O desenhista Ziraldo escolheu
Salvador para a estreia da exposição Pererê
do Brasil. A mostra, na Caixa
Cultural, no Centro da cidade, reunirá 43
capas da revista Pererê, que foi criada em 1960 e durou até 1964. Na exposição,
edições originais, pranchas com desenhos inéditos (protegidas em vitrines) e em
uma das salas, monitores vão exibir 17 histórias em quadrinhos animados (motion
comics). A abertura, dia 29/09 contará com a presença de Ziraldo. O mineiro, de
82 anos, participará de um bate papo com o público.
Ziraldo lançou o Pererê, através
da Empresa O Cruzeiro. Foi o melhor exemplo de brasilidade que temos nos
quadrinhos. Em 1975 a série voltou através da Editora Abril. Durante 43 números
e 182 histórias, a alegre fauna ziraldiana (o indiozinho Tininin, a onça
Galileu, o macaquinho Allan Viviano, o tatu Pedro Vieira, o jaboti Moacir
Floriano, o coelhinho Geraldinho Neves, a coruja General Nogueira) representou
no microcosmo da Fazenda do Fundão o clima de euforia nacionalista então
vigente no país.
Ziraldo Alves Pinto, desde pequeno,
já era apaixonado por desenho e leitura. Foi lendo o primeiro número do
lendário Gibi que ele pressentiu, pela primeira vez, o seu próprio futuro. Nos
anos 50 começou a publicar uma página de humor no Folha de Minas. Nos anos 60
ganhou enorme popularidade com seus cartuns e charges políticas publicadas na
revista O Cruzeiro e pelo Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias o Bom,
Supermãe e o Mineirinho passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. E
foi nessa década que ele realiza um velho sonho: fazer sua própria revista em
quadrinhos. Nasce assim a Turma do Pererê, gibi de grande sucesso que fez a
alegria da garotada durante muito tempo.
Em 1969 junto com outros
desenhistas surgia O Pasquim, o primeiro e mais importante jornal da combativa
imprensa alternativa da história do Brasil. É também em 1969, depois de receber
o Oscar Internacional do Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de
Bruxelas e convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef, ele publicou seu
primeiro livro infantil: Flicts, a história simples e pura de uma cor que não
encontra seu lugar no mundo.
Em 1960 Ziraldo cria a revista
Pererê e dá luz aos seus mais definitivos personagens. Em 1969 faz “Flicts” que
foi um grande sucesso, virou a peça de teatro mais representada nas escolas do
Brasil. De 69 a 79 fez o semanário O Pasquim e charge política no Jornal do
Brasil, atividades que lhe custaram temporadas na prisão. Em 79 volta com
histórias infantis com “O Planeta Lilás”. Em seguida “O Menino Maluquinho” e
uma série de outros. Em 1988 a Editora Salamandra lançou um álbum luxuosamente
encadernado e totalmente em cores que comemora os 40 anos de carreira deste
mineiro internacional (Ziraldo 40/55), reunindo reproduções de
cartum,
quadrinhos, cartazes, painéis, capas de livros e outros trabalhos de produção recente. Longa vida a este mestre do grafismo.
Entre 1965 e 1969 Ziraldo
publicou Jeremias, o Bom nas páginas do Jornal do Brasil, seguindo para a
revista O Cruzeiro logo depois. Ele já assinava uma página dominical de cartuns
no jornal, abordando temas diversos do Brasil, “faltava um personagem. Como o
Amigo da Onça, que era um malandro, fazia sucesso, resolvi criar um anti-Amigo
da Onça”, conta Ziraldo, referindo-se à criação de Péricles Maranhão,
celebrizada nas páginas daquela mesma revista.
Anos depois Ziraldo resolve
dedicar mais tempo para escrever histórias para crianças e publica O Planeta
Lilás, O Menino Maluquinho e tantos outros. É Ziraldo espalhando cores para o
mundo. Com vento nos pés e asas na imaginação. Um menino feliz!
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