Aê, my brother Sandro,
A vida não tá fácil
Eu que não tenho cor
Ando de trajes negros
Você bem sabe em que ponta
A corda sempre arrebenta
Mas ninguém sabe da dor
Da tragédia da cor
Negra
São sobreviventes, arestas, anomalias, fato
Fruto da exclusão social neoliberal
Eu escutei um tiro
A bala saiu da ponta
Da caneta do ministro
Do deputado, do senador
Que nunca que nunca abre mão
Da sua corrupção diária, rotineira
Aê, my brother Sérgio,
A vida não tá fácil
Eu que não tenho cor
Ando de trajes negros
Você bem sabe em que ponta
A corda sempre arrebenta
Não se percebe a doutrina de violência e ódio
Nas torcidas organizadas de futebol
Restos (Ildásio Tavares)
Há um resto de noite pela rua
Que se dissolve em bruma e madrugada.
Há um resto de tédio inevitável
Que se evola na tênue antemanhã.
Há um resto de sonho em cada passo
Que antes de ser se foi, já não existe.
Há um resto de ontem nas calçadas
Que foi dia de festa e fantasia.
Há um resto de mim em toda parte
Que nunca pude ser inteiramente.
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