Joe Sacco - 2
Joe Sacco
sempre foi apaixonado pela arte sequencial. Quando era criança,
publicou uma série de humor com um amigo, mas não pensou que
pudesse um dia viver disso. Ele se mudou para Los Angeles em 1986 e
se tornou um dos editores da Fantagraphics (a mesma empresa que
publicou os primeiros números de Usagi Yojimbo). De 1988 a 1992, Joe
foi viajar pelo mundo. Voltou a Malta, sua terra natal, morou em
Berlim fazendo panfletos e pôsteres para bandas locais e até
acompanhou um grupo de Rock em uma excursão. No fim de 1991, Sacco
foi para Israel, onde recolheu o material para escrever Palestina:
uma nação ocupada. O livro é reconhecido como a grande obra
documentária feita em quadrinhos desde o premiadíssimo Maus, de Art
Spiegelman. Palestina ganhou o troféu Harvey Awards como melhor nova
série e recolheu elogios de várias publicações fora da área de
quadrinhos e, é claro, dos que trabalham no meio. "Sacco relata
a vida nos territórios ocupados com sensibilidade, perspicácia e um
faro apurado para as ambiguidades morais. Altamente recomendado",
disse Alan Moore, escritor de Watchmen.
Após
Palestina, Sacco fez Natal com Karadzic (uma história curta
publicada no Brasil na coletânea Comic Book: O novo quadrinho
norte-americano) e Soba, contando suas viagens à Bósnia em 1995 e
1996. Em junho de 2000 foi lançada Safe Area: Gorazde - The War in
Eastern Boznia 1992-1995, outra aclamada obra do jornalista. Em 2006
é lançada Derrotista, mistura de sátira autobiográfica e diário
de viagem, esta coletânea traz histórias inéditas em livro.
Histórias publicadas na revista Yahoo, que Sacco produziu e editou
entre 1988 e 1992. Entre elas, boa parte de suas tiras de humor e de
seu material autobiográfico, escancarando sua insegurança amorosa,
sua época de estudante universitário, sua vida como bibliotecário
e sua viagem pela Europa acompanhando uma banda de rock. Com
apresentações e comentários do próprio autor, Derrotista reúne
também os primeiros trabalhos de Joe Sacco no estilo que o consagrou
– trabalhos sobre a guerra e seu efeito sobre as pessoas. Além da
impressionante história sobre os bombardeios durante a Segunda
Guerra em Malta, baseada nos relatos de sua mãe, destacam-se uma
crônica da vida da população civil sob ataque aéreo e uma
sarcástica história sobre o circo da mídia durante a cobertura da
Guerra do Golfo.
Em 2009, ele retorna à temática do Oriente Médio com "Footnotes
from Gaza" (Notas Sobre Gaza). A HQ mistura representações das
entrevistas feitas pelo jornalista-narrador com retratos das memórias
de seus interlocutores. Sacco retoma eventos ocorridos em 1956 nas
cidades de Rafah e Khan Younis, quando centenas de refugiados
palestinos foram mortos pelas forças israelenses. Diante da
magnitude do conflito no Oriente Médio, os dois episódios seriam
apenas "notas de rodapé", como sugere o título.
Em Palestina, na Faixa de Gaza, o autor mostra como vive, às margens
da história, a população expulsa das próprias terras pelos
israelense. É seu relato pessoal de viagem pela Faixa de Gaza,
coletando entrevistas de judeus e palestinos. Mesmo tristes e
sentindo-se esquecidos do mundo, ele evidencia um povo que tenta
recuperar um espaço digno para a vida, resgatando a sua cultura e
memória.
Um breve relato da ONU (13/11/1956) dava conta de “rumores de
atrocidades acontecidas em Gaza”. Joe saiu a campo para investigar
e, ao longo de sete anos, entrevistou mais de 100 pessoas,
testemunhou o andamento do conflito na região e descobriu que, na
história da guerra entre palestinos e israelenses, os dois
incidentes estão entre os maiores com morte de civis. Sacco
reconstituiu o massacre atualizando o leitor sobre o que realmente
acontece em Gaza, a região mais superpopulosa do planeta. O local
vive sob o embargo americano e europeu e, por isso, é obrigado a
comercializar com o mundo através de túneis que furam a fronteira
com o Egito.
Outros
trabalhos que seguiram os passos do jornalista-cartunista americano
são Persépoli, de Marjane Strape, É Tudo mais ou Menos Verdade, de
Allan Sieber. Marjane Satrape, uma iraniana que vive na França, é
uma das poucas mulheres que são conhecidas por trabalhos no meio de
quadrinhos e apresentar um modo diferente de jornalismo visual.
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