“Tum, tum, tum, bate coração...”. O coração bate mais rápido, porque ele é que faz o sangue circular. Mas o que é sangue? É um tecido. No corpo de um adulto circulam, em média, cinco litros de sangue, variando de acordo com o peso. O sangue é formado por uma parte líquida (plasma), constituída por água, sais, vitaminas e fatores de coagulação, na qual estão misturados as partes sólidas; hemácias, leucócitos e plaquetas. Os globos vermelhos, brancos e plaquetas são como as peças de um carro. Cada um tem uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem infecções, ou seja, vírus e bactérias que atacam o corpo. E as plaquetas ficam responsáveis por parar os sangramentos, como quando alguém faz um corte na mão, ou seja, ajuda na coagulação do sangue.
O Brasil necessita diariamente de 5.500 bolsas de sangue. O ato de doar sangue representa a única forma de muitas pessoas continuarem vivendo, pois ainda não existe substituto para o sangue. É essencial que as pessoas saudáveis façam da doação de sangue um ato voluntário e contínuo. Doamos sangue porque alguém dele precisa. Pela facilidade e segurança com a qual pode ser retirado, associado ao enorme benefício para quem dele necessita, doar sangue é considerado um gesto simples de pessoas dispostas a ajudar o próximo, contribuir para a cura de enfermos. Quando doado para aquele que não conhecemos pode ser considerado um ato de profundo humanismo e respeito ao próximo.
O doador de sangue deverá ser voluntário, estar com boa saúde, alimentado, descansado. Deverá ser de maior (por questões legais) e acima de 50 kg. Deverá ser respeitado um intervalo desde a última doação de três meses para a mulher e dois meses para o homem. Pacientes de grupos de risco, que tiveram hepatite, malária ou portadores de Doenças de Chagas são considerados inaptos definitivamente a doação. Toda ênfase é na proteção ao paciente. O ato de doar é simples e dura menos de dez minutos. Todo material utilizado é descartável e não poderia ser hoje de outra forma: bolsas plásticas estéreis em sistema fechado e inviolável até o momento do uso.
Para a religião africana tudo o que a natureza produz é sangue, é o Axé. Utiliza-se vários tipos de sangue para formar o Axé, visando ampliar, acumular e distribuir o mesmo, que é essencial para existência humana. Divide-se em três categorias que são: vermelho, o preto e o branco. Sangue vermelho é encontrado no fluxo menstrual, no sangue humano e animal. No reino vegetal, o azeite-de-dendê e o mel extraído das flores são os melhores exemplos. Já no reino mineral encontra-se presente nos metais como cobre e o bronze. Este sangue está relacionado ao fogo, movimento, coisas quentes, razão pela qual os orixás que exigem uma quantidade maior desses elementos dominam exatamente esses aspectos da natureza, como Exu, Xangô e Iansã.
O sangue preto no reino mineral é encontrado no carvão e no ferro. A cor verde e azul são variações da cor preta, por isso suas fontes são encontradas nas folhas e cascas de árvores. No reino animal, o sangue preto é encontrado principalmente nas cinzas dos animais. A associação do preto é com a terra e esta força da natureza responde entre outros os orixás Ogum, Oxossi, Ossain e Obaluaê.
O sangue branco é encontrado no sêmen, saliva, hálito, secreções e no plasma. Isto no reino animal, como o caracol por exemplo. No lado vegetal o sumo das plantas leitosas e bebidas alcoólicas extraídas de palmeiras e outros vegetais. Na parte mineral há a prata, chumbo e o sal, sem esquecer que nessa cor tem a água e o ar.
O sangue é de importância vital por estar ligada a fertilidade, concepção, ao nascimento, enfim todos os ciclos da vida. Ninguém vive sem sangue, e sem ele não há vida. Segundo a Umbanda, existem cinco tipos de sangue na natureza. O sangue verde (o sumo das folhas), sangue amarelo (o sal, o néctar das frutas e a seiva das árvores – dos troncos), sangue branco (a água), sangue negro (o petróleo, o magma) e o vermelho (dos animais). Assim, o nosso planeta não pode viver sem sangue.
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