17 janeiro 2012

Cartografia dos Prazeres (7)

NINFOMANIA - Mulheres que fazem sexo em excesso ou têm desejo sexual elevado. O mito da ninfomania é uma herança da Antiguidade, que apresentava a mulher comum a uma essência da concupiscência, revelada, por exemplo, pela história de Mesalina e Cláudio. O cristianismo também veio reforçar essa imagem por meio do conflito de Adão e Eva. Foi ela quem seduziu Adão e introduziu o pecado original. A teoria freudiana foi um ponto de virada na leitura sobre o significado da ninfomania. Freud introduziu uma nova no;ao para o termo, paradoxalmente, ligada à frigidez. Seu fundamento básico era o de que uma ninfomaníaca era insaciável, pois não era sexualmente satisfeita.

OBSCENO - Corruptela do vocábulo “scena”, seu significado é “fora de cena”, ou seja, aquilo que não se apresenta normalmente na vida cotidiana. Aquilo que se esconde. Conforme o Novo Dicionário Aurélio, obsceno é “o que fere o pudor; impuro, desonesto”, ou “diz-se de quem profere ou escreve obscenidades”. Isto é, obsceno é aquilo que se mostra, que se põe “em cena”. Cometer uma obscenidade é colocar em cena algo que deveria estar fora dela. É transgredir. Nessa ambiguidade (ou ambivalência?) – fora de cena/dentro de cena – se funda o conceito de obsceno.


A fascinação pelas imagens obscenas – segundo Jean Baudrillard – seria a paixão desencarnada de um olhar sem imagem por uma cena vazia onde nada tem lugar mas na qual o olhar é satisfeito. A obscenidade é uma tentativa desesperada de sedução pela evidência grosseira da verdade, e não pelo uso sutil dos signos disponíveis. Ao acreditar que é suficiente se dar a ver e forçar ser vista, ela se comporta como uma oferta vulgar, ingênua e sentimental que pretende ser a verdade material das coisas, sem respeito pelas complexidades e pela sutileza das aparências. A obscenidade é uma efusão e uma provocação ao mesmo tempo.


A palavra obscena representa o contraste entre diferentes registros sociais da linguagem – rude e elegante, proletária e aristocrática, masculina e feminina. Ao representar a transgressão social, além de uma espécie de hiper-realismo, a linguagem obscena cria o fetichismo de certos vocábulos relacionados ao sexo. Ao representar uma parte do corpo, algumas palavras adquirem o status de fetiche. Em conseqüência, a ênfase no realismo transforma-se, paradoxalmente, em uma forma grotesca, os falos são imensos, as vaginas multiplicam-se e o ato sexual é uma espécie de frenesi improvável. Isso resulta em uma pornografia imaginária e, às vezes, fantástica.


Obsceno é aquilo que delibera ou abertamente ofende o recato por meio de representações de natureza sexual (Petit Larousse). Para Roland Burther, “o amor é o obsceno precisamente quando coloca o sentimental no lugar do sexual”/ A palavra obsceno atua denotativamente. A linguagem obscura relaciona-se mais diretamente que a linguagem usual, ao corpo e suas pulsões, e evoca representações corporais, dotando as de qualidade alucinatória. Portanto, a palavra obscena é governada pelo tabu em relação ao amor, que caracteriza grande parte de pornografia, embora não toda. O vocabulário obsceno expressa não só o corpo erótico da mulher, mas também o do homem. Isso suscita duas questões – uma que envolve exibicionismo e outro que envolve o desejo masculino em feminino. O exibicionismo resulta da vontade de expor o corpo ao outro e é uma motiva;ao frequente na pornografia, o que pode ser responsável por muitas descrições explícitas e entusiásticas do membro masculino. Se o narrador é do sexo feminino, essas caracterizações assumem importância adicional, inscrevendo o desejo feminino.


Apesar de o discurso pornográfico estimular o desejo apelando no imaginário, geralmente o faz por meio da linguagem verbal, ao evocar os atos sexuais que buscam mimitizar os dos seres humanos. As representar a transgressão social, além de uma espécie de hiper-realismo a linguagem obscena cria o fetichismo de certos vocábulos relacionados ao sexo. Ao representar uma parte do corpo, algumas palavras adquirem o status de fetiche. Em consequência, a ênfase no realismo transforma-se, paradoxalmente, em uma forma grotesca, os falos são sempre imenso, as vaginas multiplicam-se e o ato sexual é uma espécie de frenesi improvável. Isso resulta em uma pornografia imaginária e, às vezes, fantástica, ainda que os feitos sobre os leitores fossem bastante reais.


ONANISMO - Sob o termo “frouxidão”, pelos confessores da Idade Média, depois por certos pregadores do século 17, a masturbação chegou ao século XIX com ideia fixa médica do onanismo beirando ao delírio justificando todo tipo de recomendações, admoestações e ameaças dirigidas aos jovens. O que prevalecia era uma obsessão de perda pelo viés do esperma. Este discurso médico reflete as fantasias da classe burguesa, em vias de se tornar a nova classe dominante.

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