05 agosto 2014

Saber e poder na visão de Foucault (04)



Se o poder é hoje onipresente, microfísicos nem sempre identificável nas suas fontes de emissão,pouco adianta combatê-lo num plano geral, elaborar estratégias complexas e utopias de reforma social. Uma vez que ele opera nos particulares, é nos particulares que é necessário desestabilizá-lo, combatendo-o no terreno acidentado e descontínuo dos focos de insubordinação.


Foucault então delineia um modelo militar de interpretação da política e da teoria: não é a dialética, que esquiva a realidade,sempre aleatória e aberta, nem a semiologia que podem explicar o mundo político e intelectual, mas a guerra. E não a guerra guerreada, mas asilenciosaque penetra no corpo social, de modo que a política é a continuação da guerra com outros meios e a teoria é sempre uma arma que produz poder, reforçando o velho e contribuindo para criar um novo. A dimensão política, como atividade coletiva tendente à modificação da sociedade como um todo, desmorona ao mesmo tempo que as ideias de totalidade e de dialética.

Nos textos obscuros sobre os quais se debruçou, Foucault escutou a voz dos pobres, miseráveis, mendigos e vagabundos. Ouviu também os libertinos, doentes venéreos, devassos e homossexuais, os anormais, os homens infames e os loucos, presos em hospitais e clínicas psiquiátricas. Ele ouviu a voz do outro, a voz de uma outra razão.

Apesar de ser zen, o fazer-nada para ele não estava com nada. O filósofo itinerante admitia que tinhauma profunda incapacidadede se divertir, de se distrair, de cultivar a arte sublime do ócio. Ele se encontrava de outra maneira.

Ser diferente, pensar diferente, viver diferente, esses foram seus assuntos desde o início. Procuravauma saída. Como é possível admitir a diferença? Como é possível reformular o próprio comportamento sedimentado pelo habito? Como é possível resistir às forças da sociedade que nos vigiam e modulam de modo cada vez mais sutil e refinado?.

Ele não queria ficar na prisão do discurso, no pensar sobre o pensar, na concentração filosófica. Em  uma entrevista, ele diz:Eu pareço um pouco o que as pessoas chamam de escafandrista, entre a areia e o rochedo. E, de repente, o mar, finalmente a profundidade. Eles estão subindo e eu permaneço quase boiando na superfície.

Michel Foucault mostrou-nos, através de sua vasta e inquietante obra, os efeitos normatizantes dos modos de dominação na produção da subjetividade humana. Considerado um dos filósofos de maior influência no pensamento moderno sobre a sexualidade,


Referências

Foucault, M. Um diálogo sobre os prazeres do sexo. São Paulo: Landy. 1982

Foucault, M. História da sexualidade I: A vontade de saber (8a ed.). Rio de Janeiro: Graal. 2005.

Foucault, M. História da sexualidade II: O uso dos prazeres (8a ed.). Rio de Janeiro: Graal.2005.

Foucault, M. História da sexualidade III: O cuidado de si (8a ed.). Rio de Janeiro: Graal. 2005.

Foucault, M. O sujeito e o poder. In H. Dreyfus & P. Rabinow (Orgs.), Michel Foucault: Uma trajetória filosófica: Para além do estruturalismo e da hermenêutica Rio de Janeiro: Forense Universitária. 1995.

Foucault, M. Estética, ética e hermenêutica (Obras Essenciales Vol. 3) (A. Gabilondo, Trad.). Buenos Aires, Argentina: Paidós. 1999.

HUMOR GRÁFICO NA BAHIA



Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).

É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.

Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.

Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

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