Sujo, racista e extremamente perigoso. É o Velho Oeste trazendo sexo, mortes mais violentas e até estupro, alem do humor negro e o sarcasmo: o personagem tem uma visão bem pessimista de mundo. Longe do estereótipo do cowboy perfeito, silencioso e perigoso, ele é falho, cruel, vingativo e toma decisões questionáveis apesar de estar sempre tentando fazer a coisa certa e honrada. Estamos falando de Deadwood Dick de Joe Lansdale que em 2018 foi publicado pelo selo Audace Comics da Sergio Bonelli Editore. E em 2019 publicado pela Panini brasileira.
Nat Love, o personagem principal que
também passa a ser conhecido como Deadwood Dick, realmente existiu (1854-1921).
Nat ampliou seus feitos ao escrever a autobiografia
Life and Adventures of Nat Love, Better Known in the Cattle Country as Deadwood
Dick, by Himself.
É o retrato do Velho Oeste de maneira mais visceral. Deadwood Dick de Joe Lansdale é uma adaptação em quadrinhos das aventuras de Nat Love baseada nos livros e contos do famoso autor texano Joe Landsdale. As adaptações para HQs da Audace, que já contam com mais de 5 volumes, tiveram a participação de diversos roteiristas e desenhistas.
O primeiro volume, intitulado Deadwood
Dick: Negro como a Noite, Vermelho como Sangue, contou com roteirização de
Michele Masiero e arte de Corrado Mastantuono. Nat Love é um pistoleiro negro
que fugia de um linchamento e decidiu se alista entre os soldados
afro-americanos do Nono Regimento de Cavalaria do Exército americano. Ele
aprende a domar cavalos, a suportar a vida no quartel, e também a caçar os
índios rebeldes, até que, nos territórios selvagens das pradarias, acaba cara a
cara com os apaches. O texto é cheio de alegorias e ao mesmo tempo direto. Dos
dias de domar um cavalo até o confronto com os índios. A arte de Mastantuono é bela.
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A trama é narrada em primeira pessoa pelo
protagonista, o ex soldado búfalo Nat Love, e em uma sucessão de casos indo
desde o salvamento de uma prostituta atacada por nativos numa estrada no fim do
mundo até o livramento de outro negro que está sendo caçado por um bando. O que
se evidencia é a extrema violência gráfica da trama.
No volume 2 o cowboy afro-americano
socorre um desconhecido largado para morrer no deserto. Ao chegar a Hide and
Horns, uma vila povoada pela pior escória do extremo oeste, Dick quer dar a seu
amigo Cramp um enterro cristão, mas é difícil para os racistas permitirem que
um negro infecte o solo de seu cemitério. Pistoleiros furiosos, prostitutas
chinesas e um cadáver cada vez mais incômodo. Extraído de um conto de Joe R.
Lansdale, esta é a premissa para Entre o Texas e o Inferno.
O terceiro volume que encerra as
publicações no Brasil conta a história da Segunda Batalha das Muralhas de
Adobe, que aconteceu em 27 de junho de 1874. Eram 28 caçadores de búfalos que
defendiam o assentamento de Adobe Walls (onde hoje é o Condado de Hutchinson,
Texas) do ataque de centenas de guerreiros Comanche, Cheyenne, Kiowa e
Arapahoes.
Vale a pena ler as aventuras desse
pistoleiro!.
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