Dale Messick (1906 – 2005) pode ser considerada uma das cartunistas norte americanas mais importantes do século XX. Ela mostrou que as mulheres podiam fazer quadrinhos de aventura e ter sucesso dentro desse gênero. Geralmente, as cartunistas se dedicavam a produzir quadrinhos com personagens caricatos ou fofos. Foi a criadora de Brenda Starr, Repórter - personagem feminina popular que atingiu seu auge na década de 1950, quando chegou a ser publicada em cerca de 250 jornais. Dalia vinha de uma família humilde; era filha de uma costureira e seu pai era pintor. Ela aprendeu com a mãe o ofício de costureira - que foi, por muito tempo, fonte do seu sustento - e foi incentivada pelo pai a desenvolver o desenho.
Brenda é uma audaciosa jornalista que trabalha para o jornal The Flash, vivendo aventuras profissionais e amorosas. Brenda era uma jornalista insatisfeita com seu trabalho, que se limitava a notícias da coluna social. Ela desejava algo mais, queria investigar os fatos, queria a ação que seus colegas do sexo masculino vivenciavam na procura de notícias. Ela busca mais espaço dentro da sua atividade profissional. Brenda representa, de certa forma, a mulher que deseja oportunidade para mostrar seu potencial a uma sociedade que não lhe oferece abertura. Dale Messinck, com Brenda Starr, rompeu com a hegemonia masculina nessa área e criou uma personagem que fez sucesso por mais de setenta anos. Ela simplesmente invadiu o território masculino nos quadrinhos.45 Ao longo de toda a sua carreira, Dale deparou-se com muita resistência dos homens. Era muito mais julgada pela sua aparência do que pelo seu talento. Sua personagem recebia críticas, mas era muito mais complexa do que outras repórteres mulheres dos quadrinhos, como Lois Lane, que precisava sempre ser resgatada pelo Superman. Ela desmaiava, chorava, sentia medo, mas não fugia dos desafios nem dependia de um herói para salvá-la.
Antes de anunciar sua aposentadoria, Messick realizou, finalmente, o casamento de Basil com Brenda. Eles tiveram uma filha, Starr Twinkle St. John. Mas, Brenda não era feita para o casamento e acabou de divorciando. Se Brenda não foi feliz no casamento, sua criadora teve o mesmo destino, divorciou-se duas vezes. Ao se aposentar, na década de 1980, Dale exigiu que a personagem continuasse a ser produzida, mas apenas por mulheres. Na época, Linda Sutter (roteirista) e Ramona Fradon (ilustradora) assumiram a função de manter a personagem viva. Em uma indústria onde o autor não era dono de sua obra, Dale não apenas controlou a produção dos quadrinhos de Brenda Star até sua aposentadoria como ainda impôs condições para sua continuidade. E isso foi fundamental para manter a identidade de sua personagem. Seis anos após a morte de sua criadora, em 2011, a personagem Brenda Starr encerrou sua carreira nos quadrinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário