26 junho 2012

Gilberto Gil: 70 anos de vida (2)


Em 2008, Gilberto Gil lançou "Banda Larga Cordel", reafirmando seu engajamento irreversível com as novas réguas e compassos do universo “bits and bytes” - tema que o tem fascinado por mais de trinta anos - onde Gil disponibiliza ao máximo seu trabalho para webcasts, podcasts, cellcasts, etc. Os shows tiveram um caloroso convite para que se fotografe e filme o que quiser o quanto quiser. Os bastidores da tour foram lançados na internet ao máximo em diversas plataformas a partir do hotsite especialmente criado.

Ainda no ano de 2009, em dezembro, foi lançado o CD/DVD BandaDois, registro do show gravado ao vivo em setembro no Teatro Bradesco em SP, sob direção de Andrucha Waddington. O show, com Gil em voz e violão, contou com as participações de Maria Rita e de seus filhos Bem (que o acompanha ha tempos nas apresentações) e o filho mais novo José, que surpreendeu o público nos números em que toca baixo.

Em abril de 2010 excursionou pelos Estados Unidos, com o projeto Concerto de Cordas, e logo após seu retorno ao Brasil, inicia a gravação de seu novo disco, “Fé na Festa”, todo dedicado ao gênero do forró, o álbum inclui parcerias com Vanessa da Mata e Nando Cordel. Em junho de 2010 Gil excursionou o nordeste com a turnê “Fé na Festa”, durante o mês de julho, leva a Europa o mesmo show, intitulado em terras estrangeiras como: “For All”.

Com 57 álbuns lançados, Gilberto Gil ganhou 8 Grammys. Por seu engajamento sempre criativo em levar para o mundo o coração e a alma da música brasileira, Gilberto Gil tem sido contemplado por diversas entidades e personalidades e tem recebido muitos prêmios no Brasil e no exterior. Seu talento, sua curiosidade, a firmeza de sua convicção cultural como músico e embaixador, o torna único.

Gil lançou em 1996 na rede uma música, Pela Internet, uma alusão na letra e no título ao samba Pelo Telefone (Donga), de 1917. Em dezembro de 1996 ele fez um show na sede da Embratel para transmissão em tempo real pela internet. Foi o primeiro show de um artista brasileiro transmitido ao vivo pela rede. Em janeiro de 2008 Gil foi o primeiro artista brasileiro ater um canal exclusivo de vídeos no YouTube.

Os anos 20000 Gil conciliou suas habilidades cibernéticas com uma volta às origens musicais. Começou com sua abordagem do cancioneiro seminal de Luiz Gonzaga (feita para a trilha sonora do filme Eu Tu Eles – 2000). Teve uma passagem pela política como primeiro Ministro da Cultura do Governo Lula, e fechou a década com o lançamento de Fé na Festa (2010), álbum de inéditas compostas com inspiração nas tradições das festas juninas.

O show Concerto de Cordas & Máquina de Ritmos, programado para rodar o Brasil em comemoração aos seus 70 anos de vida e 50 de carreira, é seu trabalho acústico que já vem sendo feito desde 2009 por Gil com seu filho Bem. A máquina de ritmos de Gil com passos em ação continua emocionando a todos.

“Gil é um mensageiro do sempre sintonizado com o agora. Ele nos ensina não só os meandros do fazer artístico como os meandros da alma, da fé, da busca do equilíbrio e da aceitação dos limites humanos”, escreveu a pesquisadora Ana de Oliveira na apresentação do livro Gilberto Gil. Encontros (Azougue, 2008).

“Gil é um grande inventor que não registra patente. Sua imensa vaidade exercida em demasiada modéstia e seu desprezo inocente pela própria grandeza são as duas faces dessa lua meio negra e meio escondida que é a música da sua pessoa (…) Suponho que Gil inventou o samba-jazz-fusion e a toada moderna – coisa que não lhe interessam. Ele também criou o neo-rock-n´-roll brasileiro e a nova cultura musical afro-baiana – que lhe interessam muito, mas cuja paternidade ele não reivindica e cuja responsabilidade não aparece no que ele se permitiu fazer depois. Ele não olha para trás” (Sem Patente. In: Caetano Veloso. O mundo não é chato. Organização de Eucanaã Ferraz. Pag. 96. São Paulo: Companhia das Letras, 2005)

Hoje, terça, dia 26, para comemorar os 70 anos de Gil, o You Tube exibirá uma hora do Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo:

