Energia
Nascemos para cuidar um dos outros. Cuidamos e somos cuidados desde o momento em que nascemos. Conectamos com a comunidade. Todas as vezes que servirmos a outro temos sentimentos de contentamentos. Generosidade é um bom exemplo de amor ao próximo. Sabemos que o coração manda na gente. Trata-se de uma onda portadora de amor, cuidado, paixão, compaixão. Afeta nosso corpo. Já a raiva nos deixa burros. Emoções positiva funcionam melhor, produz empatia. Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que hoje pensamos determina o que seremos amanhã. Nossa vida é criação de nossa mente. Você, o oceano, as estrelas...tudo é feito da mesma coisa, energia. Assim, tudo é pura energia. Então seja melhor no que puder ser.
Com você
cheguei a outra margem
que Guimarães Rosa escreveu,
tirei a pedra
do meu caminho
que Drummond se inspirou,
virei passarinho
como no poema de Quintana.
Mas estou com o poeta
Manoel de Barros:
“Ando muito completo
de vazios”
ou como encerrou
o soneto de fidelidade
do Vinícius:
“Mas que seja infinito
enquanto dure”.
Depoimento da jornalista
carioca Alcidea de Oliveira: “Quando penso em Odemar Alves, a primeira palavra
que me vem à cabeça é acolhimento. Um misto de muitos afetos, amizade,
generosidade e uma alegria despojada de vaidade ou qualquer outra coisa que sempre
me fazia ficar bem mais tempo que o programado ao lado dele. É estranho pensar
que vou voltar a Salvador e não mais encontrá-lo. Que bom que a vida me deu
esse privilegio de conhecê-lo, conviver (ai agora eu olho e vejo que foi tão
pouco...), desfrutar do seu carinho, da sua alegria, do seu aconchego, que
sempre rendia horas de conversas, às vezes madrugada adentro, tão cheias de
gargalhadas que era a mais pura expressão da felicidade... Sempre que Gute
perguntava de que tanto ríamos, era só motivo para mais risos ainda (lembranças
que agora me fazem rir novamente, apensar de triste). Era mesmo sobre isso:
felicidade de compartilhar momentos simples e bons! Por isso, eu quero falar
com você mesmo, Dema, que resolveu partir tão cedo e dessa forma tão nada a
ver.
Amigo dos bons, você,
Odemar! Bom de ouvir, bom de falar sem papas na língua, bom de não julgar, um
ser solidário por essência, sempre pronto a tornar o momento do outro mais
leve. Bom de copo também, por que não? Quantas cervejas geladas na sala de casa,
na barraca e no boteco do largo da Saúde, nas imediações da Praça Castro Alves,
que a gente adorava parar! Que companhia impar no carnaval de Salvador você foi
pra mim! Uma festa sempre! Como era bom encontrá-lo naquela multidão gostosa
que só quem brinca ou brincou o Carnaval da Bahia sabe como é. Sempre tão
parceiro, protetor, sabia exatamente onde parar em segurança para que a folia
fosse só mesmo suor e cerveja ou também chuva se quisesse cair. Nunca tivermos
problemas em tomar chuva no Carnaval. E tome-lhe cerveja, papo e gargalhadas.
Riamos de tudo e de todos. Estar com você, Dema, era sinônimo de festa sempre!
Que saudade, meu amigo! Também não dá pra negar, que mão boa pra cozinhar, meu
Deus! Absurda disposição sua para estar com aquela mesa posta, lotada de
delícias baianas de manhã bem cedinho, para que ninguém deixasse de se
alimentar antes de descer para o fervo da Lavagem do Bonfim. Eu amava esse
momento maravilhosamente delicioso! Quem poderia imaginar alguém disposto assim
para preparar aquilo tudo e ainda por cima feliz da vida, todo pronto para
brincar na melhor lavagem do planeta?! Caramba, tantas lembranças boas! Quantas
habilidades, quanto talento, quanta criatividade! Sabe o Piolin, aquele
palhacinho vermelho que você fez para experimentar e me deu? Está aqui
enfeitando a minha bancada da sala até hoje, lindo, exatamente como você o fez
e a Música batizou com o nome do palhaço que, segundo ela, dizia que a beleza
está nas coisas simples! Tudo a ver com você, não é Dema? Ah, e a minissaia
preta de pedrinhas coloridas, que você fez pra eu brincar o Carnaval, naquele
ano de sei lá quando? Continua no armário, mesmo que as medidas já não me
favoreçam nem para tentar entrar nela... Para mim, são afetos materializados,
amor sem tamanho nem medida. Por isso seguirão comigo, como as melhores
lembranças de você! Que a sua caminhada seja linda e cheia de luz tanto quanto
foi a sua passagem por aqui, meu amigo! Obrigada, Gutemberg Cruz por me
permitir viver tudo que vivi perto de vocês. (Alcidéa de Oliveira)
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