capa de
vampiro.
Lugosi impressionou os homens e
conquistou as mulheres com sua voz de aveludado sotaque e seus olhos saltados. Fazendo
Drácula também no teatro e em vários filmes subsequentes, ele permanece até
hoje como o mais notável intérprete do nobre bebedor de sangue. Lugosi – e
muitos atribuem isso a qualquer misteriosa maldição, apesar de todo o sucesso –
morreu pobre, destruído pelas drogas.
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