Discografia

1962: Primeira gravação como cantor, interpretando “Coça, coça, lacerdinha”.
1963: Disco de estreia “Gilberto Gil- sua música, sua interpretação”.
1965: Compacto simples com “Procissão” e “Roda”.
1966: Contrato para fazer o primeiro LP: “Ensaio geral” (lado A) e “Minha senhora” (lado B).
1967: Composição de músicas para o filme “Brasil ano 2000”. Lançamento do LP “Louvação”.
1968: Compacto “Pega a yoga, cabeludo” e “Barca Grande”; disco tropicalista “Gilberto Gil”; participação no repertório do Panis et circensis; compacto com “A luta contra a lata ou a falência do café”.
1969: Compacto “Aquele abraço” e “Omã iaô” e seu terceiro LP “Gilberto Gil”
1971: Lançamento na Inglaterra do álbum “Gilberto Gil”.
1972: Compacto duplo com “O sonho acabou”, “Oriente”, “Felicidade vem depois” e “Expresso 2222” e compacto com “Cada macaco no seu galho” e “Chiclete com banana”. LP com as faixas “Back in Bahia”, “Ele e eu”, "Expresso 2222”, e outras. Lança com Caetano o LP “Barra 69”.
1973: Compacto simples com “Meio-de-campo”.
1974: Disco e LP “Temporada de verão”. Compacto “Vamos passear no astral” e “Está na cara, está na cura”.
1975: Álbum duplo “Gil Jorge Ogum Xangô” e lançamento de “Refazenda”.
1976: Álbum duplo de “Doces Bárbaros”.
1977: Compacto com “Sítio do Pica-Pau Amarelo” e “A gaivota”. Refavela é lançado. Refestança é gravado em LP.
1979: “Nightingale”, compacto com “Não chore mais” (o seu maior hit, com 750 mil cópias) e “Macapá". Lançamento de “Realce” e LP com “Super-homem”, “Marina", “Realce” e “Toda menina baiana”.
1980: Lançamento do “Se eu quiser falar com Deus” e “Cores vivas”.
1981: “Luar” e “Brasil”, com João Gilberto e Caetano. “Sonho molhado” e “Cara a cara” saem em um compacto.
1982: Disco “Um Banda Um”.
1983: Disco “Extra”.
1984: Álbum “Quilombo na Europa”.
1985: Disco “Dia dorim noite neon” e “Gil, 20 anos-luz”.
1986: Trilha sonora do filme “Jubiabá”.
1987: Disco acústico “Gilberto Gil em concerto”. Sai nos EUA “Soy loco por ti, América”.
1989: Disco “O eterno deus Um dança”.
1990: Relançamento em CDs de discos lançados em LP pela
1991: CD “Afoxé” é lançado apenas no exterior.
1992: “Parabolicamará” e duplo “Songbook Gilberto Gil”.
1993: Disco “Tropicália 2”. Todos os seus LPs e discos são relançados em CDs na série “Colecionador”.
1994: lançamento mundial em disco e homevideo de “Gilberto Gil unplugged”.
1997: Single promocional “Pela internet” é lançado em CD, bem como o duplo “Quanta”.
1998: Disco duplo ao vivo “Quanta gente veio ver”. CD “O sol de Oslo”.
1999: Lançamento da caixa “Ensaio Geral”, com 13 CDs. CD gravado para o livro “GiLuminoso”
2000: Disco “Gilberto Gil e as canções de Eu tu eles”. Lançamento do CD “Gil Milton”.
2001: Disco “São João Vivo”.
2002: CD “Kaya N’gan daya” e caixa “Palco” (com 30 CDs), com material inédito.
2004: DVD “Outros (Doces) Bárbaros”.
2005: DVD “Show da Paz, Gil na ONU”.
2006: Relançamento do disco “Sol de Oslo”. Lançamento da música “Ballet de Berlim”, para homenagear a Copa.
2008: Álbum “Banda Larda Cordel” é lançado pela internet.
2009: CD e DVD “Banda Dois”.
2010: CD “Fé na Festa”.

Festivais e Prêmios

1965: Participa do 4º Festival da Balança, com “Iemanjá”.
1966: Concorre como compositor no 1º Festival Internacional da Canção e no 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (recebendo o quinto lugar com a interpretação de “Ensaio geral” por Elis Regina).
1967: Segundo lugar no 3º Festival de Música Popular Brasileira com “Domingo no parque”.
1968: Terceiro lugar no 4º Festival de Música Popular Brasileira por “Divino, maravilhoso”.
1970: Golfinho de Ouro pela música “Aquele abraço” (prêmio recusado)
1977: Participação no 2º Festival Mundial de Arte e Cultura Negra.
1986: Recebe o Golfinho de Ouro.
1990: Gil recebe o título de cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras do ministro da Cultura da França. Recebe o 10º Prêmio Shell para Música Brasileira pelo conjunto de sua obra.
1993: Homenageado no Festival Internacional de Jazz de Montreux.
1994: Recebe o Prêmio Sharp de Música.
1999: “Quanta live” é eleito o disco do ano na categoria World Music pelo Grammy.
2003: Gil recebe o prêmio de personalidade de 2003 no Grammy Latino em Miami.
2004: Prêmio Polar de Música concedido pela Real Academia Sueca de Música.
2005: Compõe “hino” em francês, para o festival de Dacar – “La Renaissence Africaine”. Recebe o Polar Music Prize em Estocolmo. Recebe o Prêmio Multishow de Música Brasileira, 2005 com a música “Vamos Fugir”, com Skank. É indicado ao 6º Grammy Latino com o CD “Eletroacústico”. Recebe do governo francês a “Légion D’Honneur Grand Officier”.
2006: Recebe o Grammy nos EUA de melhor álbum contemporâneo de World Music pelo CD “Eletroacústico”. Recebe o título de Honra ao mérito do Afoxés Bisnetos de Gandhy.
2007: Indicado ao 50º Grammy com o disco “Gil Luminoso”, concorrendo ao troféu de melhor álbum na categoria World Music.
2008: Indicado ao prêmio 9º Grammy Latino na categoria melhor álbum compositor com o CD “Banda Larga Cordel”.
2009: Recebe diploma da Cidade de Milão por ser “embaixador da cultura e da consciência crítica do Brasil moderno”.
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