20 junho 2022

Curiosidade dos quadrinhos (42) Garotos prodígios

 


A grande marca da fase inicial do Batman era a violência. Bob Kane e Bill Finger criaram um vigilante violento e sombrio que, se necessário, matava seus inimigos a sangue-frio e até usava armas de fogo de vez em quando. O clima de mistério e suspense dominava suas histórias. Os vilões criados para interagir com o homem-morcego refletiam essa condição. Eram gangsters, sociopatas e cientistas malucos. A violência começou a preocupar os editores da DC, que recomendaram a Bob Kane e seu estúdio que dessem uma aliviada no conteúdo das histórias. Para isso, foi criado o Robin, o menino prodígio (vestido em um uniforme colorido), um parceiro adolescente para o Batman. A ideia original foi de Kane, o assistente de arte Jerry Robinson criou o visual e a história de sua aparição, em Detective Comics 38, de 1940, foi escrita por Bill Finger. Na época, imaginou-se que introduzir um personagem colorido ao mundo sombrio de Batman poderia ser um erro. Mas o novo personagem fez muito sucesso, atendendo à expectativa de seus criadores de gerar uma identificação com as crianças e os mais jovens. O sucesso estrondoso de Robin foi um dos fatores para Batman ganhar um título próprio logo em seguida. E, assim, criou-se a tradição dos sidekicks – termo em inglês para identificar os parceiros-mirins – que perduraria por anos nos quadrinhos. Não à toa, a presença de um “parceiro mirim” se tornou obrigadora para todos os heróis da época: Flash e Kid Flash, Tocha Humana e Centelha, Arqueiro Verde e Ricardito, Capitão América & Bucky etc. A explicação para tal sucesso parecia ser simples: se antes os garotos compravam os gibis porque sonhavam em se tornar heróis adultos, agora eles poderiam ser heróis ainda na infância

 

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