O quadrinista brasileiro Flavio Colin (1930-2002) produziu, durante parte dos anos 1964 e 1965, uma história em quadrinhos intitulada Vizunga, que, realizada na forma de série em tirinhas e destinada à publicação em jornais, foi originalmente veiculada no jornal Folha de São Paulo. Em junho de 1978, em seu décimo primeiro número, a revista Eureka(da Editora Vecchi) iniciou a republicação de Vizunga, em preto e branco – modo como o trabalho foi concebido originalmente –, mas agora com as tirinhas reunidas em blocos sequenciais que se estenderiam (ou deveriam se estender) pelos dois números seguintes daquela publicação. Todavia, a série reeditada ficaria sem a terceira parte, visto que a Vecchi extinguiu a revista no seu décimo segundo número – datado de janeiro de 1979.Ao todo, foram publicadas cento e cinco tirinhas da HQ Vizunga nas edições nº 11 e nº 12 da Eureka; desse total, a maior parte – 94 tirinhas – é composta de um conjunto de três quadrinhos cada uma, havendo ainda oito tirinhas com dois quadrinhos cada – entre elas a de abertura – e três tirinhas de quatro quadrinhos. Vizunga é um texto de ficção, ambientado ora na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, ora em locais ainda preservados da presença das sociedades ditas civilizadas, ao longo do qual Parsifal de Carvalho – personagem central da narrativa – conta suas experiências de caça, pesca e desbravamentos a Nelson, um recém-conhecido jovem de classe média, morador, como ele, das imediações do bairro de Copacabana. Parsifal é um bonvivant, homem rico que já correu mundo em viagens de férias ou de negócios e agora, com aproximados 60 anos de idade, desperta a admiração de um grupo de jovens interlocutores com os casos que desfia. A cada um de seus encontros com Nelson – que são sempre fortuitos –, Parsifal conquista novos e interessados ouvintes. Um passeio pelo calçadão de Copacabana, um jantar em restaurante, um banho de mar (Figuras 42a, 42b e 42c), convertem-se em oportunidade para que ele, sempre com requintes de detalhamento, relate suas aventuras por rincões pouco explorados do planeta.
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