04 agosto 2014

Saber e poder na visão de Foucault (03)



Poucos pensadores da segunda metade do século 20 alcançaram repercussão tão rápida e amplaquanto o francês Michel Foucault. Por ter proposto abordagens inovadoras para entender as instituições e os sistemas de pensamento, a obra de Foucault tornou-se referência em uma grande abrangência de campos do conhecimento.


Influenciado por Nietzshe, Michel Foucault afirma que o conhecimento sempre tem um propósito: se caracteriza pela vontade de dominar ou apropriar, além disso, ele é buscado por sua utilidade, é potente e instável. Para ele, a vontade de buscar a verdade não passa de uma versão deturpada da vontade de poder central que Nietzsche considerava o impulso humano primordial. Foucault concluiu que saber e poder estavam intrinsecamente ligados. Mas, diferentemente do poder residir nos indivíduos, conforme concebia Nietzsche em sua concepção dosuper-homem, para Foucault o mais importante aspecto do poder estava nas relações sociais. As principais ideias dele sobre esse tema aparecem na obraA Arqueologia do Saber, lançada em 1969.

O filósofo não acreditava que a dominação e o poder sejam originários de uma única fontecomo o Estado ou as classes dominantes, mas que são exercidos em várias direções, cotidianamente, em escala múltipla (um de seus livros se intitula Microfísica do Poder). Esse exercício também não era necessariamente opressor, podendo estar a serviço, por exemplo, da criação. Foucault via na dinâmica entre diversas instituições e ideias uma teia complexa, em que não se pode falar do conhecimento como causa ou efeito de outros fenômenos. Para dar conta dessa complexidade, o pensador criou o conceito de poder conhecimento. Segundo ele, não relação de poder que não seja acompanhada da criação de saber e vice-versa.

Livro adotado em cursos de direito, filosofia, ciências sociais, história e pedagogia, Vigiar e Punir, do filósofo francês Michel Foucault, estuda a história das legislações e das técnicas coercitivas. Lançado na França em 1975, a obra de Foucault é dividida em quatro partes: "Suplício", "Punição", "Disciplina" e "Prisão". Uma de suas passagens mais célebres narra o "panoptismo", com a descrição do Panóptico, centro penitenciário desenvolvido pelo filósofo utilitarista Jeremy Bentham (1748-1832), cujo sistema de vigilância, no qual os presos não sabiam se estavam ou não sendo observados, serviu como metáfora para o poder disciplinar no mundo moderno.

Para Foucault (1995), o poder  não é apenas coercitivo ou repressor, mas produtivo, heterogêneo, eatua através de "práticas e técnicas que foram inventadas, aperfeiçoadas e se desenvolvem sem cessar. Existe uma verdadeira tecnologia do poder, ou melhor, de poderes, que têm cada um sua própria história" (Foucault, 1999, p. 241). Em cada sociedade, um regime de verdade com seus mecanismos particulares de produção. Foucault (1995, 1999) diz-nos que a Verdade nunca está fora do sistema de poder e que não uma Verdade sem poder. Rejeitando a hipótese repressiva do poder - em que o poder operaria a partir do sistema coercitivo das leis ou do Estado - ele descreve a complexa rede de tecnologias e de sistemas disciplinares pelas quais o poder opera, particularmente através das disciplinas normalizantes da medicina, da educação e da psicologia na modernidade.


A noção de poder inclui a possibilidade de resistência, que é fundamental na contraposição a todas as formas de opressão e violência. No entanto, a análise/compreensão das relações de poder remetem para o par dominação/resistência na condição de sujeitos livres, enfatiza Foucault (1995).



HUMOR GRÁFICO NA BAHIA



Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum, caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade para o grande público (jovem e adulto).

É necessário apresentar ao público a história desses artistas que continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos históricos e sociais.

Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.

Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo, Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bfruno Aziz, Valterio, Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

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