È o sentimento da transgressão que revela o prazer, e ele está intrinsecamente relacionado à proibição. Ato de rebeldia que leva alguém a infringir uma lei. Denuncia, ao infringi-la, a própria lei, sua injustiça ou ilegitimidade. Mostra o que nela há de falho e condenável, porque o ato transgressor levanta consigo outra questão: em nome de quê.
TRAVESTIS – Homem que recorre à maquiagem, roupas e fármacos estéticos para parecer uma mulher. O travesti é idealista, acredita na arte. É utópico e romântico, tem orgulho de ser quem é (...) Não confundir o travesti com a drag queen. A drag queen é satírica, caricatura de uma impossibilidade (...) O travesti não enfrenta a moral vigente/ ele enfrenta a biologia. O travesti é revolucionário, quer mudar o mundo. O travesti não quer ter uma identidade/ ele almeja uma ambiguidade sempre deslizante, sempre cambiante, se parindo numa estufa fritura de neoloucos (...) O travesti nos fascina porque assume a verdade de sua mentira (Arnaldo Jabor. Amor é prosa, sexo é poesia).
TRAVESTISMO - Ato de vestir ou de algum outro modo usar roupas o sexo oposto para ser excitado.
TRANSGRESSÃO - Em todos os tempos, uma tenaz resistência às pressões da norma percorreu as margens. A norma sempre esteve presente, mas a transgressão também. A memória das sociedades e seu imaginário atestam a permanência de uma cultura sexual, de uma resistência libertária, de um certo “arranjo” com a regra, inclusive a mais consensual. Afinal, as utopias sexuais sempre estiveram presentes no imaginário das sociedades. Desde suas origens os homens e as mulheres sonharam com um cidade ideal em que nada iria contrariar seus desejos, e onde prevaleceria o prazer dos corpos e sua inocência. Em “A Assembleia das Mulheres”, Aristófanes tenta já imaginar uma comunidade deste tipo, governada pelas mulheres.
VAGINA – Canal das fêmeas com a função de abrigar o pênis e levar o sêmen ao útero.
VARIANTE - Experimentos sexuais que alguém realiza por curiosidades e não encontre excitação suficiente para repetir.
VERGONHA - Surge na pintura entre desejo e proibição. No avesso da fachada (nossas posturas em sociedade) se revelam sentimentos, partes do corpo e modos de ser de que vulgarmente sentimos vergonhas. No dicionário, vergonha é “sentimento penoso de desonra/ humilhação ou rebaixamento diante de outrem”, ou “sentimento de insegurança provocado pelo medo do ridículo, por escrúpulos, etc/ timidez, acanhamento”. Pode ser sinônimo de pudor, que o dicionário defende como “sentimento de vergonha, de mal-estar, gerado pelo que pode ferir a decência, a honestidade ou a modéstia. E também, por extensão, ‘esse sentimento’, ligado a atos ou coisas que se relacionam com o sexo”.
VÍCIOS - Encarados pelo ângulo da moral, as práticas e ideias sexuais que não se conformam aos padrões morais vigentes são considerados vícios, pois os seus conteúdos, os padrões, são tratados como virtudes. O vício possui três sentidos principais: é disposição habitual para o mal (pecado); é uma tendência ou impulso reprovável, incontrolável – defeito (doença); significa depravação (gosto ou prática sexual reprovados pela moral e pela sociedade). A palavra vício traz inscrita, em sua definição, a referência ao sexo.
VOYEURISMO - Obtenção de prazer sexual através da observação de outras pessoas, geralmente nuas, vestindo-se/despindo-se ou em atividades sociais, especialmente se estas não têm o conhecimento de estarem sendo observadas. No cinema o prazer é criado a partir de um mecanismo voyeurista inerente que tem aqui um papel mais importante do que nas outras formas de arte. Um termo psicalítico freudiano, voyeurismo refere-se à gratificação erótica em olhar-se para alguém sem ser visto, isto é a atividade do voyeur.
VULVA – Parte exterior do aparelho genital feminino.
ZOOFILIA - Excitação sexual advinda de contato físico com animais.
Referências:
BREMMER, Jan (org.). De Safo a Sade. Momento na história da sexualidade. Tradução de Cid Knipel Moreira. Campinas, SP. Papirus, 1995.
CRUMPACKER, Bunny. A vida sexual dos alimentos. São Paulo: Ideia & Ação, 2009.
DIEH, Paula. A covarde folha de parreira. Mais! Folha de S.Paulo. 17 de setembro de 2000. Páginas 18 e 19.
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro. Imago Editora, 1997.
GIDDENS, Anthony. A transformação de um intimidade – sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo. Editora da Universidade Estadual Paulista, 1993.
JABOR, Arnaldo. Amor é prosa, sexo é poesia. Crônicas afetivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
LOVE, Brenda. Enciclopedia de práticas sexuais. Rio de Janeiro: Gryphus, 1997.
MALINOWSKI, Bronislaw. The Sexual Life of Savages. Londom, 1929.
PALEY, Maggie. O livro do pênis. Tradução de Tatina Antunes. São Paulo/ Conrad Editora do Brasil, 2001.
SCHOMMER, Aurélio. Dicionário de Fetiches. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.
SHATTUCK, Roger. Conhecimento proibido/ de Prometeu à pornografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
STOLLER, Robert J. Observando a imaginação erótica. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1998.
VALENÇA, Na Maria Macedo. Um olhar sobre o erotismo. Disertação de mestrado defendida na PUC/RS, em dezembro de 1993.
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