Em meados
da década de 40, um
ex-vocalista da orquestra
(crooner), Frank Sinatra,
tornou-se a primeiraautêntica popstar. Mais
tarde apareceram outros crooners,
como Deam Martin ou
Perry Como. Depois da
guerra, as grandes orquestras
desmembraram-se. O
público contentava-se
com os seus croones
e as suas baladas
românticas. Entre 1940 e
1950 mais de um
milhão de negros trocou
o Sul pelas cidades
portenhas, procurando
trabalho e melhor
nível de vida. Tinham
esperança de fugir
da pobreza e da
discriminação que os
afligia na Geórgia
ou no Alabama. O
mercado de discos
dos negros era uma
coisa sagrada nos EUA,
com os seus próprios
astros e os seus
êxitos de discos. A
música negra era o
blues. Velhos blues rurais
do Sul eram lamentosos,
lentos e ruidosos. Os
novos big city blues
eram muito rápidos e
alegres.
Ninguém gostava
de rock and roll,
exceto os artistas e
os jovens que compravam
os seus discos. Pais,
professores, jornalistas,
toda a indústria
musical americana,
odiavam-no simplesmente.
Em parte este ódio
era de origem social
(o rock era música
negra). Outra razão provinha
de o rock and
roll acontecer na mesma
altura em que os
teenagers se rebelaram
contra os pais e
entre a sociedade
em geral.
De fato,
os teenagers era coisa
nova nos anos 50. A
princípio, eles eram
considerado apenas crianças
crescidas. A abundância
do pós guerra pôs
dinheiro nas algibeiras
dos seus jeans pela
primeira vez, mas
não encontravam lugares
próprios para onde
ir nem onde gastar
o seu dinheiro. Até
que chegou o rock´n´roll.
O rock primitivo
estava estreitamente ligado
ao cinema. “O Selvagem”
(1958) com Marlon Brando,
e “Fúria de Viver”
(1955) com James Dean,
mostraram a nova
disposição da juventude.
Veio ainda, em 1955, “Sementes
de Violência”, um filme
famoso acerca da delinquência
juvenil numa escala
de New York, com
Bill Halley e “Rock
Around the Clock” na
trilha sonora. Esses filmes
causaram tumultos nos
cinemas.
O rock
foi logo relacionado
com a revolta. Os
jornais apelidaram
esta música como “the
big beat” (o grande
frenesi) e reclamaram
que era uma ameaça
à civilização como
nós a conhecemos.
Todas as semanas os
jornais arranjavam
uma nova ameaça.
No sul
e Sudoeste dos EUA,
as áreas polos, a
música ao vivo era
importante e os
country´n western
brancos e os
rythm´n blues negros
eram ambos populares,
muitas vezes em locais
diferentes da mesma
cidade. Mas, um dia,
em 1954, uniram-se
em Memphis, no Tennessee,
nas estradas da Sun
Records, onde um
jovem cantor branco de
country gravou o
seu primeiro disco. A
canção era “That´s
all right”, um velho
tema de rythm´n´blues.
O cantor chamava-se
Elvis Presley.
Em breve
todas as pequenas editoras
de discos começaram
a gravar country desconhecidos,
no novo estilo. Gene Vincent, Little Richard, Buddy Holly, Big Bopper, Ray Charles, e muitos outros. Em 1959, o balão
arrebentou. Elvis foi
incorporado no exército.
Little Richard mudou de
estilo. E a indústria
da música estava a tomar
conta do rock´n´roll.
A economia
de guerra e o
desenvolvimento da indústria
levaram gente do
campo para a cidade,
forçando o relacionamento
entre brancos e negros
e a tensão social
e racial. Também favorecia
a influência mútua entre
a música negra e
a música branca. Da
fusão do blues original
com os ritmos mais
dançantes dos brancos
surgiu o rhythm ‘n’
blues, também conhecido
como R&B, que
levou a música negra
ao conhecimento da
população consumista.
No início
da década de 1950, com
o final da Segunda
Guerra Mundial e da
Guerra da Coreia, os
EUA despontavam como
grande potência. Mais do
que em qualquer outro
momento da história,
era incentivado o
gozo da vida, pois
a sociedade estava marcada
pelo sofrimento da guerra.
A população pela primeira
vez tinha dinheiro para
gastar com supérfluos
como música.
O sexo
deixava de ser
tabu e passava a
ser considerado diversão.
As canções de amor
passavam a dar
lugar a letras mais
apimentadas, embora muitas
vezes fossem censuradas.
O inventor do termo
rock ‘n’ roll e
responsável pela difusão
do estilo foi o
DJ Allan Freed, radialista
de programas de R&B
de Cleveland, Ohio. O
termo era uma gíria
dos negros americanos
para o ato sexual,
presente inclusive
em muitas letras de
blues.
Resumindo tudo
isso dito acima:
O
pós guerra
foi um
tempo de
austeridade.
A
guerra a
sério tinha
acabado.
A
guerra que
tinha começado.
A
música pop
era dominada
pelos crooners
Toda
a gente
desejava uma
nova excitação,
mas ninguém
sabia o
quê.
O
rock´n´roll
era pura
excitação.
Durou
de 1953 a
1959, demasiado tempo
para se
continuar exibido.
Era
totalmente americano.
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