O romance
Anésia Cauaçu se baseou em narrativas orais de pessoas que ouviram
histórias relacionados aos Cauaçus ou que mesmo chegaram a
conhecer personagens do romance. A obra procura também preservar a
pronúncia e a morfossintaxe popular. Neste sentido o romance é rico
em palavras e expressões da variante linguística do catingueiro das
primeiras décadas do século XX.
O romance
pode ser considerado também uma meta-narrativa-histórica em que o
autor procura na ficção revelar fatos históricos e acontecimentos
presente na memória coletiva através da tradição oral. Para o
escritor Domingos Ailton, autor do romance, “Anésia Cauaçu tem
uma dimensão tão grande que não cabe apenas nos estudos
sociológicos. A ficção tem este poder de representar o
imaginário”.
Os
feitos dos Cauaçus estão presente na memória coletiva de algumas
pessoas idosas ainda hoje em Jequié, mas se não houver ainda
trabalhos como este romance os fatos poderão se perder com o tempo
sem que as novas gerações conheçam esses acontecimentos marcantes
da região de Jequié. A ideia do autor da obra é que o romance
seja estudado nas disciplinas do curso de Letras e no ensino médio e
fundamental.
BASE
CIENTÍFICA
O romance
Anésia Cauaçu se baseou também em fontes científicas como os
livros História de Jequié ( Imprensa Oficial do Estado, 1971),
Capítulos da História de Jequié ( EGB, 1997) e Nova História de
Jequié (Gráfica Santa Helena, 2006) de autoria do historiador
Émerson Pinto de Araújo e nas dissertações de mestrado Anésia
Cauaçu: Mulher- Mãe-Guerreira, um estudo sobre mulher, memória e
representação no banditismo na região de Jequié – Bahia.
(Unirio, 2001), de Márcia do Couto Auad e De tropeiro a coronel:
ascensão e declínio de Marcionillo Antônio de Souza (1915-1930) -
(Ufba, 2009), de João Reis Novaes.
O romance
Anésia Cauaçu é uma contribuição para recuperar parte
importante da história do cangaço e dos coronéis em parte
representativa do sertão baiano na República Velha, e da memória
coletiva da região de Jequié.
CANGACEIRA
Anésia
Adelaide Cauaçu, foi uma cangaceira brasileira que viveu na região
de Jequié, interior da Bahia, no início do século XX.
Inicialmente, Anésia era uma dona de casa dedicada ao marido e a
filha, mas abandonou essa vida para ingressar no cangaço,
juntando-se aos seus tios e e irmãos que formavam o temido e afamado
bando dos Cauaçus.
Carismática
e extremamente bonita, Anésia era o membro mais célebre desse bando
pois, além de ter conhecimento de táticas de guerrilha e ter uma
mira infalível, ela também jogava capoeira. Um de seus grandes
feitos foi de arrancar, com um tiro certeiro, o dedo de um delegado
que indicava aos policiais onde deveriam se posicionar, durante um
tiroteio no centro de Jequié, a uma distância considerável.
Em 1916,
Anésia abandonou o cangaço e foi viver com sua família sob
proteção de um fazendeiro que devia favores aos cauaçus mas,
traída pelo mesmo, foi entregue a polícia e nunca mais se teve
notícias dela. O escritor Ivan Estevam Ferreira, no seu livro "A
Pedra do Curral Novo", sugere que Anésia pode ter falecido em
Jequié e a identifica com uma anciã que morreu no ano de 1987 com
93 anos, que vivia sob os cuidados de pessoas caridosas.
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