Hoje, 16 de janeiro de 2021, há cem anos
nascia Andre Le Blanc (16/01/1921-21/12/1998). Ele foi um desenhista de histórias em
quadrinhos (tanto em tiras, quanto em revistas em quadrinhos) haitiano que
residiu e trabalhou por muitos anos no Brasil e nos Estados Unidos. foi
assistente de Will Eisner nas aventuras do Spirit. Foi professor no Museu de
Arte Moderna do Rio. Ilustrou as obras completas de Monteiro Lobato, com
exceção do título Doze Trabalhos de Hércules, e consagrou a fisionomia dos
personagens.
Maior quadrinista das adaptações nacionais
da Edição Maravilhosa (foi ele quem inaugurou a fase brasileira da revista,
adaptando e desenhando O Guarani, de José de Alencar) e faria escola na Ebal.
Nas edições seguintes, belas aguadas que viriam a caracterizar os seus
trabalhos posteriores, mas o traço certeiro, primoroso e bem definido do
artista se fez presente desde logo. De José de Alencar, André Le Branc
quadrinizou ainda Iracema, Ubirajara, O Tronco do Ipê, O Sertanejo e Senhora.
Adaptou e ilustrou também Cangaceiros, O Menino de Engenho e Doidinho, de José
Lins do Rego; Sinhá Moça, de Maria Dezone Pacheco Fernandes, e A Muralha, de
Dinah Silveira de Queiroz.
Paralelamente, foi o responsável, nos anos
50, por uma das primeiras tentativas de distribuição de tiras de quadrinhos
para os jornais no Brasil. Morena Flor, de sua autoria, foi distribuída pela
Apla (depois, Ica Press) não só para o nosso país, como para toda a América
Latina, chegando, inclusive, aos EUA. Quando voltou aos Estados Unidos, em 1960,
Le Blanc, além de dedicar-se à ilustração publicitária, produziu mais de 800
páginas em quadrinhos com histórias da Bíblia Sagrada. Em 1991, ele esteve no
Brasil para receber o prêmio Angelo Agostini, da AQC-ESP, como mestre do
quadrinho nacional. E apesar de tudo, Le Blanc continua desconhecido no Brasil,
sendo lembrado apenas pelos leitores mais velhos.
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