28 setembro 2015

Ziraldo expõe em Salvador o Pererê do Brasil



Cartunista, jornalista, artista gráfico, romancista, autor e ilustrador de livros infantis, chargista, humorista, teatrólogo e caricaturista, Ziraldo está entre nós para mostrar a força do Pererê
 
O desenhista Ziraldo escolheu Salvador para a estreia da exposição Pererê do Brasil. A mostra, na Caixa
Cultural, no Centro da cidade, reunirá 43 capas da revista Pererê, que foi criada em 1960 e durou até 1964. Na exposição, edições originais, pranchas com desenhos inéditos (protegidas em vitrines) e em uma das salas, monitores vão exibir 17 histórias em quadrinhos animados (motion comics). A abertura, dia 29/09 contará com a presença de Ziraldo. O mineiro, de 82 anos, participará de um bate papo com o público.

Ziraldo lançou o Pererê, através da Empresa O Cruzeiro. Foi o melhor exemplo de brasilidade que temos nos quadrinhos. Em 1975 a série voltou através da Editora Abril. Durante 43 números e 182 histórias, a alegre fauna ziraldiana (o indiozinho Tininin, a onça Galileu, o macaquinho Allan Viviano, o tatu Pedro Vieira, o jaboti Moacir Floriano, o coelhinho Geraldinho Neves, a coruja General Nogueira) representou no microcosmo da Fazenda do Fundão o clima de euforia nacionalista então vigente no país.

Ziraldo Alves Pinto, desde pequeno, já era apaixonado por desenho e leitura. Foi lendo o primeiro número do lendário Gibi que ele pressentiu, pela primeira vez, o seu próprio futuro. Nos anos 50 começou a publicar uma página de humor no Folha de Minas. Nos anos 60 ganhou enorme popularidade com seus cartuns e charges políticas publicadas na revista O Cruzeiro e pelo Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias o Bom, Supermãe e o Mineirinho passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. E foi nessa década que ele realiza um velho sonho: fazer sua própria revista em quadrinhos. Nasce assim a Turma do Pererê, gibi de grande sucesso que fez a alegria da garotada durante muito tempo.

Em 1969 junto com outros desenhistas surgia O Pasquim, o primeiro e mais importante jornal da combativa imprensa alternativa da história do Brasil. É também em 1969, depois de receber o Oscar Internacional do Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef, ele publicou seu primeiro livro infantil: Flicts, a história simples e pura de uma cor que não encontra seu lugar no mundo.


Em 1960 Ziraldo cria a revista Pererê e dá luz aos seus mais definitivos personagens. Em 1969 faz “Flicts” que foi um grande sucesso, virou a peça de teatro mais representada nas escolas do Brasil. De 69 a 79 fez o semanário O Pasquim e charge política no Jornal do Brasil, atividades que lhe custaram temporadas na prisão. Em 79 volta com histórias infantis com “O Planeta Lilás”. Em seguida “O Menino Maluquinho” e uma série de outros. Em 1988 a Editora Salamandra lançou um álbum luxuosamente encadernado e totalmente em cores que comemora os 40 anos de carreira deste mineiro internacional (Ziraldo 40/55), reunindo reproduções de
cartum, quadrinhos, cartazes, painéis, capas de livros e outros trabalhos de
produção recente. Longa vida a este mestre do grafismo.

Entre 1965 e 1969 Ziraldo publicou Jeremias, o Bom nas páginas do Jornal do Brasil, seguindo para a revista O Cruzeiro logo depois. Ele já assinava uma página dominical de cartuns no jornal, abordando temas diversos do Brasil, “faltava um personagem. Como o Amigo da Onça, que era um malandro, fazia sucesso, resolvi criar um anti-Amigo da Onça”, conta Ziraldo, referindo-se à criação de Péricles Maranhão, celebrizada nas páginas daquela mesma revista.

Anos depois Ziraldo resolve dedicar mais tempo para escrever histórias para crianças e publica O Planeta Lilás, O Menino Maluquinho e tantos outros. É Ziraldo espalhando cores para o mundo. Com vento nos pés e asas na imaginação. Um menino feliz!




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