Cassandra Rios (1932/2002) – Seu nome real, Odette
Rios, estudou num colégio de freiras e começou a carreira escrevendo poesias. A
edição de seu primeiro livro, Volupia do Pecado (1948) que ela escreveu aos 16
anos, foi paga pela mãe, depois de Cassandra ter visitado, durante dois anos,
muitas editoras paulistas. Passou até a adolescência no bairro paulistano
Perdizes. Desde cedo lia muito e freqüentava a Biblioteca Nacional. Foi
ritmista da primeira Orquestra Feminina do Brasil. Tocava, além do ritmo, piano
e violão. Uma de suas composições, o samba-canção Autobiografia diz mais ou
menos: “Não vivi, escrevi/gastei minha vida amando e me esqueci de lutar/não
copiei nome Rios)/meu caminho é traçado, um rio buscando o mar”.
Entre a pintura e a música, bateu mais forte a
literatura, o ofício que tomou a maior parte das horas diárias de Cassandra.
Escrevia um livro por ano e recebia 10% do preço de venda nas livrarias. Entre
os temas abordados o homossexualismo era o que mais aparecia em suas obras.
Teve problemas com a censura. Na década de
Em seus 50 livros publicados, Cassandra Rios só não
aborda o homossexualismo
Foi a primeira escritora brasileira a vender mais de
um milhão de exemplares. Chegou a vender quase 300 mil exemplares de seus
livros por ano, números que só seriam rivalizados por Paulo Coelho. Misturava
em suas obras homossexualismo feminino, cultos umbandistas, negócios e
política, combinação que não respeitava o “bom gosto” que o regime militar
desejava preservar. Com a abertura, um de seus livros, A paranóica, foi
adaptado para o cinema, com título de Ariella Ariella (Nicole Puzzi) era uma
menina rejeitada que vivia numa mansão e que descobre que seu tio fingia ser
seu pai para ficar com sua fortuna. Para se vingar, passa a usar o próprio
corpo, desintegrando a família.
Teve nada menos que 36 livros proibidos, como
Eudemônia. Em sua autobiografia, Mezzamaro, Cassandra revela um ponto crucial,
para criadores, a respeito da relação entre vida e obra. Fazia questão de dizer
que era ficcionista, e que não deveriam torná-la pela personalidade e
comportamento dos seus personagens. Nenhuma de suas obras está nas livrarias,
mas são comuns em sebos e em saldões. (Texto inédito da pesquisa que realizei
nos anos 1980/90 sobre Erotismo e Pornografia na Literatura, Musica, Cinema,
Artes Plasticas, Fotografia e HQ)
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