25 junho 2022

Curiosidade dos quadrinhos (47) June Turpé Mills: primeira mulher cartunista a criar uma super-heroína

 

Em 1941 June Tarpé Mills (1912 - 1988) criava Miss Fury. Mills foi uma pioneira, por ter sido a primeira mulher a escrever e ilustrar uma história em quadrinhos de super-herói tendo como protagonista uma super-heroína. No início de sua carreira como cartunista, June Tarpé Mills, assim como muitas mulheres cartunistas antes dela, escondeu seu sexo assinando como Tarpé Mills. Tratava-se de uma estratégia para conseguir chamar a atenção dos editores para o seu trabalho.  Tarpé Mills Inicia sua carreira aos vinte e seis anos, em 1938, quando ela fez sua estreia nos quadrinhos com Amazing Mystery Funnies e Funny Pages. 92 Seu primeiro trabalho foi Daredevil Barry

Finn, para a Centaur Publishing. Depois produziu The Purple Zombie e Mann of  India, para a Eartern Color’s Reg’lar Fellers Heroic Comics e Fantastic Feature Films para a Target Comics. 93 O sucesso viria, no entanto, com Miss Fury, uma história em quadrinhos muito mais sofisticada. 

 


Em 05 de abril de 1941, publicou as primeiras tiras dominicais da super heroína Miss Fury, cujo nome original era Black Fury.  As tiras ocupavam uma página inteira de jornal, sendo publicadas nesse formato até 1952. No Brasil, as aventuras da Miss Fury foram publicadas no Suplemento Juvenil, durante o ano de 1944, com o nome de Mulher Pantera, e no Almanaque do Águia Negra, em 1962.

 

Circulando principalmente em jornais, os quadrinhos da Miss Fury colocaram Mills no hall das cartunistas norte-americanas bem sucedidas. No formato de revista em quadrinhos, teve oito números publicados pela Timely Comics (hoje Marvel Comics), entre 1942-1946. Suas revistas, na época em que foram lançadas, venderam mais do que as da Mulher Maravilha. Ao criar sua super-heroína, Mills, sem o pretender, acabou abrindo caminho para que outras mulheres cartunistas tivessem oportunidade de se destacar no campo da aventura e da superaventura. Não é exagero colocar a criação da Miss Fury como um momento de mudança dentro da indústria dos quadrinhos, uma mudança que afetaria diretamente as mulheres cartunistas. No auge de sua popularidade, os quadrinhos da Miss Fury foram impressos em centenas de jornais nos Estados Unidos, bem como em Europa, América do Sul e até mesmo na Austrália.

 

Em 1947 as tiras da Miss Fury deixaram de ser publicadas por seis meses. Mills, por orientação de seus advogados, teve que interromper temporariamente a produção das tiras da Miss Fury, devido a um processo de plágio. Uma personagem, lançada em 1945, cujo nome era Miss Cairo Jones, criada por Jerry Albert e Bob Oksner, teria sido inspirada na Miss Fury. A questão é que as aventuras da Miss Cairo Jones eram distribuídas por um syndicate filiado ao Bell Syndicate, que distribuía as tiras da Miss Fury. Mills parou de produzir os quadrinhos da Miss Fury em 1952.  A autora praticamente se aposentou da indústria dos quadrinhos. Fez um breve retorno em 1971, para ilustrar uma produção para a Marvel, um romance chamado Our Love Story, para a Marvel Comics. No entanto, não obteve o mesmo sucesso das décadas de 1940 e 1950. 

 

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