13 junho 2022

Curiosidade dos quadrinhos (34) Primeiros quadrinhos publicados por uma mulher no Brasil

 

Conhecida como musa do modernismo, até pouco tempo a produção de quadrinhos feita por Pagu era desconhecida. Produto de sua juventude, os quadrinhos de Pagu foram publicados no jornal O Homem do Povo, em 1931, do qual participou da fundação juntamente com Oswald de Andrade.  Até então a presença das mulheres nas artes gráficas no Brasil se limitavam à caricatura, que teve como pioneira Nair de Teffé, e na charge, com destaque para a alemã Hilde Weber.  São de Pagu aqueles que podem ser considerados os primeiros quadrinhos publicados por uma mulher no Brasil, a tira Malakabeça, Fanika e Kabelluda.

 


As oito tiras produzidas por Pagu, em 1931, são os únicos quadrinhos feitos por uma mulher, no Brasil, identificados até o momento. Até então as mulheres, em terras brasileiras, haviam se destacado apenas na charge e na caricatura, como foi o caso de Nair de Teffé, duas décadas antes, e Hilde Weber, contemporânea de Pagu. Em seus quadrinhos, Pagu trouxe dois tipos de representações: a da esposa cordada e obediente, que recebe em sua casa a sobrinha pobre, uma jovem contestadora e fora dos padrões convencionais, como era a própria Pagu. Logo na primeira tira, Kabelluda, a sobrinha 5 é apresentada para o público como um “pomo de discórdia” para o casamento.

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