Uma das maiores ativistas de nosso tempo, a filósofa Angela Davis, símbolo do movimento negro e do feminismo por conta de sua trajetória de luta e de seus livros, é retratada desde sua infância nos anos 1940 até sua prisão em 1970 na HQ francesa Miss Davis – A Vida e As Lutas de Angela Davis, lançamento da editora Agir. A obra tem 196 páginas e conta com um texto de orelha assinado pela filósofa e escritora Djamila Ribeiro.
O roteiro da HQ é de Sybille
Titeux de la Croix e a arte é de Amazing Ameziane. Para a autora, todos os
aspectos da vida de Angela Davis a fizeram querer fazer uma história em
quadrinhos sobre ela. “O objetivo principal é ajudar quem não conhece Angela
Davis a descobrir suas lutas e suas ideias, que ainda estão bem vivas em 2020”,
explica. Ambos os autores acumulam anos de pesquisa sobre a cultura
norte-americana e o período histórico que marcou a luta pelos direitos civis
nos anos, entre as décadas de 50 e 70, bagagem que foi fundamental para o
processo de desenvolvimento da HQ.
"Queremos o fim
imediato da brutalidade policial do assassinato do povo preto", diz um dos
itens do programa do partido Panteras Negras, citado logo no início de Miss
Davis. A exigência, feita no final da década de 60, continua atual. A HQ sobre
Angela Davis chega em um momento em que o debate sobre o racismo parece ter
atingido um novo patamar global. Em junho, protestos em repúdio à violência
policial contra a população negra nos EUA — desencadeados pelo assassinato de
George Floyd, um homem negro morto por asfixia por um policial branco — se
espalharam pelo mundo.
O livro retoma a
trajetória de Angela Davis desde sua infância, vivida em parte no estado do
Alabama, marcada pela segregação racial e pelos ataques da Ku Klux Klan, até
sua saída da prisão em 1972, na Califórnia, após uma enorme mobilização mundial
pela sua libertação.
A HQ ainda narra a
participação de Davis no partido dos Panteras Negras e sua entrada na lista dos
mais procurados do FBI, dando destaque a sua vivência na prisão e ao julgamento
que terminou com o reconhecimento da sua inocência após uma intensa campanha
pública global por sua liberdade. A partir da história de sua militância, os
quadrinhos inserem o leitor no cenário da luta pelos direitos civis nos Estados
Unidos dos anos 1960 e 1970.
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