Em 1954 elegeu-se deputado estadual (1955/1959), quando apresentou projetos de larga influência sócio-administrativa, como reorganização dos serviços telefônicos do Estado, criação do Conselho do Comércio da Bahia e reorganização da Bolsa de Mercadorias. Em outubro de 58 exerceu o cargo de vice-governador (1959/1963) de Juracy Magalhães e interinamente o governo do Estado, na ausência do governador. Em abril de 1963 foi reeleito novamente vice-governador, ao lado do governador Lomanto Júnior. Em 68, após cumprir seu mandato de vice-governador, afasta-se da política e se volta para a vida empresarial, ampliando a empresa Barreto de Araújo Produtos de Cacau S/A, que transformou-se na maior fábrica de moagem do mundo, processando mais de 1 milhão de sacas por ano e exportando anualmente algo em torno de US$ 120 milhões. Com o objetivo de promover uma assistência privada de base aos componentes do grupo Barreto de Araújo, organizou a criação da Fundação Barreto de Araújo. Em 1983 foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), função que desempenhou até 1992, sendo reeleito várias vezes. Em 1988 admitiu voltar à política, embora cassado pelo AI-5. Em 1994, já afastado da cena pública, Orlando Moscozo recebeu a Medalha Thomé de Souza outorgada pela Câmara Municipal de Salvador. Em 1996 era presidente do Sindicato da Indústria da Extração de Óleos Vegetais e Animais de Produtos de Cacau e Balas no Estado da Bahia, e conselheiro da FIEB, como membro do Conselho de Representantes e suplente de delegado junto à Confederação Nacional da Indústria.
Entusiasta do desenvolvimento econômico do estado, foi ele quem promoveu a substituição da atividade primária que prevalecia, pela atividade industrial, não somente na capital, mas também no interior. Levou a empresa Barreto de Araújo, herdada de seu pai, a grandes iniciativas. Dentre as realizações do seu grupo empresarial destacam-se a maior fábrica de chocolate amargo do mundo, em Ilhéus, fábrica de óleo de mamona, fábricas de papel, fábrica de sucos, em Sergipe, ao todo 18 empresas, além de outros empreendimentos na agricultura e na pecuária. Era um pioneiro em alguns ramos da atividade empresarial na Bahia. Também no comércio, deixou marcas indeléveis de sua atuação, tornando o seu grupo um dos maiores exportadores de cacau, óleo de mamona, chocolate amargo, sucos etc, com escritórios em Londres, nos Estados Unidos e em outros grandes centros da economia mundial. Igualmente na construção civil, teve atuação de destaque, deixando em Salvador vários empreendimentos arrojados, inclusive os conjuntos Antonio Carlos Magalhães e João Durval Carneiro.
Presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia, deixou instalado um centro de preparo profissional do Senac na Rua Dr. J.J.Seabra e um ginásio do Sesc na Av. Castelo Branco. Na presidência da Federação das Indústrias, assinalou a sua passagem por várias iniciativas no campo da formação de mão-de-obra, inclusive através de convênios com instituições estrangeiras e na assistência social aos industriários, culminando com a aquisição de sede própria em que hoje funcionam a Federação, o Sesi e o Senai. No campo da assistência social, criou a Fundação Joaquim Barreto de Araújo, através da qual ajudava a várias instituições sociais de Salvador e prestava assistência aos milhares de empregados das 18 empresas do grupo Barreto de Araújo, sendo uma das últimas instituições a receber a sua ajuda a Fundação Baiana de Cardiologia, presidida pelo próprio Álvaro Rabelo, uma das organizações hospitalares de doenças do coração mais conceituadas do País.
Orlando Moscozo faleceu no dia 17 de outubro de 1996, aos 74 anos. Acometido por um derrame cerebral que o imobilizou no leito de enfermo por longos meses, a Bahia perdeu uma de suas lideranças mais autênticas, quer no empresariado, quer na política. E deixa à Bahia um legado de pioneirismo e ousadia que serve de exemplo às futuras gerações. Durante a breve missa rezada pelo padre Gilberto Luna, não foi esquecida a atuação positiva de Moscozo, um dos maiores entusiastas do desenvolvimento econômico que o estado já teve, com participação efetiva na vida pública, deixou marcas também na indústria, comércio, entre outros setores. O governador da época, Paulo Souto destacou o pioneirismo de Orlando na indústria e o seu papel no desenvolvimento da Bahia, marcando presença significativa na vida empresarial e política do estado. O então secretário da Indústria e Comércio, Jorge Khoury, apontou o empresário como responsável pela implantação de um novo estágio econômico na Bahia. “Orlando Moscozo foi um empresário corajoso que participou de várias atividades e ousou expandir o leque de suas empresas criando um estágio novo para o estado”. Para Walter Pinheiro, na ocasião diretor da Tribuna da Bahia e colega de Rotary de Orlando Moscozo, “ele foi um exemplo de liderança política, empresarial e classista, não lhe faltando tempo para atividades sociais e filantrópicas que dignificaram sua pessoa por este mundo”.
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