1937 - Surge
nas telas o primeiro longa metragem colorido de desenho animado, Branca de Neve e
os Sete Anões (Snow
White and the Seven Dwarfs), assinado pela dupla Walt Disney e Ub Iwerks. Até
então, Disney havia feito somente curtas-metragens. Baseado num conto recolhido
da tradição oral pelos irmãos Grimm. A beleza de Branca de Neve provoca a ira
da cruel madrasta, que pede ao caçador que mate a enteada. Ele deixa a menina
fugir. Branca de Neves esconde na floresta, na casa dos sete anões: Dunga,
Mestre, Feliz, Dengoso, Zangado, Atchim e Soneca.
A madrasta
descobre e, usando seus poderes de feiticeira, consegue envenená-la. A moças
entra num sono profundo do qual só consegue despertar graças ao beijo do príncipe
encantado. O filme custou US% 1,5 milhões e consumiu dois anos de trabalho.
Animação perfeita, fundos caprichados, trilha sonora contagiante, sensação de
tridimensionalidade obtida através da filmagem dos personagens em diferentes
planos. Ganhou sete Oscars. 83 min.
1939 - Walt
Disney lança em desenho animado, Pinóquio.
Baseada no clássico escrito pelo italiano Carlo Collodi no século passado, foi
reescrita para que o boneco não se limitasse a ser o freak que era no original.
O protagonista tinha de ser amado pela platéia mesmo quando se comportasse como
um moleque.
A solução,
encontrada pelo animador Ham Luske e pelo desenhista Ward Kimball, foi dar a
Pinóquio uma consciência, na forma de um personagem mais que secundário no
livro de Collodi: um grilo. Kimbale desenhou o grilo, construiu-lhe uma
personalidade e transformou-o, de certa forma, no principal personagem de
Pinóquio - o fio condutor, aquele que levaria os guris na plateia a entender a
alma do boneco. Grilo Falante.
O desejo do
artesão Gepetto em dar vida ao boneco de madeira é tão sincero e intenso que,
durante a noite, a Fada Azul aparece e dá o dom da fala e do movimento à
marionete e promete que, se Pinóquio demonstrar valentia, generosidade e
honestidade, ganhará um corpo de carne e osso, e não será mais um boneco de
pau. O desenho animado foi, a princípio, um fracasso que quase quebrou os
estúdios de Walt Disney. A plateia americana classificou-o de pretensioso em
relação aos shorts animados de Mickey Mouse ou dos Três Porquinhos. O filme se
deu mal também no mercado europeu, como Inglaterra, Alemanha e França mais
ocupadas com uma guerra do que com as trapalhadas de um boneco. Direção de Ben
Sharpsteen e Hamilton Luske. A canção de abertura, When You Wish upon a Star,
de Leigh Harline, ganhou o Oscar e virou o tema mundial de Disney. Vencedor de
dois Oscars. 88 min.
1940 - Fantasia. Nasceu com a finalidade de
dar novo impulso à carreira de Mickey Mouse,
obscurecida pelo envolvimento
disneyano com os longas metragens. O resultado consumiu US$ 3 milhões - uma
fortuna na época - e envolveu o trabalho de uma equipe de mais de mil pessoas,
entre pesquisadores, desenhistas e animadores que trabalharam em estreita
combinação com os músicos, todos empenhados num projeto considerado tão ambicioso
quanto ousado para a época: dar cores aos sons. Nesse sentido, os críticos
gostam de dizer que Fantasia prolonga certas experiências dos simbolistas como
Arthur Rimbaud, que havia tentado dar cor às letras.
Disney
considerava tão importante o som de Fantasia que criou na época um sistema
estereofônico inédito, por ele chamado de Fantasound, pronunciando
as inovações
de um som estereofônico dos anos 50. Fracasso de público na época do
lançamento, Fantasia só com o tempo conseguiu recuperar o investimento que
Disney aplicou no projeto. O retorno imediato foi o prestígio, com o prêmio que
o filme recebeu da associação dos críticos de Nova Iorque e os dois Oscars, um
para Disney pela contribuição ímpar na criação de uma nova forma de música
visualizada e outro para o maestro Leopoldo Stokowsky e auxiliares pela grande
contribuição para o progresso no uso do som em cinema. Na sua estreia, Fantasia
foi criticado por vulgarizar a música erudita, uma polêmica que durou anos e só
foi superada na década de 60, quando os hippies descobriram que o filme era
ideal para curtir com a cabeça feita, até mesmo para uma viagem lisérgica. 135
min.
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