No Egito os gatos eram
idolatrados. Na Idade Média não escapavam das fogueiras ao lado das “bruxas”.
Em 1494, por ordem do papa Inocêncio III, foram ferozmente perseguidos e
exterminados. Mas nos séculos 18 e 19, escritores protegiam os gatos, achavam
que eram animais tão livres quanto a imaginação. Como os escritores daquele
período eram protegidos dos nobres, esses passaram a gostar de gatos. E os felinos
viraram símbolo de riqueza e inteligência. Entre os amigos dos gatos estão
Charles Baudelaire, Edgar Allan Poe, Lewis Carroll e T.S.Eliot.
Selvagens ou domésticos, os gatos
são enigmáticos e cheios de estilo. Eles pertencem à família dos Felídeos e,
aqui no Brasil, gato ou Felis Catus (nome científico, em latim) que pode significar
muita coisa: ligação clandestina de eletricidade, lapso ou engano proposital
(muito comum em partidas de dominó) ou sinônimo para gente bonita (não é à toa
que, quando uma menina e um menino são bonitos, são chamados de gato ou gata).
Os felinos – do tigre ao gato doméstico – têm charme e elegância.
O gato divide espaço com o homem
há muitos séculos. Imortalizados como personagens de desenhos animados e
histórias em quadrinhos, vamos conhecer um pouco mais dessas feras que todos
nós amamos. Um dos clássicos dos quadrinhos que durou três décadas (
Em 1917 Pat Sullivan cria o
desenho animado Gato Félix. Até então os desenhos se resumiam a uma série de
corridas e lutas. Mas Félix tinha um caráter distinto e seus próprios
maneirismos – costumava andar com as mãos atrás das costas quando tinha de
resolver um problema, uma mania do próprio desenhista Otto Messmer – e caráter.
Ele pára, pensa, tenta achar a solução de um problema. Os filmes tinham
nonsense que encantava, onde os pontos de interrogação que pairavam sobre a
cabeça do pensativo Félix se tornavam varas de pescar. Era a linguagem
experimental nos desenhos e quadrinhos. Félix usou o balão (fala) como balão
para fugir de Marte e voltar para a Terra. Era a poesia e o lirismo de um gato
preto em busca da amada. Sullivan, o produtor, teve a esperteza de registrar o
personagem e comercializar a sua imagem em até 200 produtos. Félix foi um ícone
dos anos 20.
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