A informação é a base da sociedade democrática. Para se manter, a empresa de mídia deve satisfazer os anseios do público, e este demanda informação de qualidade, correta, isenta, abrangente.
Os grandes veículos continuam a demitir profissionais todos os dias. Hoje o profissional está obrigado a produzir em larga escala, com custos menores e no mais curto espaço de tempo. O que se chama de mimetismo midiático. Há um verdadeiro jogo de espelhos. Um veículo divulga uma notícia, o outro reutiliza o material do concorrente, o outro realimenta e todos publicam a mesma notícia. Assim os diferentes meios de comunicação se auto estimulam, uns divulgando trabalhos de outros. Na rede da internet é assim (é só olhar os blogs, twitter, sites...) e já chegou nas redações de radios, jornais e tevês. Não há nada de novo na informação.
Vivemos um tempo em que qualquer pessoa pode produzir “conteúdo jornalístico”. Há uma crescente participação da sociedade na elaboração de conteúdos jornalísticos. Mas, a abundância de informação que abarrotam a internet deixa dúvida no cidadão: “em quem é que eu vou confiar/”. A diferença é: por seu método, sua independência e seu discurso, subordinado ao direito à informação a que se dirige, o jornalismo gera credibilidade. Mais que os outros discursos que o circundam, a democracia não tem como prescindir da instituição da imprensa, do jornalista.
“Uma imprensa livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um País como o nosso (…) Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”, disse a presidenta Dilma Rousseff no evento comemorativo de um jornal. Para o professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, Carlos Alberto Di Franco, “a imprensa, de fato, desempenha importante papel na recuperação da ética na vida pública; Certos políticos, no entanto, não costumam perder o sono com rotineiro descumprimento da palavra empenhada. Afinal, para muitos deles, infelizmente, a política é a arte do engodo. Além disso, contam com a amnésia coletiva. Ao jornalismo cabe assumir o papel de memória da cidadania. Precisamos falar do futuro, dos projetos e dos planos de governo. Mas devemos também falar do passado, das coerências e das ambiguidades. Para certos políticos, imprensa boa é a que fala bem. Jornalismo que apura e opina com isenção incomoda e deve ser amordaçado. Não é a visão da presidente da República. Felizmente. Dilma Rousseff demonstrou clara percepção da importância da imprensa ao reiterar seu ´compromisso inabalável com a garantia plena das liberdades democráticas, entre elas a liberdade de imprensa e de opinião´.”(A Tarde, 10/03/2011, p.2).
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