20 outubro 2021

Amor de mar, amor Odemar (17)

 

Uma vez um poeta Fernando Pessoa disse: "Não fazemos amigos, reconhecemos". O reconhecer está em enxergar no outro, o que quer, deseja, aspira da vida, afinidades, medos, angústias, ou apenas uma admiração, ou de ser o como o amigo é...ser reconhecido por eles como alguém, existir.

 

“Tenho oito anos, eu vim contar como era conhecer Odemar. Não sei quantos anos conheci ele, parece três ou quatro anos. Ele era muito legal, engraçado, simpático, gentil e muito alegre. Gostava muito das comidas dele, tipo coxinha e mais, ele tem uma cachorrinha muito legal. Ela gosta de carinho, engraçada. Ainda Odemar se vestia muito bem...ele tem uma casa de praia e limpava a piscina pra eu tomar banho e é isso, um beijo” (Beatryz Bispo, mas conhecida como Bia).

 


“Penguem. Assim que eu o chamava. Um cara gente boa. Quando ele gostava, falava tudo o que realmente a pessoa queria ouvir. Comigo não tinha papas na língua. Minha mãe o admirava muito, pois várias vezes dava conselhos e também dava muitas rizadas. Era um chefe na cozinha e um estilista, pois confeccionava roupas para minhas filhas e para mim. Não era para todos que ele se propunha a fazer. Nos 15 anos da minha filha mais velha ele fez um bolo lindo, sem que eu pedisse. Ele me dizia gostar de mim de graça, me defendia se alguém falasse de mim. Nossas farras na Feira de São Joaquim...saia para comprar caranguejo e acabava nos numa barraca tomando umas geladas. Pra mim ele continua vivo no meu coração. Agradeço a Deus por ele ter sido meu amigo” (Conceição, moradora do bairro da Saúde)

 


“Estudei com ele no colégio em Vitória da Conquista. Ele era três cursos mais adiantado do que eu e também mais velho. Morávamos duas ruas de diferença no mesmo bairro. Uma irmã dele ficava muito lá em casa e ele gostava muito dela, Lora. Nos encontramos em Salvador por acaso no bairro da Saúde, 12 anos depois. Bebemos muito juntos, muitos carnavais, muita relentagem nas ruas e um amigo de coração. Todo dia lembro como também outros amigos inesquecíveis pela maneira de ser. Amigo, chegava junto quando precisava e nós dois gostávamos muito de resenhar sobre a vida dos outros, ou seja, fofocar. Que ele fique om Deus que merece! (Paulo Cesar Faria, morador do bairro da Saúde).

 

Gratidão

 

Dema,

queria agradecer

sua amizade.

Quero eternizar

nossa parceria.

Quero perfumar

toda essa energia.

Sem você

meu caminho

não seria forte.

Sua doação

é meu espírito,

meu norte.

Agora estou só,

desamparado,

quieto,

desorganizado.

Só o tempo

dirá o que fazer,

mas meu coração

foi sempre de você.

 

Ele se foi mas deixou um pouco dele em Niquita, sua cachorrinha, ou melhor nossa. Com ela o sentimento é de afinidade intima, de solidariedade indiscutível. Ao abanar o rabo com intensidade expressa sua alegria. Seu amor é incondicional. A cada carícia sentimos seu coração agitar-se. Sua nobreza e bondade não tem limites.

 


Cheiro

Quando levamos nossa cadela Niquita para passear bem cedinho, ela fareja o meio fio, as pedras e as árvores, a fim de saber exatamente que cachorro passou por ali antes, sua idade, sexo, temperamento, estado de saúde e quando passou pelo local pela última vez. Esse procedimento e a mesma coisa que ler um jornal de manhã. Essas narinas revelam-lhe as trilhas invisíveis dos outros cães. Outra novidade é que Niquita adora ficar na janela vendo a banda passar...

 

Nenhum comentário: