O jornalismo do século XXI deve ser plural, democrático, e estar presente na cobertura local de cada comunidade, e ser feita por profissionais que vejam além das obviedades dos interesses menores, ser um parceiro ativo na construção de futuros onde a vida seja um bem maior. Se as agências de publicidade detêm o poder de financiar a informação, o jornalismo precisa construir conhecimento que tenha uma relação direta com as necessidades do assunto, e isso pode ser feito com pluralismo de fontes e de opiniões.
Antes de serem vendidos aos leitores, os jornais (e outras mídias) são primeiro vendidos às agências de publicidade, que são os instrumentos fundamentais de financiamento da imprensa. Assim, nossa imprensa é prisioneira do mercado, dos anúncios, das agências de publicidade, das grandes empresas privadas, ou seja, do dinheiro. Assim a imprensa está subordinada a critérios de empresa (lucro, custo-benefício), presa a seus interesses, de rabo preso com as elites dominantes.
Os jornais estão perdendo leitores. Será a rede da internet? O problema está na incapacidade da imprensa hoje dialogar com o jovem real. Falta ousadia, qualidade. Basta que o profissional vá as ruas e olhe a comunidade e descobra a vida como ela realmente é vivida. O que acontece hoje é que os donos de jornais desempregam os profissionais para contratar estagiários (muitos, de outras áreas). O custo é bem menor e a exploração, maior.
O profissional da imprensa precisa descobrir histórias que valem a pena ser contadas. Para ser lido com prazer. É preciso criar prioridades estratégicas com revalorização da reportagem, revigorar o jornalismo analítico. É preciso mais apuração, menos frivolidade, mais consistência. É preciso reservar espaço para a boa notícia seja ela de um exemplo de boas práticas ou mesmo de denúncia. É preciso não perder a capacidade de sonhar e coragem de investir. É preciso cuidar mais do conteúdo, aquele trabalho de garimpagem, esquecido. Acorda jornalismo baiano!
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