Estreia no dia 31 de outubro, às 15h na TV Educativa da Bahia, A Turma do Xaxado, série de animação, a primeira do gênero realizada no estado. A produção, que tem 26 episódios de um minuto cada, é da Liberato Produções com a TVE Bahia. Cláudio Guido assina a direção. Tom Figueiredo, parceiro de criação de Cedraz, fez o roteiro e a direção de arte é de Aires Machado
O criador da Turma do Xaxado
foi um desbravador de sonhos. Nascido numa pequena cidade do interior baiano
ele lutou muito para provar que os sonhos são possíveis quando se dedica a
eles. Com um mercado atolado em super ele veio mostrar a nossa realidade, nosso
costume, o rosto do nosso povo e a identificação com o público leitor foi
imediata.
Ele lutou para mostrar seu
trabalho na mídia, mas sua trajetória é de luz. Através de suas tirinhas
publicadas em jornais e revistas, além do seu site (www.estudiocedraz.com.br)
ele começou a ganhar prêmios e menções honrosas em concursos e exposições no
Brasil e exterior. E a simplicidade do homem rural continuou em sua vida,
sempre acreditando nos seus sonhos.
Antônio Luis Ramos Cedraz,
mais conhecido por Cedraz é o nosso quadrinista mais conhecido da Bahia, é o
nosso porto seguro, nossa identidade deste mundo globalizado. Com ele nunca
vamos perder nossas raízes, pois ele fala a língua de sua gente simples e
humilde. Fazer quadrinhos no Brasil (e ainda mais na Bahia sem tradição de
editoras) é possível? Esse rapaz prova que sim, basta acreditar nos sonhos e
caminhar com altivez, com seriedade, se aprofundando e se inteirando de todos
os recursos que essa arte pode lhe proporcionar.
COMEÇO - “Tudo começou em
1998, quando Sérgio Mattos editor do caderno Municípios, do jornal A Tarde
pediu-me para fazer algumas histórias com um personagem interiorano. Levei
algumas tiras de Xaxado, imediatamente aceitas e publicadas duas vezes por
semana. Logo depois, o personagem migrou para a seção de quadrinhos do jornal e
passou a ser publicado diariamente. Depois, vieram cartões telefônicos,
revistas em quadrinhos, revistas de atividades, exposições, seis troféus HQ Mix
e mais de duas dezenas de livros publicados”, contou Cedraz.
“A Turma do Xaxado mergulha
sobre as lendas e sobre a dura realidade do sertão, sem descuidar da crítica
social, e produz um resultado tão eclético que às vezes é difícil precisar a
que faixa etária se destinam as histórias. Xaxado agrada igualmente a criança e
o adulto. Diverte, ensina e chama à reflexão. Num
mercado editorial saturado de
criaturas super-qualquer-coisa, que só falam inglês, é um colírio encontrar uma
publicação que fale de nossas raízes e dá voz aos que passam por inaceitáveis
desamparo em pleno século XXI”, informa Cláudio Oliveira, mestre em Letras que
defendeu dissertação sobre A Turma do Xaxado.
ORIGEM – Xaxado é uma dança de
guerra e entretenimento criada pelos cangaceiros de Lampião no inicio dos anos
20, no agreste pernambucano. Ainda na época do cangaço tornou-se popular em
todos os bandos de cangaceiros espalhados pelos sertões nordestinos. Era uma
dança exclusivamente masculina, por isso nunca foi considerada uma dança de
salão, mesmo porque naquela época ainda não havia mulheres no cangaço.
Originalmente a estrutura básica do xaxado é da seguinte forma: avança o pé
direito em três e quatro movimentos laterais e puxa o pé esquerdo, num rápido e
deslizado sapateado. Os passos estão relacionados com gestos de guerra, são
graciosos, porém firmes. a presença feminina aparece depois da inclusão de
Maria Bonita ao bando de
Lampião.
A origem da palavra é uma
onomatopeia do barulho xa-xa-xa feito pelos dançarinos quando arrastam as
alpercatas no chão. Xaxado retrata a vida rural do nordeste mostrando o dia a
dia do sertanejo sob os mais diversos aspectos: o dia a dia, a relação com a
terra, as lendas e mitos, a seca e muito mais.
A simplicidade e originalidade do autor em muito se assemelha aos seus
personagens, seja ele Xaxado (o líder da turma, neto de cangaceiro), Zé Pequeno
(o preguiçoso), Marieta (sabe-tudo da turminha), Arturzinho (filho de
fazendeiro abastado), Seu Enoque e Dona Fulô (pais de Xaxado), entre outros.
Eles dão vida, humor e significado também a cultura baiana.
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