13 agosto 2014

Harmonia e imperfeição



Na vida tudo gira em torno da harmonia. Um bom exemplo disso é a coreografia dos ciclos naturais,
primavera, verão, inverno e outono mostrando como a vida coexiste e improvisa com o meio ambiente e como padrões simétricos tendem a se repetir. Basta ver a bifurcação dos troncos das árvores e dos leitos dos rios, as espirais das galáxias, e das conchas, a simetria das asas de uma borboleta e dos flocos de neve.

No universo não há só harmonia e simetria. Se só houvesse equilíbrio jamais haveria transformação. Todas as coisas fundamentais que existem dependem de um desequilíbrio. O próprio Universo se originou do desequilíbrio. Quando o sistema está equilibrado, não se transforma. Sem transformação não há criação, nada acontece. Portanto, tudo o que ocorre e que se transforma no mundo o faz devido a imperfeições, ao
desequilíbrio. É a tensão entre harmonia e imperfeição que gera a criatividade do mundo natural, das formas mais simples àquelas mais complexas. Como pode existir harmonia em um Universo que tende à desorganização. Esse é um dos grandes desafios da Ciência.

As imagens vindas dos mais distantes recônditos cósmicos mostram as profusões de cores e formas de uma beleza espetacular que alguns defendem como harmonia universal. Puro mito. O que existe se olharmos mais atentamente no espaço cósmico são fenômenos catastróficos como galáxias em colisões gerando devastadoras explosões e até buracos negros engolindo tudo ao
seu alcance. Um verdadeiro caos absoluto. A imperfeição e falta de harmonia também se encontra em nosso planeta. Um bom exemplo são os dinossauros que, de tão imperfeitos, já nem existe há mais de milhões de anos porque não alcançaram a harmonia e perfeição exigidas naquele momento. Se houvesse de fato harmonia universal não teríamos o velho confronto entre o bem e mal (e tantos outros opostos).

Toda a história contemporânea gira em torno do problema da desigualdade ou da igualdade dos direitos humanos. E neste século a história registra um movimento igualitário cada vez mais acelerado. Velhos querem parecer jovens. Professores se dizem iguais aos alunos. Governantes procuram igualar-se aos governados, padres querem nivelar-se aos fiéis.

Assim, a desigualdade permite a ordem e harmonia do Universo. A beleza do arco íris só é possível pela desigualdade harmoniosa das cores. É a desigualdade das notas musicais que permite a música. No reino vegetal, a desigualdade cresce de valor diante da variedade: cedros majestosos no Líbano, orquídeas delicadas nas selvas brasileiras e repolhos em qualquer horta. E nos animais? O rei das selvas é o leão mas ele tem defeito na vista, só vê coisas grandes; o morcego somente pousa de cabeça para baixo, tendo uma visão invertida. Nos seres humanos todos são iguais em tudo, nos acidentes é que são diferentes (altos, baixos, gordos, magros, loiros, morenos, negros etc).

Sem encontrar paz na Terra, o astrônomo Johannes Kepler (1571-1630) buscou a harmonia do mundo
nos céus. Durante toda a vida, os homens se destroçaram em conflitos religiosos. Com imaginação e observação, a base da investigação científica, Kepler tornou-se o primeiro a compreender o movimento planetário. Ao constatar que uma força física movia os planetas, ele ajudou a fundar a Ciência moderna. Mas Kepler só conseguiu mudar a maneira de pensar de sua época porque não temia o que descobria. Sua curiosidade sobre seu Deus, dizia Carl Sagan, era maior que seu temor.

Assim, ao final, Kepler encontrou harmonia do mundo. Já o cientista Marcelo Gleiser, a imperfeição. Harmonia e imperfeição são pensamentos científicos de duas épocas distintas. Imperfect Creation, o livro de Marcelo Gleiser.
"Vou escrever sobre a importância da imperfeição no universo. Todas as coisas fundamentais que existem dependem de um desequilíbrio, o próprio universo se originou de um desequilíbrio. Quando o sistema está equilibrado, ele não se transforma. Sem transformação não há criação, nada acontece", diz. "Mas o que vemos é a organização, a simetria. Um dos grandes desafios da Ciência é explicar como pode existir harmonia em um universo que tende à desorganização. A ideia que eu quero trazer é explicar como imperfeição e harmonia caminham juntas.". Pela primeira vez, Gleiser vai mesclar - deliberadamente - a Ciência com a própria biografia. Ele quer mostrar qual foi o papel da imperfeição, do desequilíbrio e da morte na criação da sua vida. Como ele alcançou à sua pró-cura.


HUMOR GRÁFICO NA BAHIA

Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).


É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.

Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.

Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

 





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