30 janeiro 2015

Desenhos animados dos estúdios Disney (01)



1937 - Surge nas telas o primeiro longa metragem colorido de desenho animado, Branca de Neve e
os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs), assinado pela dupla Walt Disney e Ub Iwerks. Até então, Disney havia feito somente curtas-metragens. Baseado num conto recolhido da tradição oral pelos irmãos Grimm. A beleza de Branca de Neve provoca a ira da cruel madrasta, que pede ao caçador que mate a enteada. Ele deixa a menina fugir. Branca de Neves esconde na floresta, na casa dos sete anões: Dunga, Mestre, Feliz, Dengoso, Zangado, Atchim e Soneca.

A madrasta descobre e, usando seus poderes de feiticeira, consegue envenená-la. A moças entra num sono profundo do qual só consegue despertar graças ao beijo do príncipe encantado. O filme custou US% 1,5 milhões e consumiu dois anos de trabalho. Animação perfeita, fundos caprichados, trilha sonora contagiante, sensação de tridimensionalidade obtida através da filmagem dos personagens em diferentes planos. Ganhou sete Oscars. 83 min.

1939 - Walt Disney lança em desenho animado, Pinóquio. Baseada no clássico escrito pelo italiano Carlo Collodi no século passado, foi reescrita para que o boneco não se limitasse a ser o freak que era no original. O protagonista tinha de ser amado pela platéia mesmo quando se comportasse como um moleque.

A solução, encontrada pelo animador Ham Luske e pelo desenhista Ward Kimball, foi dar a Pinóquio uma consciência, na forma de um personagem mais que secundário no livro de Collodi: um grilo. Kimbale desenhou o grilo, construiu-lhe uma personalidade e transformou-o, de certa forma, no principal personagem de Pinóquio - o fio condutor, aquele que levaria os guris na plateia a entender a alma do boneco. Grilo Falante.

O desejo do artesão Gepetto em dar vida ao boneco de madeira é tão sincero e intenso que, durante a noite, a Fada Azul aparece e dá o dom da fala e do movimento à marionete e promete que, se Pinóquio demonstrar valentia, generosidade e honestidade, ganhará um corpo de carne e osso, e não será mais um boneco de pau. O desenho animado foi, a princípio, um fracasso que quase quebrou os estúdios de Walt Disney. A plateia americana classificou-o de pretensioso em relação aos shorts animados de Mickey Mouse ou dos Três Porquinhos. O filme se deu mal também no mercado europeu, como Inglaterra, Alemanha e França mais ocupadas com uma guerra do que com as trapalhadas de um boneco. Direção de Ben Sharpsteen e Hamilton Luske. A canção de abertura, When You Wish upon a Star, de Leigh Harline, ganhou o Oscar e virou o tema mundial de Disney. Vencedor de dois Oscars. 88 min.

1940 - Fantasia. Nasceu com a finalidade de dar novo impulso à carreira de Mickey Mouse,
obscurecida pelo envolvimento disneyano com os longas metragens. O resultado consumiu US$ 3 milhões - uma fortuna na época - e envolveu o trabalho de uma equipe de mais de mil pessoas, entre pesquisadores, desenhistas e animadores que trabalharam em estreita combinação com os músicos, todos empenhados num projeto considerado tão ambicioso quanto ousado para a época: dar cores aos sons. Nesse sentido, os críticos gostam de dizer que Fantasia prolonga certas experiências dos simbolistas como Arthur Rimbaud, que havia tentado dar cor às letras.

Disney considerava tão importante o som de Fantasia que criou na época um sistema estereofônico inédito, por ele chamado de Fantasound, pronunciando
as inovações de um som estereofônico dos anos 50. Fracasso de público na época do lançamento, Fantasia só com o tempo conseguiu recuperar o investimento que Disney aplicou no projeto. O retorno imediato foi o prestígio, com o prêmio que o filme recebeu da associação dos críticos de Nova Iorque e os dois Oscars, um para Disney pela contribuição ímpar na criação de uma nova forma de música visualizada e outro para o maestro Leopoldo Stokowsky e auxiliares pela grande contribuição para o progresso no uso do som em cinema. Na sua estreia, Fantasia foi criticado por vulgarizar a música erudita, uma polêmica que durou anos e só foi superada na década de 60, quando os hippies descobriram que o filme era ideal para curtir com a cabeça feita, até mesmo para uma viagem lisérgica. 135 min.

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