SADOMASOQUISMO - Obtenção de prazer sexual através de inflingir ou vivenciar dou ou humilhação.
SEDUÇÃO - Amadurecida a revolução da década de 60, formalizada a liberação da mulher e a igualdade entre os sexos, a eficiência na sedução é cada vez mais valorizada em todas as áreas, do marketing à administração de empresas, passando pela política. Ela requer sofisticação quase igual à que fez a fama do infalível Casanova.
Os psicólogos Pascal Bruckner e Alain Finkielkraut chamam atenção para um fato extremamente importante que determina, em larga medida, a febre de sedução que parece caracterizar as sociedades modernas? A pele é o que há de mais profundo, todas as exclusões são pronunciadas em nome do corpo. As pressões sociais continuam a ter mais importância do que se julga na escolha do companheiro. A proximidade geográfica, o grupo profissional e a estratificação social conduzem as regras do jogo a que a norma social muitas vezes chama convencionalmente casamento de amor. Segundo Bruckner e Finkielkraut, ‘se existe hoje um romantismo, ele já não é sentimental mas libidinal. Em vez da paixão, o desejo/ no lugar do coração, o sexo’.
De acordo com as hipóteses do sociólogo francês, Jean Baudrillard (Da Sedução, Papirus Editores, 1991), o jogo de sedução que define as sociedades modernas vai muito além da realidade sexual e do prazer que esta proporciona. O corpo – sua aparência e modo de funcionamento – tornou-se o primeiro e mais belo objeto de troca da sociedade mercantil. A sedução seria, neste ponto, o oposto da produção. A primeira valoriza o corpo, enquanto a segunda o desgasta. Entre o homem e a sociedade, o corpo conquistou o lugar que outrora era ocupado pelo suplemento de alma. O médico substituiu o padre, a higiene pôs de lado a confissão, os meios de comunicação destronaram o púlpito.
O fetichismo é a sedução do morto, inclusive a morte da regra na perversão. A perversão é um desafio gelado, a sedução é m desafio vivo. A sedução é móvel e efêmera, a perversão é monótona e interminável. A perversão é teatral e cúmplice. A sedução é secreta e reversível.
SEXO – Forma de reprodução; relação sexual. Há 1000 anos, o sexo tinha como significado prioritário a reprodução. Atualmente, sexo significa intimidade, conexão com outra pessoa, prazer, a possibilidade da descoberta da identidade e procriação.
SEXTING – Prática de divulgação de conteúdos eróticos através de celulares.
SODOMA - É o mais infame texto erótico inglês da Restauração. No século 18, atribuiu-se a autoria de “Sodom” ao lorde Rochester. A obra parece ter sido editada três vezes (em 1684, 16891690 e 1707), embora restam apenas cópias manuscritas. Era mais um drama que um romance, e os atos sexuais eram mais descritos que consumados.
TABU - “A proibição de dizer qualquer expressão imoral ou grosseira” é um tabu impróprio, já que em sentido próprio “o tabu lingüístico é a proibição de dizer certo nome ou certa palavra, aos quais se atribui poder sobrenatural, e cuja infração causa infelicidade ou desgraça” na conceituação de R.F.Mansur Guérios (Tabus lingüísticos, São Paulo, Nacional, 1979, p.5). A força e o poder de ênfase dessas palavras (ditas “chula” pelos dicionaristas) não decorre apenas do seu caráter de tabus lingüísticos (testemunhos nisso, para Louis-Jean Calvet – Saussure: pró e contra – Para uma lingüística social, SP, Cultrix, 1977 -, da ideologia de uma sociedade “cristã” pelo “papel restrito concedido à sexualidade: tudo é praticamente e implicitamente condenado, salvo a procriação”) aos quais se opõem os numerosos eufemismos, socialmente permissíveis, da linguagem polida; a presença de palavras chulas num contexto literário onde a fala culta é a de esperar-se constitui flagrante violação da norma.
Como escreveu José Paulo Paes nos livros Sonetos Luxuriosos: “Mas não é só da capacidade de ofender os pudores que o chamado nome feio retira sua eficácia expressiva. Retira-a melhor, e em nível bem mais profundo, da ligação por assim dizer imediata – se confrontada com os desvios da metáfora eufêmica – com as funções excretoras do corpo. Freud mostrou serem essas funções as fontes primeiras do prazer, mais tarde especializado na atividade sexual propriamente dita. E a mesma interdição que pesa sobre os deleites mictórios e fecais da primeira infância, condenando-os por anti-sociais, pesa também sobre os nomes imediatas ou não eufêmicos dos órgãos, produtos ou atos com eles relacionados. Essa aura de difuso prazer e precoce interdito, imagem em abyme do pecado original, irá coroar para sempre o nome feio, fazendo-o a própria voz do Corpo, obscura e subterrânea voz egótica sistematicamente abafada pelo discurso aristotélico e socializado da cabeça. A voz do Corpo surde dos confins da linguagem; por refugir as leis da lógica gramatical, não se presta à veiculação de conceitos; cabe-lhe antes dar vazão a emoções impossíveis de verbalizar satisfatoriamente: ira, aversão, espanto, exaltação, êxtase. Daí o termo obsceno ser usado freqüentes vezes como insulto ou exclamação nos momentos em que o léxico de impropérios ou interjeições permissíveis da língua revela-se inadequado para expressar a intensidade dos sentimentos do falante. Entre esses momentos, esta o auge do prazer sexual, quando não é incomum os amantes entremearem as palavras de carinho com outras tantas obscenidades.”.
Conforme disse Henry Miller: “Quando a obscenidade aparece na arte, em particular na literatura, ela não tem habitualmente o valor de um procedimento: o elemento deliberado que nela se encontra nada tem a ver com a excitação sexual, como é o caso da pornografia (...) Seu fito é despertar, comunicar um sentimento da realidade”. (L’obscenité et la loi de réflexion – trad. D.Kotchouhey, Paris, Seghers, 1949, p.25).
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