Para Francisco Alberoni, “a pornografia é uma figura do imaginário masculino. É a satisfação alucinatória de desejos, necessidades, aspirações, medos próprios deste século. Exigências e modos históricos, antigos, mas eu persistem até hoje e que ainda não são ativos. As mulheres não são particularmente interessadas em olhar a fotografia de um homem nu. De um modo geral, isso não as excita sexualmente”. Os estudiosos Pascal Bruckner e Alain Finkielk observaram que a pornografia é um suceder contínuo de atos sexuais, sem que necessariamente haja um história.
POEMAS FESCENINOS - O adjetivo “fesceninos” deriva de uma palavra latina e indica um tipo de poesia obscena que surgiu na Fescênia, região romana da antiguidade.
PIERCING - A prática do piercing consiste em colocar adornos metálicos como anéis e brincos em diversas partes do corpo. É uma prática sadomasoquista.
PRIAPEIA - Uma coleção de poemas alegremente eróticos e obscenos dedicados a Priapo, circulou amplamente em manuscritos no século XV. A versão romanceada mais antiga foi copiada por Giovanni Boccaccio. Todas as 75 versões manuscritas existentes datam do início do Renascimento. Foram publicadas 22 edições de Priapeia em 1517, sinalizando sua imediata popularidade no período de transição entre a cultura manuscrita e a cultura impressa. Inicialmente atribuída a Virgílio, a Priapeia surgiu como parte de suas obras completas, publicadas em Roma em 1469. Em seguida, foi publicada por diversos editores europeus, mas assiduamente pelas grandes casas editoras humanistas italianas, como a Aldimne de Veneza.
PUDOR - Desde que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, a folha de figueira se tornou a expressão mais utilizada para desaprovar quaisquer formas de cobrir órgãos sexuais femininos e masculinos na arte e na literatura. A função indumentária da folha de parreira (a folha pudica preferia de pintores e escultores) foi inaugurada no século 17, quando um onda moralista tomou conta do continente europeu. Essa tendência de “vestir” a nudez artística teve início em Roma e foi uma decorrência do Concílio de Trento, em 1563, que marcou uma nova fase moralista na história da Igreja Católica. A mania da folhinha logo se fez presente em toda a Europa e passou a esconder nus de todos os tipos e épocas. Em 1670 o príncipe romano Giovanni Battista Pamphili, vítima de um ataque de pudor, inaugurou uma nova fase no mundo das artes e mandou cobrir as “vergonhas” de suas esculturas gregas. Em meados do século 18 o papa Clemente 13 ordenou a aplicação de folhas de parreira e véus em todo o acervo de nus do Vaticano. No sul da Alemanha, uma tendência ganhou importância com a exposição de 1860, quando o seu Ludovigo da Baviera, também inclinado às normas moralistas, ordenou a confecção de folhas de parreira em bronze para serem utilizadas no museu Glyptothek. A folha de parreira teve vida longa em museus e galerias européias e americanas e durou até o início do século 20. Sua existência revela um problema presente até hoje na abordagem social do corpo- a falsa moral. Como no caso dos biquines brasileiros, o que importa não é o quanto se pode ver, mas sim que haja uma vestimenta simbólica para as partes do corpo que possam ser conotadas eroticamente.
RELAÇÃO ENTRE OBSCENO E PORNOGRÁFICO - Obsceno é o que fere o pudor. Quer dizer em cena, em frente à cena (ob- em frente a/ sceno = cena). Proferir uma obscenidade é apresentar em público não ‘apresentável”. M ‘situações sociais”(ou seja, na presença de outros, em cena) nem tudo pode ser dito. A razão não suporta o segredo. O jogo da cultura ‘tentar desvendar. A obscenidade é imoral, mas precisa ser dita. “O que se tinha como proibido é, então, colocado em discurso. A transgressão se organiza. A sexualidade é instalada a se manifestar, de todas as formas apresentáveis – pelos eufemismo assépticos do discurso científico e pedagógico, ou pla supidade assumida do discurso pornográfico. Pornografia é a explora;ao venal da sexualidade obscena. Assim como a prostituição, a pornografia é um aparelho indispensável à ordem social. Veiculada mensagens proibidas, sob o controle do discurso (pré-definido em seus conceitos) e do espaço (pré-determinado e restrito).
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