18 janeiro 2012

Cartografia dos Prazeres (8)

ORDEM MORAL - A partir do ano 200, e bem antes de o Império Romano se converter ao Cristianismo, foi implantada uma ordem moral bastante repressiva. O imperador zela pela sedimentação de seu poder. A homossexualidade é proibida pela primeira vez, o direito penal pune rigorosamente o adultério e o rapto. Uma censura se exerce sobre a literatura, e as últimas liberdades de costumes desaparecem de todo. A moral sexual repressiva data de fins da época pagã e responde a motivações políticas de um regime autoritário.


PAIXÃO - Manifestação sublimada do desejo. É criatividade, excesso, transgressão. Não há arte sem paixão. A paixão é a irrupção do novo, do diferente em nós, é uma invasão que nos afoga e completa, sufoca, mas preenche, aniquila mas satisfaz, envolve, pressiona, aprisiona e esmaga, mas também liberta e ilumina, leva ao êxtase. E enlouquece, porque é expansão infinita, visão do absoluto. Se desequilibra e revoluciona, é porque vivifica, renova e recria. Em estado de paixão, estamos no terreno do dionisíaco, por excelência, e, em termos nietzscheanos, o que a arte faz é dar forma ou aparência apolínea, ou melhor, dar objetividade ou configurar a subjetividade de Dionísio. Na opinião da mestra em Filosofia pelo IFCS-RJ, Rachel Gutiérrez.


É criatividade, excesso, transgressão. Não há arte sem paixão. A paixão é a irrupção do novo, do diferente em nós, é uma invasão que nos afoga e completa, sufoca, mas preenche, aniquila mas satisfaz, envolve, pressiona, aprisiona e esmaga, mas também liberta e ilumina, leva ao êxtase. E enlouquece, porque é expansão infinita, visão do absoluto. Se desequilibra e revoluciona, é porque vivifica, renova e recria. Em estado de paixão, estamos no terreno do dionisíaco por excelência, e, em termos nietzscheanos, o que a arte faz é dar forma ou aparência apolínea, ou melhor, dar objetividade ou configurar a subjetividade ardente de Dionísio. Na opinião da mestra em Filosofia pelo IFCS-RJ, Rachel Gutiérrez.


A paixão, diz Aristóteles, não é virtude, nem vício- é uma emoção da alma que nos impele para um prazer determinado, ou que nos faz fugir de um determinada dor. Não é, portanto em função de nossas paixões que somos julgados bons ou mus, porém segundo a maneira pela qual os integramos em nosso comportamento.


PALAVRÃO – Termo obsceno ou xingamento utilizado para se referir a algum comportamento sexual, preconceito ou partes do corpo.


PARAFILIA - Tara, compulsão sexual. Indivíduo parafílio – tarado.


PARTES VERGONHOSAS - Não foram os padres da Igreja e sim os filósofos estóicos, como Sêneca, que começaram a chamar os órgãos genitais de ‘partes vergonhosas”, ou pudendas (os gregos diziam aidia).


PEDOFILIA - Excitação sexual obtida através de contato físico com crianças ou adolescentes.


PEDOLATRIA - Excitação sexual obtida através de contato físico com pés ou sapatos de outra pessoa. A pedolatria é considerada uma prática sadomasoquista. Também conhecida como podofilia.


PÊNIS Órgão de copulação masculino. Desde o paleolítico, a imagem do pênis é encontrada nas paredes das cavernas. Ele volta com força no neolítico, especialmente na forma de megálitos (pedras monumentais erguidas em tempos pré-históricos) muito fálicos. Nessa época, o homem se torna sedentário e passa a desenvolver a agricultura. Nas culturas pagãssegundo David M. Frieldman o pênis era um ícone da criatividade, o elo entre o homem e o sagrado, um agente do êxtase físico e espiritual que aludia à comunhão com o eterno. Mas também era uma arma contra as mulheres, crianças e homens mais fracos. Era uma for;a da natureza, reverenciada por sua potência, ainda que não menos amoral. Unia o homem ã energia cósmica que abria os campos todo ano co novos rebanhos e safrase, com a mesma frequência, os destruía. A urgênciaanimaldo órgão não perturbava os antigos. O pênis não foi simplesmente exaltado em Atenasele foi exposto. A reverência pela forma masculina foi personificada em milhares de kouroi, estátuas de rapazes nus, espalhadas pelo mundo grego. “Embora o pênis nessas esculturas estivessem flácido os valores projetados por seus torsos rijos, musculosos, eram claramente obscenos. Outras estátuas gregas não eram tão sutis”.


PERVERSÃO - Práticas sexuais que, para muitas pessoas, têm gosto de coisa proibida ou que são, por elas, consideradas degradantes. A forma erótica do ódio é uma fantasia, em geral realizada, mas ocasionalmente restrita a um devaneio. É uma aberração habitual, preferida, necessária à plena satisfação, motivada sobretudo por hostilidade. A hostilidade na perversão assume forma numa fantasia de vingança oculta nas ações que constituem a perversão e serve para converter um trauma da infância num triunfo adulto. É uma neurose erótica.


No século 19, o termo perversão designava todas as formas de desvio sexual, ou seja, toda prática sexual que não estivesse ligada ao primado da reprodução. Em 1895, nos Três Ensaios sobre a Sexualidade,m Freud mostrou que tal desvio era universal, ou seja, que as práticas perversas servem de preliminares para o heterossexuais. Noutros termos, que a sexualidade humana não é determinada pela procriação.


Para o sexólogo francês Gilbert Tordjman (Lec Dialogue Sexuel. Questions de Madeleine Chapsal. Paris, Jean-Jacques Pauvert, 1976), “a única definição de perversão é quando não existe nenhum relacionamento entre dois seres que fazem amor. Quando um usa o outro como objeto sem lhe permitir tirar proveito dessa utilização”. A expressão-tipo de perversão é o estupro, esse raptor do gozo, esse desafio à regra do intercâmbio dos orgasmos.

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